Evangelho do dia 28/03/2021
Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor - Ano B - Vermelha

Na verdade, este homem era Filho de Deus - Mc 14,1-15,47
Faltavam dois dias para a Páscoa e a festa dos Pães sem fermento. Os sumos sacerdotes e os escribas procuravam um modo de prender Jesus e matá-lo à traição, pois diziam: “Não na festa, para que não haja tumulto entre o povo”. Quando Jesus estava sentado à mesa, em Betânia, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher com um frasco de alabastro cheio de perfume de nardo puro, muito caro. Ela o quebrou e derramou o conteúdo na cabeça de Jesus. Alguns que lá estavam ficaram irritados e comentavam: “Para que esse desperdício de perfume? Este perfume poderia ter sido vendido por trezentos denários para dar aos pobres.” E se puseram a censurá-la. Jesus, porém, lhes disse: “Deixai-a em paz! Por que a incomodais? Ela praticou uma boa ação para comigo. Os pobres sempre tendes convosco e podeis fazer-lhes o bem quando quiserdes. Mas a mim não tereis sempre. Ela fez o que estava a seu alcance. Com antecedência, ela embalsamou o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo: onde for anunciado o Evangelho, no mundo inteiro, será mencionado também, em sua memória, o que ela fez”.
Judas Iscariotes, um dos Doze, foi procurar os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus. Ouvindo isso, eles ficaram contentes e prometeram dar-lhe dinheiro. Judas, então, procurava uma oportunidade para entregá-lo. No primeiro dia dos Pães sem fermento, quando se sacrificava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?” Jesus enviou então dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: “Ide à cidade. Um homem carregando uma bilha de água virá ao vosso encontro. Segui-o e dizei ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda perguntar: Onde está a sala em que posso comer a ceia pascal com os meus discípulos?’ Ele, então, vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada. Lá fareis os preparativos para nós!” Os discípulos sairam e foram à cidade. Encontraram tudo como ele tinha dito e prepararam a ceia pascal.
Ao anoitecer, Jesus foi para lá com os Doze. Enquanto estavam à mesa comendo, Jesus disse: “Em verdade vos digo, um de vós vai me entregar, aquele que come comigo”. Eles ficaram tristes e, um após o outro, começaram a perguntar: “Acaso, serei eu?” Jesus lhes disse: “É um dos doze, aquele que se serve comigo do prato”. O Filho do Homem se vai, conforme está escrito a seu respeito. Ai, porém, daquele por quem o Filho do Homem é entregue. Melhor seria que tal homem nunca tivesse nascido!” Enquanto estavam comendo, Jesus tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e lhes deu, dizendo: “Tomai, isto é o meu corpo”. Depois, pegou o cálice, deu graças, passou-o a eles, e todos beberam. E disse-lhes: “Este é o meu sangue da nova Aliança, que é derramado por muitos. Em verdade, não bebereis mais do fruto da videira até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus”.
Depois de cantarem o salmo, saíram para o Monte das Oliveiras Jesus disse aos discípulos: “Todos vós sucumbireis, pois está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão’. Mas, depois que eu ressuscitar, irei à vossa frente para a Galileia”. Pedro, então, disse: “Mesmo que todos venham a sucumbir, eu não.” Respondeu-lhe Jesus: “Em verdade te digo, hoje mesmo, esta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarei”. E todos diziam a mesma coisa. Chegaram a uma propriedade chamada Getsêmani. Jesus disse aos discípulos: “Sentai-vos aqui, enquanto eu vou orar”. Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a sentir pavor e agústia. Jesus, então, lhes disse: “Sinto uma tristeza mortal! Ficai aqui e vigiai!” Jesus foi um pouco mais adiante, caiu por terra e orava para que aquela hora, se fosse possível, passasse dele. Ele dizia: “Abbá! Pai! Tudo é possível para ti. Afasta de mim este cálice! Mas seja feito não o que eu quero, porém o que tu queres”. Quando voltou, encontrou os discípulos dormindo. Então disse a Pedro: “Simão, estás dormindo? Não fostes capaz de ficar vigiando uma só hora? Vigiai e orai, para não cairdes em tentação! O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Jesus afastou-se outra vez e orou, repetindo as mesmas palavras. Voltou novamente e encontrou-os dormindo, pois seus olhos estavam pesados de sono. E eles não sabiam o que responder. Ao voltar pela terceira vez, ele lhes disse: “Ainda dormis e descansais? Basta! Chegou a hora! Vede, o Filho do Homem está sendo entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos! Vamos! Aquele que vai me entregar está chegando”.
