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Sexta-feira, 25 de Abril de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 12/03/2023

3º Domingo da Quaresma - Ano A - Roxa
1ª Leitura: Ex 17,3-7 Salmo: Sl 95(94) - Não endureçais vosso coração! 2ª Leitura: Rm 5,1-2.5-8 Evangelho Opcional: Jo 4,5-15.19b-26.39a.40-42
evangelho
Dá‑me de beber - Jo 4,5-42

Foi, então, a uma cidade da Samaria chamada Sicar, próxima do campo que Jacó dera a seu filho José. Havia ali uma fonte de Jacó. Cansado da viagem, Jesus sentou‑se junto à fonte. Era por volta da hora sexta. Veio uma mulher dos samaritanos para tirar água. Disse‑lhe Jesus: “Dá‑me de beber”. Seus discípulos tinham ido à cidade para comprar provisões. Disse‑lhe, então, a mulher samaritana: “Como tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?” De fato, os judeus não se servem dos utensílios dos samaritanos. Respondeu‑lhe Jesus: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: ‘Dá‑me de beber’, tu lhe pedirias e ele te daria água viva”. Disse‑lhe a mulher: “Senhor, nem sequer tens balde, e o poço é fundo. De onde terias a água viva? Acaso és maior que nosso pai Jacó, que nos deu este poço? Ele que dele bebeu, como também seus filhos e seus rebanhos”. Respondeu‑lhe Jesus: “Todo aquele que bebe desta água terá sede novamente. Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, pois a água que eu lhe der tornar‑se‑á nele fonte de água jorrando para a vida eterna”. Disse‑lhe a mulher: “Senhor, dá‑me dessa água para que eu não tenha mais sede, nem precise mais vir aqui tirá‑la”. Disse‑lhe: “Vai, chama teu marido e vem aqui”. Respondeu‑lhe a mulher: “Não tenho marido”. Disse‑lhe Jesus: “Bem disseste: ‘Não tenho marido’. Cinco maridos tiveste e esse que agora tens não é teu marido. Isso em verdade disseste”. Disse‑lhe a mulher: “Senhor, vejo que tu és profeta. Nossos pais adoraram nesta montanha, mas vós dizeis que em Jerusalém está o lugar onde se deve adorar”. Disse‑lhe Jesus: “Crê em mim, mulher. Vem a hora em que nem nesta montanha, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora – e é agora – em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois são adoradores como esses que o Pai busca. Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá‑lo em espírito e verdade”. Disse‑lhe a mulher: “Sei que o Messias, o chamado Cristo, vem. Quando ele vier, nos esclarecerá todas as coisas”. Disse‑lhe Jesus: “Sou eu, aquele que fala contigo”. Nisso, chegaram seus discípulos e ficaram admirados de que estivesse falando com uma mulher. Ninguém, porém, disse: “Que buscas?” ou: “Que falas com ela?” A mulher, então, deixou seu cântaro, foi para a cidade e disse às pessoas: “Vinde ver um homem que me disse tudo quanto fiz. Não seria ele o Cristo?” Eles saíram da cidade e vinham até ele. Nesse entretempo, seus discípulos lhe diziam: “Rabi, come”. Mas ele lhes disse: “Eu tenho um alimento para comer que vós não conheceis”. Os discípulos diziam, então, uns aos outros: “Acaso alguém lhe teria trazido o que comer?” Disse‑lhes Jesus: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e completar sua obra. Vós não dizeis: ‘Ainda quatro meses e vem a colheita’? Eis que eu vos digo: levantai vossos olhos e contemplai os campos que já estão brancos para a colheita. Aquele que colhe recebe o salário e ajunta fruto para a vida eterna, de modo que aquele que semeia se alegra juntamente com aquele que colhe. Nisso é verdadeiro o provérbio que diz: ‘Um é o que semeia e outro é o que colhe’. Eu vos enviei para colher aquilo que não provém de vosso esforço. Outros se esforçaram e vós participais do esforço deles”. Muitos samaritanos daquela cidade creram nele por causa da palavra da mulher que testemunhava: “Ele me disse tudo quanto fiz”. Quando os samaritanos chegaram junto dele pediam‑lhe que permanecesse com eles. E ele permaneceu ali dois dias. E foram mais numerosos os que creram por causa da palavra dele, e diziam à mulher: “Já não é pelo que falaste que cremos. Nós mesmos o ouvimos e sabemos que ele é verdadeiramente o Salvador do mundo”.

