Não precisamos supor que Maria estivesse presente em todos os acontecimentos da vida pública de Jesus e conhecesse todos os seus discursos e pronunciamentos e visse todas as suas ações. Aliás, as Escrituras não passam essa informação.
Podemos supor que ela tivesse bastante conhecimento pelo testemunho das pessoas que rodeavam seu Filho, muitos discípulos e discípulas, inclusive os apóstolos que, certamente, falavam sobre Jesus. Com efeito, ele era um fenômeno público que movimentava multidões pelo que dizia e fazia, sobretudo os milagres e os exorcismos. Conforme Maria ouvira do profeta Simeão, ele era motivo de contradição. Muitos testemunhavam a seu favor, convertiam-se e se tornavam seus discípulos. Outros tantos o discriminavam, notadamente os fariseus, saduceus, escribas e sacerdotes. Alguns deles tramavam sua morte.
Maria vivia, alegrava-se e sofria e talvez se inquietasse com todos os acontecimentos contraditórios, referentes à atividade evangelizadora de Jesus. Na verdade, ela o acompanhava com o coração e com sua discrição, peregrinando na fé. Mais do que isso, Maria se constituía em verdadeira discípula. Por isso, se diz que ela foi a primeira cristã. Então, não se trata de conhecer tudo, ver tudo ou se informar de tudo, a partir do exterior. Iluminada interiormente pela fé e pela presença do Espírito Santo, ela compreendia e penetrava com profundidade, bem mais do que todos os discípulos, o significado do Mistério divino daquele homem que ela trouxera ao mundo. Ela sabia bem que ele era Filho de Deus.