Jesus ainda falava, quando chegou Judas, um dos Doze, acompanhado de uma multidão com espadas e paus; eles vinham da parte dos sumos sacerdotes, escribas e anciãos. O traidor tinha combinado com eles um sinal. “É aquele que eu vou beijar. Predei-o e levai-o com cautela!” Chegando, Judas logo se aproximou e disse: “Rabi!” E beijou-o. Então, eles lançaram as mãos em Jesus e o prenderam. Um dos presentes puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a ponta da orelha. Tomando a palavra, Jesus disse: “Viestes com espadas e paus para me prender, como se eu fosse um bandido? Todos os dias eu estava convosco, no templo, ensinando, e não me prendestes. Mas, isto acontece para que se cumpram as Escrituras”. Então, abandonando-o, todos os discípulos fugiram. Um jovem o seguia coberto só de um lençol. Eles o pegaram, mas ele largou o lençol e fugiu nu.
Levaram Jesus ao sumo sacerdote, e reuniram-se todos os sumos sacerdotes, os anciãos e os escribas. Pedro tinha seguido Jesus de longe até dentro do pátio do sumo sacerdote. Sentado com os guardas, aquecia-se perto do fogo. Os sumos sacerdotes e o sinédrio inteiro procuravam um testemunho contra Jesus para condená-lo à morte, mas não encontravam. Muitos testemunhavam contra ele falsamente, mas os depoimentos não concordavam entre si. Alguns se levantaram e falsamente testemunharam contra ele: “Nós o ouvimos dizer: ‘Vou destruir este santuário feito por mão humana, e em três dias construirei um outro, não feito por mão humana!’” Mas nem assim concordavam os depoimentos deles. O sumo sacerdote se levantou no meio dele e perguntou a Jesus: “Nada tens a responder ao que estes testemunham contra ti?” Jesus continuou calado e nada respondeu. O sumo sacerdote perguntou de novo: “És tu o Cristo, o Filho de Deus Bendito?” Jesus respondeu: “Eu sou. E verei o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso, vindo com as nuvens do céu”. O sumo sacerdote rasgou suas vestes e disse: “Que necessidade temos ainda de testemunhas? Ouvistes a blasfêmia! Que vos parece?” Então, todos o sentenciaram réu de morte. Alguns começaram a cuspir nele. Cobrindo-lhe o rosto, batiam nele e diziam: “Profetiza!” Os guardas, também, o receberam a tapas.
Pedro estava no pátio, em baixo. Veio uma criada do sumo sacerdote e, quando viu Pedro que se aquecia, olhou bem para ele e disse: “Tu também estavas com Jesus, esse nazareno!” Mas, Pedro negou dizendo: “Não sei nem entendo de estás falando!” Ele saiu e foi para a entrada do pátio. E o galo cantou. A criada, vendo Pedro, começou outra vez a dizer aos que lá estavam por perto: “Este é um deles”. Mas Pedro negou outra vez. Pouco depois os que lá estavam diziam a Pedro: “É claro que és um deles, pois tu és galileu”. Ele começou então a praguejar e a jurar: “Nem conheço esse homem de quem estais falando!” E nesse instante, pela segunda vez, o galo cantou. Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: “Antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás”. E começou a chorar.