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
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Oração Inicial

O Evangelho deste 3º Domingo da Quaresma nos aproxima da fonte da vida. No coração da samaritana está o coração humano sedento de vida, de paz, de alegria. Jesus nos coloca diante da fonte que pode saciar nossas sedes.

Senhor Deus nosso Pai, eu quero te conhecer. Mas muitas vezes os meus olhos fracos na fé não te enxergam. Dá-me a graça de te acolher em Jesus teu Filho e saciar minha sede no encontro com ele.



Como se fosses buscar água aproxima-te da fonte de água viva. Lave tuas mãos, teu rosto, lava-te por inteiro numa fonte de água fresca, prepara-te para a oração para que possas dialogar com Jesus como fez a samaritana. Sem pressa, sinta a frescura da água que o Senhor te oferece neste dia e como ela pode tornar límpidas também tuas atitudes. Comece agora esse diálogo com Deus.

Leitura (Verdade)

Conversando com uma mulher que era samaritana, Jesus supera os preconceitos de raça e as discriminações sociais. Como qualquer pessoa, essa mulher tem sede de vida. Entre neste diálogo.

Evangelho: Jo 4,5-42 Cansado da viagem, Jesus sentou‑se junto à fonte. Era por volta da hora sexta. Veio uma mulher dos samaritanos para tirar água. Disse‑lhe Jesus: “Dá‑me de beber”. Seus discípulos tinham ido à cidade para comprar provisões. Disse‑lhe, então, a mulher samaritana: “Como tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?” De fato, os judeus não se servem dos utensílios dos samaritanos. Respondeu‑lhe Jesus: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: ‘Dá‑me de beber’, tu lhe pedirias e ele te daria água viva”. Disse‑lhe a mulher: “Senhor, nem sequer tens balde, e o poço é fundo. De onde terias a água viva? Acaso és maior que nosso pai Jacó, que nos deu este poço? Ele que dele bebeu, como também seus filhos e seus rebanhos”. Respondeu‑lhe Jesus: “Todo aquele que bebe desta água terá sede novamente. Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, pois a água que eu lhe der tornar‑se‑á nele fonte de água jorrando para a vida eterna”. Disse‑lhe a mulher: “Senhor, dá‑me dessa água para que eu não tenha mais sede, nem precise mais vir aqui tirá‑la”. Disse‑lhe: “Vai, chama teu marido e vem aqui”. Respondeu‑lhe a mulher: “Não tenho marido”. Disse‑lhe Jesus: “Bem disseste: ‘Não tenho marido’. Cinco maridos tiveste e esse que agora tens não é teu marido. Isso em verdade disseste”. Disse‑lhe a mulher: “Senhor, vejo que tu és profeta. Nossos pais adoraram nesta montanha, mas vós dizeis que em Jerusalém está o lugar onde se deve adorar”. Disse‑lhe Jesus: “Crê em mim, mulher. Vem a hora em que nem nesta montanha, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora – e é agora – em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois são adoradores como esses que o Pai busca. Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá‑lo em espírito e verdade”. Disse‑lhe a mulher: “Sei que o Messias, o chamado Cristo, vem. Quando ele vier, nos esclarecerá todas as coisas”. Disse‑lhe Jesus: “Sou eu, aquele que fala contigo. (...) Muitos samaritanos daquela cidade creram nele por causa da palavra da mulher que testemunhava: “Ele me disse tudo quanto fiz”. Quando os samaritanos chegaram junto dele pediam‑lhe que permanecesse com eles. E ele permaneceu ali dois dias. E foram mais numerosos os que creram por causa da palavra dele, e diziam à mulher: “Já não é pelo que falaste que cremos. Nós mesmos o ouvimos e sabemos que ele é verdadeiramente o Salvador do mundo”.

