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Sexta-feira, 26 de Abril de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida
Mensagem do dia 11 de outubro
Crianças de toda a Terra
Crianças de toda a Terra
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Quem é você, menino lourinho, cabelos finos e ondulados,
rosto rosado, nariz afinado, lábios delgados,
corpo perfeito, que anda contente e satisfeito?
"Sou apenas um menino, com vontade de crescer,
pra plenamente viver.
Venho de povos conquistadores, de apurada civilização,
cheios de histórias e de glórias, mas acima do nome
ou da terra onde nasci, tenho uma alma imortal,
sou filho de Deus e teu irmão!"

Você quem é, que me olha com curiosidade,
você que tem tão pouca idade?
Admiro seu corpo firme e forte, cor do ébano, andar ligeiro,
seu olhar penetrante, narinas largas, lábios espessos,
cabelos encarapinhados, filho do deserto escaldante.
"Sou eu, também, um menino; desde que nasci sinto fome,
corro pelas savanas e areias de fogo para manter vivas a esperança
e a tradição de um povo.
De corpo escuro e de alma pura, sou irmão de todos,
raiz e tronco principal de toda a humanidade.
Sou filho amado de Deus, meu Criador!"

Você, pintado de vermelho, com traços de guerreiro,
desafiando o gelo perene, os desfiladeiros profundos,
as verdes florestas, rios e lagos, diga-me: quem é você?
"Se minha cor é diferente, se meus cabelos são lisos e pretos,
estatura mediana, olhos puxados, pouco me importa,
porque sempre fui livre e independente.
Filho do sol, do grande rio, do vento, sinto em mim o sopro
do Grande Espírito que tudo anima e protege.
Por isso, irmão, vivamos em paz."

Afinal, quem é você, que anda de mansinho e bem devagarinho?
Vejo-o de cócoras, vestindo as cores do arco-íris.
A cor amarela de seu rosto realça seus olhos negros e amendoados,
bochechas estufadas e lábios finos ou delgados. Quem é você?
"Venho dos altos picos eternamente cobertos de neve,
do teto da terra, dos grandes desertos, dos imensos campos de arroz,
dos grandes rios, do mar Amarelo, do império Celestial
que a grande muralha não soube isolar.
Venho da terra do Sol Nascente, das terras dos contrastes e do bambuzal.
Carrego comigo uma tradição milenar. Mas, como os outros,
sou filho desta Terra que Deus suspendeu no ar
e que nós todos devemos amar,
pra nos sentirmos para sempre e em qualquer lugar irmãos."

Luizinho Bastos, no livro "Mensagens para o ano todo – Vol. 2", da Paulinas Editora.