Logo de manhã, os príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho, com os anciãos e os escribas e todo o Sinédrio. Depois de terem manietado Jesus, foram entregá-lo a Pilatos. Pilatos perguntou-Lhe: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “É como dizes”. E os príncipes dos sacerdotes faziam muitas acusações contra Ele. Pilatos interrogou-o de novo: “Não respondes nada? Vê de quantas coisas te acusam”. Mas Jesus nada respondeu, de modo que Pilatos estava admirado. Pela festa da Páscoa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso à sua escolha. Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos, que numa revolta tinham cometido um assassínio. A multidão, subindo, começou a pedir o que era costume conceder-lhes. Pilatos respondeu: “Quereis que vos solte o rei dos judeus?” Ele sabia que os príncipes dos sacerdotes o tinham entregado por inveja. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes incitaram a multidão a pedir que lhes soltasse antes Barrabás. Pilatos, tomando de novo a palavra, perguntou-lhes: “Então, que hei de fazer daquele que chamais o rei dos judeus?” Eles gritaram de novo: “Crucifica-o!” Pilatos insistiu: “Que mal fez ele?” Mas eles gritaram ainda mais: “Crucifica-o!” Então Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás e, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-o para ser crucificado.
Os soldados levaram-no para dentro do palácio, que era o pretório, e convocaram toda a coorte. Revestiram-no com um mando de púrpura e puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido. Depois começaram a saudá-lo: “Salve, rei dos judeus!” Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-lhe e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele. Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e vestiram-lhe as suas roupas. Em seguida levaram-no dali para o crucificarem. Requisitaram, para lhe levar a cruz, um homem que passava, vindo do campo, Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo. E levaram Jesus ao lugar do Gólgota, quer dizer, lugar do Calvário. Queriam dar-lhe vinho misturado com mirra, mas ele não o quis beber. Depois crucificaram-no. E repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para verem o que levaria cada um. Eram nove horas da manhã quando o crucificaram. O letreiro que indicava a causa da condenação tinha escrito: “rei dos judeus”. Crucificaram com ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam insultavam-no e abanavam a cabeça, dizendo: “Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-te a ti mesmo e desce da cruz”. Os príncipes dos sacerdotes e os escribas troçavam uns com os outros, dizendo: “Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo! Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para nós vermos e acreditarmos”. Até os que estavam crucificados com ele o injuriavam. Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até as três horas da tarde. E, às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: “Eloí, Eloí, lamá sabachtháni?”, que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram: “Está a chamar por Elias”. Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta duma cana, deu-lhe a beber e disse: “Deixa ver se Elias vem tirá-lo dali”. Então Jesus, soltando um grande brado, expirou. O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo. O centurião que estava em frente de Jesus, ao vê-lo expirar daquela maneira, exclamou: “Na verdade, este homem era Filho de Deus”.
Estavam ali também algumas mulheres olhando de longe; entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago Menor e de Joset, e Salomé. Quando ele estava na Galileia, estas os seguiam e lhe prestavam serviços. Estavam ali também muitas outras mulheres que com ele tinham subido a Jerusalém. Já caíra a tarde. Era o dia de preparação (isto é, a véspera do sábado). Por isso, José de Arimateia, membro respeitável do sinédrio, que também esperava o Reino de Deus, cheio de coragem foi a Pilatos pedir o corpo de Jesus. Pilatos ficou admirado quando soube que Jesus estava morto. Chamou o centurião e perguntou se tinha morrido havia muito tempo. Informado pelo centurião, Pilatos entregou o corpo a José. José comprou um lençol de linho, desceu Jesus da cruz, envolveu-o no lençol e colocou-o num túmulo escavado na rocha; depois, rolou uma pedra na entrada do túmulo. Maria Madalena e Maria, mãe de Joset, observavam onde ele era colocado.
Oração Inicial
A liturgia deste último domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos.
Oração: “Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em Tua Palavra. Envia Teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a Tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em Ti. Amém.”
Leitura (Verdade)
O que as pessoas falam sobre Jesus? Por que decidiram matá-lo? Por que Judas o traiu? Onde Jesus quer celebrar a Páscoa com seus discípulos?
