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Sábado, 20 de Abril de 2024
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Dica de Vida Saudável do dia 15 de março
A raiz da vida
A raiz da vida
David Monniaux

Pão do Brasil, pão dos trópicos, pão da terra, camelo vegetal ou rainha do Brasil, a mandioca está presente na culinária regional brasileira e espalhada pelo mundo.

Um produto 100% brasileiro, o aipim, a macaxeira ou a mandioca ganhou o mundo. A raiz carrega em si versatilidade no nome, nas condições de plantio e nas formas de preparo. Dependendo da região do Brasil, é chamada também de maniva, uaipi ou xagala. Não há tempo ou terra ruim para ela. “A mandioca é um camelo vegetal”, associa Joselito Motta, engenheiro agrônomo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Mandioca e Fruticultura Tropical, em referência ao fato de que a planta cresce em solos pobres e resiste a períodos de seca.

Os nutrientes encontrados na mandioca são o carboidrato, vitaminas do complexo B e minerais como o cálcio e o fósforo, e não contém glúten. O carboidrato constituído de amilopectina e amilose presente na macaxeira serve como fonte energética, ao virar glicose, que é a fonte de energia utilizada pelo cérebro e demais células do corpo, e é de fácil digestão. Já o fósforo é um mineral que ajuda a combater o cansaço e a fadiga, o cálcio é o principal nutriente para constituir ossos e dentes.

A folha da mandioca é rica em proteína, vitaminas A e C, ferro, cálcio e fósforo. As folhas cozidas podem ser utilizadas junto com outros alimentos, como no feijão, na carne ou com legumes.

Vale prevenir que a folha ao natural, crua, contém compostos tóxicos que, quando ingeridos, se transformam em ácido cianídrico, e essa substância pode levar uma pessoa à morte. A Embrapa, no sentido de contribuir com o trabalho desenvolvido pela Pastoral da Criança, realizou diversos estudos dosando a quantidade de ácido cianídrico que restava em várias amostras das folhas de mandioca preparadas de diversas formas. Esses estudos mostraram que, para diminuir o ácido das folhas, estas devem, após a colheita e lavagem, ser primeiro picadas e só então levadas para secar. E somente depois devem ser transformadas em pó utilizado como componente de multimistura, acrescido à merenda escolar e cestas básicas, visando o combate à desnutrição.

Por Osnilda Lima/Revista Família Cristã, edição 942.