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Sexta-feira, 16 de Maio de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 19/07/2022

16ª Semana do Tempo Comum - Ano C - Verde
1ª Leitura: Mq 7,14-15.18-20 Salmo: Sl 85(84) - Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia.
evangelho
Eis minha mãe e meus irmãos - Mt 12,46-50

Enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém lhe disse: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo”. Ele respondeu àquele que lhe falou: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos, acrescentou: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

Acolhamos a Palavra de Deus para o nosso dia e deixemo-nos conduzir por seus ensinamentos..

Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Neste novo dia, o Evangelho nos convida a refletir sobre a relação familiar que é estabelecida entre Jesus e aqueles que acolhem sua Palavra.


Leitura (Verdade)

Este relato do evangelho exige muita luz e discernimento. Não há desprezo ou crítica de Jesus a respeito de seus familiares, mas um questionamento sobre quais vínculos são mais importantes. Leia com amor esta palavra e veja se o Espirito lhe confirma isso.

Evangelho: Mt 12,46-50 Enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém lhe disse: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo”. Ele respondeu àquele que lhe falou: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos, acrescentou: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

“Os parentes de Jesus estranharam o modo como ele começou a se comportar depois do batismo no Rio Jordão e fizeram todo o possível para chamá-lo à “normalidade”. Isso nos mostra quão real foi a encarnação do Verbo. Para se referir ao seu núcleo familiar, o Evangelho fala de “sua mãe e seus irmãos”, os seus parentes mais próximos. O fato de não mencionar seu pai José indica que ele já não existia mais. Irmãos, na Bíblia, são particularmente os primos e todo parente próximo. Jesus indica o passo que seus parentes precisam dar: aproximar-se do Reino como discípulos. Simbolicamente, ainda estavam do lado de fora. Devem entrar na casa, isto é, integrar a comunidade dos discípulos.” (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Quando Jesus começou a sua missão, convocou homens e mulheres para fazer parte de uma nova família, não mais ligada por laços de parentesco. Nela, o que importava era ‘ouvir a palavra e colocá-la em prática’, ser discípulo de Jesus e colaborar para difundir o Evangelho.
Eu estou próximo de Jesus, ouço sua palavra, seus ensinamentos, contemplo o que ele faz em favor da multidão? É preciso se aproximar, entrar no ‘círculo’ de Jesus, se aproximar e se deixar envolver por sua palavra, para poder fazer a experiência de família de Jesus.

Oração (Vida)

Agradeça tudo que a Palavra lhe permitiu compreender e vivenciar do mistério de Cristo. Apresente ainda ao Senhor a oração que brotou em seu coração durante a leitura orante.
“Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho muito amado do Pai, caminho único para chegarmos a Ele. Nós vos louvamos e agradecemos, porque sois o exemplo que devemos seguir. Com simplicidade queremos aprender de Vós o modo de ver, julgar e agir. Queremos ser atraídos por Vós, para que, caminhando nas vossas pegadas, possamos viver dia a dia a liberdade dos filhos de Deus e buscar em tudo a vontade do Pai. Aumentai nossa esperança, impulsionando plenamente o nosso ser e o nosso agir. Ajudai-nos a retratar em nossa vida a vossa imagem, para que assim vos possamos possuir eternamente no céu. Amém.”

Contemplação (Vida e Missão)

Como você pretende viver concretamente, durante o dia, os apelos que o Senhor lhe fez?

Bênção

O Senhor Jesus Cristo esteja ao meu lado para me sustentar,
Dentro de mim para me encorajar,
Diante de mim para me orientar,
Atrás de mim para me proteger,
Acima de mim para me abençoar.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.
Que a bênção de Deus Pai de amor e bondade desça sobre mim e sobre toda a humanidade, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Aqui, mais do que ver uma crônica da família de Jesus, deve-se ver um retrato falado das pessoas cristãs dos tempos da redação dos evangelhos. No mundo judaico, os laços de sangue eram muito importantes. Além disso, prezavam-se os descendentes de Abraão. Os primeiros cristãos, em grande parte oriundos do judaísmo, também viviam essa mentalidade. Porém, ao aderir a Cristo, muitos tiveram problemas familiares, pois nem sempre todos os membros da família optavam pelo evangelho. Alguns permaneciam no judaísmo, iniciando assim as incompreensões, as brigas e até as perseguições. Mateus mostra com a presente perícope que, na nova comunidade, o que conta já não são mais os laços de sangue, nem descendência, mas tão somente realizar a vontade do Pai. A nova família dos fiéis a Deus supera a tradicional. Por isso mesmo, os fiéis dos anos 80 podem tranquilamente romper os laços de sangue com os familiares que os perseguiam. O que importa é fazer a vontade do Pai e encontrar nos demais discípulos o apoio da nova família. Os familiares de Jesus representam todos os consanguíneos dele, isto é, o povo judeu. No cristianismo isso já não importa nada. Todo judeu ou gentio que faz a vontade de Deus é família de Jesus. Quem não a faz, não o é.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.