Evangelho: Mc 14,1–15,47 Faltavam dois dias para a Páscoa e a festa dos Pães sem fermento. Os sumos sacerdotes e os escribas procuravam um modo de prender Jesus e matá-lo à traição […]. Judas, um dos Doze, foi procurar os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus. […] Judas procurava uma oportunidade para entregá-lo. No primeiro dia dos Pães sem fermento, quando se sacrificava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?” Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes […]: “O Mestre manda perguntar: onde está a sala em que posso comer a ceia pascal com os meus discípulos?”
Com a solene procissão de Ramos, estamos iniciando a Semana Santa. Não é santa por determinação do calendário, mas porque nós queremos santificá-la. O Senhor quer celebrar a Páscoa em nossa casa, em nossa vida. Queremos acompanhar os passos de Jesus na densidade dos últimos dias vividos por ele na terra. Queremos estar no cenáculo para partilhar o pão e o vinho, o banquete da vida, e tomar consciência de que ele nos amou até o fim, além dos limites do amor. Queremos acompanhá-lo na agonia do Jardim das Oliveiras; queremos estar com ele diante dos falsos tribunais deste mundo. Com ele caminharemos na subida do calvário, e estaremos junto à cruz até o último instante. Só assim poderemos participar de sua ressurreição.( Viver a Palavra 2021 – Frei Aldo Colombo –Paulinas Editora).
Meditação (Caminho)
Tome consciência do movimento interno que a palavra suscitou em você, preste atenção aos seus pensamentos, sentimentos, iluminação, inspiração, apelos...
Oração (Vida)
Jesus Mestre, santificai a minha mente e aumentai a minha fé.
Jesus, Mestre na Igreja, atraí todos à vossa escola.
Jesus Mestre, libertai-me do erro, dos pensamentos inúteis e das trevas eternas.
Ó Jesus, caminho entre o Pai e nós, tudo vos ofereço e de vós tudo espero.
Ó Jesus, caminho da santidade, fazei que eu seja vosso fiel seguidor.
Ó Jesus caminho, tornai-me perfeito como o Pai que está no céu.
Ó Jesus vida, vivei em mim, para que eu viva em vós.
Ó Jesus vida, não permitais que eu me separe de vós.
Ó Jesus vida, fazei-me viver eternamente na alegria de vosso amor.
Ó Jesus verdade, que eu seja luz do mundo.
Ó Jesus caminho, que eu seja exemplo e modelo para as pessoas.
Ó Jesus vida, que minha presença leve em toda parte graça e consolação.
Contemplação (Vida e Missão)
Contemple a presença de Deus iluminando, trazendo paz, apontando sentido para algum sofrimento...
Bênção
Benção especial da Quaresma
- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos, como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa. Amém.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta jornada quaresmal a uma verdadeira conversão. Amém.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo celebrar a vitória da Páscoa. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
“Na verdade, este homem é o Filho de Deus”. “Nós sabemos que veio o Filho de Deus e nos deu a inteligência para conhecermos o Verdadeiro. E nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida Eterna”, escreve São João na sua primeira carta. Começamos a Semana Santa. Procure vivê-la silenciosamente e de forma diferente das demais semanas do ano. Cristo entra glorioso em Jerusalém para sentar-se no trono da cruz, que permanece firme enquanto o mundo gira.
Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2021’, Paulinas.Evangelho do dia 28/03/2021
Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor - Ano B - Vermelha

Na verdade, este homem era Filho de Deus - Mc 14,1-15,47
Faltavam dois dias para a Páscoa e a festa dos Pães sem fermento. Os sumos sacerdotes e os escribas procuravam um modo de prender Jesus e matá-lo à traição, pois diziam: “Não na festa, para que não haja tumulto entre o povo”. Quando Jesus estava sentado à mesa, em Betânia, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher com um frasco de alabastro cheio de perfume de nardo puro, muito caro. Ela o quebrou e derramou o conteúdo na cabeça de Jesus. Alguns que lá estavam ficaram irritados e comentavam: “Para que esse desperdício de perfume? Este perfume poderia ter sido vendido por trezentos denários para dar aos pobres.” E se puseram a censurá-la. Jesus, porém, lhes disse: “Deixai-a em paz! Por que a incomodais? Ela praticou uma boa ação para comigo. Os pobres sempre tendes convosco e podeis fazer-lhes o bem quando quiserdes. Mas a mim não tereis sempre. Ela fez o que estava a seu alcance. Com antecedência, ela embalsamou o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo: onde for anunciado o Evangelho, no mundo inteiro, será mencionado também, em sua memória, o que ela fez”.
