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Domingo, 16 de Novembro de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 16/11/2025

33º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Verde
1ª Leitura: Ml 3,19-20a Salmo: Sl 97(98) - O Senhor vem para julgar a terra. 2ª Leitura: 2Ts 3,7-12
evangelho
Nem um só cabelo de vossa cabeça se perderá. Com vossa perseverança, conservai vossas vidas - Lc 21,5-19

"Enquanto alguns falavam a respeito do Templo, que estava adornado com belas pedras e ofertas votivas, ele disse: “Vós contemplais essas coisas; dias virão em que não será deixada pedra sobre pedra que não será derrubada”. Eles perguntaram- -lhe: “Mestre, quando acontecerão essas coisas? Qual o sinal de quando essas coisas estiverem para acontecer?” Ele disse: “Estai atentos para não serdes enganados, pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’, e: ‘O tempo está próximo’! Não vades atrás deles! E, quando ouvirdes guerras e revoluções, não vos aflijais, pois é preciso que essas coisas aconteçam antes, mas o fim não será imediato!” [...]

A Bíblia: tradução da editora Paulinas, 2023
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Oração Inicial

33º Domingo do Tempo Comum. IXº dia mundial dos pobres.
No início de nossa leitura orante, peçamos ao Espírito Santo a graça de compreender o mistério da vida de Cristo que a Palavra hoje nos apresenta.

“Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Envia teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em ti. Amém.”




A liturgia deste domingo, mais do que assustar com previsões de fim do mundo, quer mostrar que Deus tem a última palavra sobre a história. Tudo vai passar, os que praticam a injustiça, as grandes estruturas, tudo. Deus, porém, não passa. Ele é o Senhor da história.

Leitura (Verdade)

Leia o texto do Evangelho de hoje pausadamente, quantas vezes julgar necessário, e destaque seus personagens. Que ensinamento Jesus nos dá por meio do Evangelho?

Evangelho: Lc 21,5-19 “ Naquele tempo, algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?” Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”. E Jesus continuou: “Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu. Antes de tudo isso, porém, lançarão as mãos sobre vós e perseguirão, entregando-vos às sinagogas e prisões, e sereis conduzidos diante de reis e governadores por causa de meu nome; assim tereis oportunidade de dar testemunho. No entanto, determinai em vossos corações não preparar de antemão a defesa, pois eu vos darei eloquência e uma sabedoria que nenhum adversário poderá vos resistir ou contradizer! Sereis entregues até mesmo por genitores, irmãos, parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós. Sereis odiados por todos, por causa de meu nome, mas nem um só cabelo de vossa cabeça se perderá. Com vossa perseverança conservai vossas vidas!”.

“A repressão romana sobre Israel está sempre mais ameaçadora. Os discípulos admiram a beleza do templo, e Jesus os faz lembrar de que poderá ser destruído, o que de fato ocorreu algumas décadas depois. O Mestre analisa o cenário e descreve as catástrofes previsíveis em um regime político firmado em idolatria, repressão, escravidão e injustiça, como o império de Roma. É impossível não pensar no hoje, pois a ação do pecado perpassa a história do mundo em todos os tempos. A descrição dos obstáculos ao Evangelho faz lembrar a era dos mártires, mas, ao mesmo tempo, nos assegura que a fé sempre será a luz de Deus a brilhar no mundo, e brilhará ainda mais quando o tempo de escuridão for maior.” (Viver a Palavra – 2025. Ir. Maria Inês Carniato, fsp- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Todos nós esperamos dias melhores, cheios de esperança e de vida. O tempo de Deus, porém, não é o nosso, e assim tudo será realizado quando o próprio Senhor nos concede viver. É nas horas difíceis que provamos a nossa fé. É permanecendo firmes que iremos ganhar a vida, disse Jesus.
Como está minha confiança no Senhor?
Os apóstolos nos deixaram o testemunho e o precioso legado da fé. Estou neste caminho dos apóstolos?