“O ser humano é um eterno sedento. Temos sede de amor, de justiça, de paz, de espiritualidade, sede de vida. Jesus é a água viva que pode saciar nossa sede de vida nova. Ao redor do poço, Jesus não apenas dialoga com a samaritana como também lhe alcança a possibilidade de lhe saciar definitivamente a sede, pois ele é a água viva, que jorra felicidade e eternidade. Jesus é a resposta à sede dos humanos de todos os tempos. Muitas vezes vamos para outros lugares e nos iludimos, mas só ele é capaz de responder às nossas profundas buscas existenciais. Como a samaritana, é necessário ir ao “poço” e manter-se aberto ao diálogo e, consequentemente, ao aprendizado. Pensando bem, temos muita sede de Deus” (Viver a Palavra – 2023. Frei Jaime Bettega- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Será que não somos como a samaritana cansados de buscar água que não sacia nossos desejos mais profundos?

Imagino-me à beira do poço…, deixo Jesus aproximar-se de mim e escuto o que ele me pede. Sou capaz de deixar as águas poluídas quando percebo que elas não me dão vida? Na sinceridade, como a samaritana, falo-lhe de minhas crenças e deixo que Ele converta minhas convicções?

Oração (Vida)

“Senhor, hoje queria dizer mais. Queria que a minha oração não fosse esse rumor de sempre, as mesmas palavras disparadas às pressas, entre uma coisa e outra; ou o balbucio esquivo, cheio de tudo o que eu não disse, porque não encontrei o tempo, o modo ou a verdade. Hoje queria dizer mais. Não trago intenções nem pedidos (…) Dia após dia, sinto que, mais do que tudo, preciso do teu olhar. Talvez me faltem palavras… Queria apenas colocar devagar as minhas mãos dentro das tuas. E isso, Senhor, seria a minha oração e a minha vida” ( Um Deus que dança – José Tolentino Mendonça – Paulinas Editora).

Contemplação (Vida e Missão)

Contemplo o caminho que fez a samaritana ao lado de Jesus. Qual minha mudança de vida depois desta oração? Verbalizo ou escrevo meu propósito.

Bênção

Benção especial da Quaresma
- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos, como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa. Amém.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta jornada quaresmal a uma verdadeira conversão. Amém.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo celebrar a vitória da Páscoa. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Nosso itinerário quaresmal continua. Hoje, somos convidados a uma reflexão sobre o Batismo, enquanto fonte que sacia nossa sede de infinito, nossa busca e desejo de Deus. Depois da libertação do Egito, o povo hebreu vive um grande desafio: enfrentar o preço da liberdade. O deserto é uma região inóspita e de grande solidão. O esquema da primeira leitura é clássico em Êxodo e Números: há uma carência de água; o povo murmura contra Moisés; ele intercede ao Senhor; Deus resolve o problema; e a aliança é refeita. Nesse texto, não há ameaça ou castigo. Deus é compassivo e misericordioso com seu povo. Na murmuração, o que está em jogo é a rejeição ao projeto de Deus e a negação do valor da experiência do êxodo. Em perspectiva cristã, São Paulo interpreta essa rocha, tocada por Moisés, como sendo Cristo (1Cor 10,4). De fato, ele é o único que nos pode dar dessa água viva. Jesus, sedento e cansado, ao meio-dia, deseja água. Ele revela a sua humanidade e suplica a uma mulher: “Dá-me de beber”. Mais do que tudo, em Israel, água é vida. É símbolo do próprio Deus. Diante da mulher, a sede de Jesus parece ter sido esquecida. O mais importante, agora, é a sede dela. Ele promete dar-lhe água viva. Quem dela beber não mais terá sede e se tornará uma torrente para a vida eterna. Eis o grande dom do Batismo, da Palavra e do Espírito, que, obviamente, ainda não é compreendido pela mulher. O diálogo continua e vai sendo revelada a verdadeira identidade de Jesus: peregrino sedento; alguém que é maior do que Jacó; um profeta; o verdadeiro adorador do Pai; o Messias; o Salvador do mundo. A samaritana é símbolo da busca de toda a humanidade. Essa é também a nossa busca: descobrir existencialmente a identidade de Cristo e suas consequências nos vários níveis da nossa vida. Isso só pode acontecer à sombra do madeiro da cruz. Fomos justificados e salvos pelo mistério de sua morte. Ele nos lavou com seu sangue: o inocente morreu por nós pecadores. Essa é a maior prova de que Deus nos ama. Pela fé, penetramos nessa graça e mistério. E isso se torna esperança e caridade. Que Deus sacie nossa sede, mas nunca nos falte sede de Deus.

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, ‘A Bíblia dia a dia 2023’, Paulinas.