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Quarta-feira, 24 de Abril de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida
Santo do dia 05 de outubro
Bem-aventurado Raimundo de Cápua
Frade dominicano (+ 1399)
Bem-aventurado Raimundo de Cápua
Rebeca Venturini/FC

Era jovem estudante de leis na Universidade de Bolonha e frequentava, além das aulas universitárias, também as igrejas que guardava os despojos mortais de são Domingos, santo fundador da Ordem dos Frades Pregadores.

Nasceu assim no jovem Raimundo de Cápua o desejo de mudar a direção da própria vida. Depois de ingressar na ordem dominicana e ser ordenado sacerdote, em breve tempo alcançou os mais altos cargos até se tornar mestre-geral da ordem, que ele restituiu à primitiva disciplina – a ponto da ser recordado como o segundo fundador dos dominicanos.

Mas seu nome está ligado sobretudo ao de santa Catarina de Sena, que o capítulo geral lhe confiou, na qualidade de confessor e conselheiro. Era inevitável que de mestre ele se tornasse discípulo da grande mística senense. Assim, ele se tornou seu embaixador e levou mensagens, escritas e orais, da santa a várias personalidades de seu tempo. Mensagens bem pouco diplomáticas no estilo, em razão daquele repetitivo e peremptório “quero” com que Catarina defendia causa civis e religiosas, aconselhava ou reprovava.

“Ora, nós queremos então”, escreve Catarina ao papa Gregório XI, “ter aquela gloriosa fome que tiveram aqueles santos e verdadeiros pastores do passado, e extinguir em nós este fogo, isto é, o do amor de si mesmo. Façamos como eles, que com fogo apagavam o fogo; porque tanto era o fogo da inestimável e ardentíssima caridade que ardia em seus corações e em suas almas, que eram famintos, e como que glutões e devoradores de almas. Oh, doce e glorioso fogo, que é de tanta virtude, que extingue o fogo, e todo desordenado deleite e prazer, e amor de si mesmo; e faz como a gotinha de água, que em pouco tempo se consome na fornalha”.

Raimundo, humilde e devoto, embora sabendo que “o embaixador não carrega a pena”, adequava-se ao estilo da filha e mestra espiritual, ou melhor, mamãe, como a chamavam afetuosamente os discípulos.

Estava-se em pleno cisma do Ocidente, e Raimundo colaborou ativamente com a santa, seja pela unidade da ordem, seja pela unidade da Igreja e o retorno do papa a sua sede natural de Roma. Depois da morte de santa Catarina, despendeu todas as suas energias no serviço dos confrades e do papa, que o encarregou de importantes missões nos vários Estados europeus.

Retirado do livro: 'Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente', Paulinas Editora.