Oração (Vida)

“Senhor Jesus, Tu és o Caminho. Em meio a sombras e luzes, alegrias e esperanças, tristezas e angustias, Tu nos levas ao Pai. Não nos deixes caminhar sozinhos. Fica conosco, Senhor! Tu és a Verdade. Desperta nossas mentes e faze arder nossos corações sedentos de justiça e santidade. Ajuda-nos a sentir a beleza de crer em Ti. Fica conosco, Senhor! Tu és a Vida. Abre nossos olhos para Te reconhecermos no ‘partir o Pão’, sublime sacramento da Eucaristia. Alimenta-nos com o Pão da Unidade. Sustenta-nos em nossos sofrimentos, faze-nos solidários com os pobres, os oprimidos e excluídos. Fica conosco, Senhor! Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, no vigor do Espírito Santo, faze-nos teus discípulos missionários. Com a humilde serva do Senhor, nossa Mãe Aparecida, queremos ser alegres no caminho para a Terra Prometida. Corajosas testemunhas da Verdade libertadora. Promotores da vida em plenitude. Fica conosco, Senhor! Amém” (Oração composta pela Arquidiocese de Brasília).

Contemplação (Vida e Missão)

Buscar na Palavra a luz para nossa caminhada. Ir à luta é o compromisso de todos, pois todos somos limitados e todos devemos apoiar-nos na superação das dificuldades. Como quero praticar isso hoje?

Bênção

O Senhor, Deus de amor e paz, habite em vossos corações, oriente os vossos passos e confirme os vossos corações em seu amor. Vá em paz e seja um mensageiro(a) da Boa Nova

Ir. Carmen Maria Pulga

Chegando quase ao final do ano litúrgico, somos chamados a mergulhar nos textos que falam da escatologia. Nessa linha, o Papa Francisco, no ano da misericórdia, também instituiu neste domingo o Dia Mundial do Pobre. Assim, é tempo oportuno para nos prepararmos para o Dia do Senhor, em que a esperança de um mundo novo se concretiza plenamente com a vinda gloriosa do Messias. Os justos, muitas vezes perseguidos, anseiam pelo dia em que o Senhor intervenha a seu favor exercendo sua justiça sobre os ímpios (primeira leitura). Eles serão condenados pelos próprios feitos, cheios de maldade, e por seu coração estar bem distante de Deus e de seu semelhante. Aqueles que temem o nome do Senhor e praticam sua justiça serão salvos e protegidos por ele, que é capaz de dar a vitória sobre todo mal. A expectativa da vinda iminente do Senhor causou comodismo em alguns cristãos de Tessalônica (segunda leitura). Cruzar os braços e viver na ociosidade, às custas do esforço dos outros, é um grande mal para a comunidade; causa indignação, divisão e desânimo. É preciso assumir uma postura de responsabilidade e de colaboração para que o próprio trabalho seja dom na vida dos irmãos. No discurso escatológico lucano, Jesus anuncia pela terceira vez a destruição do Templo de Jerusalém. Ele está em volta do amplo espaço do Templo, repleto de ornamentos e de milhares de pessoas devotas com suas orações e ofertas. O Cristo anuncia o fim de toda essa beleza e exorta seus ouvintes para uma profunda conversão. Deve-se banir o culto superficial, em que as práticas religiosas, em vez de aproximar as pessoas a Deus, escondem a idolatria e a injustiça. Todos ficam curiosos para saber quando essas coisas aconteceriam. Jesus os exorta a ficarem atentos para não caírem no engano dos falsos profetas. Assim, apresenta alguns sinais presentes nos anúncios proféticos sobre o julgamento de Deus, como catástrofes naturais, calamidades sociais e, por fim, as perseguições que os primeiros cristãos irão sofrer por causa do Evangelho. Eles serão entregues às autoridades romanas e martirizados, a exemplo do Mestre; serão expulsos das sinagogas, marcando o rompimento entre judaísmo e cristianismo. Isso causará perseguição entre os membros da própria família, que não aceitarão os “apóstatas” da Lei de Moisés, seguidores do “nazareno”. Serão odiados pelo nome de Jesus, que deveria ser sinal de paz, mas causará divisão em vista do fechamento à sua Boa-Nova. Diante disso, é preciso confiar no Senhor, que não desampara seus filhos. Ele cuida de todos os detalhes. Dá-lhes ousadia e fortaleza para enfrentar os inúmeros desafios da missão. Apesar de dramático, o discurso de Jesus é marcado pela esperança. O cristão não deve se afligir com as provações, mas perseverar na fé até o fim. Caminhemos nos preparando a cada dia, na expectativa do grande dia do Senhor!

Pe. Jackson Câmara Silva, INJ, ‘A Bíblia dia a dia 2025’, Paulinas.