Judas Iscariotes, um dos Doze, foi procurar os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus. Ouvindo isso, eles ficaram contentes e prometeram dar-lhe dinheiro. Judas, então, procurava uma oportunidade para entregá-lo. No primeiro dia dos Pães sem fermento, quando se sacrificava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?” Jesus enviou então dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: “Ide à cidade. Um homem carregando uma bilha de água virá ao vosso encontro. Segui-o e dizei ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda perguntar: Onde está a sala em que posso comer a ceia pascal com os meus discípulos?’ Ele, então, vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada. Lá fareis os preparativos para nós!” Os discípulos sairam e foram à cidade. Encontraram tudo como ele tinha dito e prepararam a ceia pascal.
Ao anoitecer, Jesus foi para lá com os Doze. Enquanto estavam à mesa comendo, Jesus disse: “Em verdade vos digo, um de vós vai me entregar, aquele que come comigo”. Eles ficaram tristes e, um após o outro, começaram a perguntar: “Acaso, serei eu?” Jesus lhes disse: “É um dos doze, aquele que se serve comigo do prato”. O Filho do Homem se vai, conforme está escrito a seu respeito. Ai, porém, daquele por quem o Filho do Homem é entregue. Melhor seria que tal homem nunca tivesse nascido!” Enquanto estavam comendo, Jesus tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e lhes deu, dizendo: “Tomai, isto é o meu corpo”. Depois, pegou o cálice, deu graças, passou-o a eles, e todos beberam. E disse-lhes: “Este é o meu sangue da nova Aliança, que é derramado por muitos. Em verdade, não bebereis mais do fruto da videira até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus”.
Depois de cantarem o salmo, saíram para o Monte das Oliveiras Jesus disse aos discípulos: “Todos vós sucumbireis, pois está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão’. Mas, depois que eu ressuscitar, irei à vossa frente para a Galileia”. Pedro, então, disse: “Mesmo que todos venham a sucumbir, eu não.” Respondeu-lhe Jesus: “Em verdade te digo, hoje mesmo, esta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarei”. E todos diziam a mesma coisa. Chegaram a uma propriedade chamada Getsêmani. Jesus disse aos discípulos: “Sentai-vos aqui, enquanto eu vou orar”. Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a sentir pavor e agústia. Jesus, então, lhes disse: “Sinto uma tristeza mortal! Ficai aqui e vigiai!” Jesus foi um pouco mais adiante, caiu por terra e orava para que aquela hora, se fosse possível, passasse dele. Ele dizia: “Abbá! Pai! Tudo é possível para ti. Afasta de mim este cálice! Mas seja feito não o que eu quero, porém o que tu queres”. Quando voltou, encontrou os discípulos dormindo. Então disse a Pedro: “Simão, estás dormindo? Não fostes capaz de ficar vigiando uma só hora? Vigiai e orai, para não cairdes em tentação! O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Jesus afastou-se outra vez e orou, repetindo as mesmas palavras. Voltou novamente e encontrou-os dormindo, pois seus olhos estavam pesados de sono. E eles não sabiam o que responder. Ao voltar pela terceira vez, ele lhes disse: “Ainda dormis e descansais? Basta! Chegou a hora! Vede, o Filho do Homem está sendo entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos! Vamos! Aquele que vai me entregar está chegando”.
Jesus ainda falava, quando chegou Judas, um dos Doze, acompanhado de uma multidão com espadas e paus; eles vinham da parte dos sumos sacerdotes, escribas e anciãos. O traidor tinha combinado com eles um sinal. “É aquele que eu vou beijar. Predei-o e levai-o com cautela!” Chegando, Judas logo se aproximou e disse: “Rabi!” E beijou-o. Então, eles lançaram as mãos em Jesus e o prenderam. Um dos presentes puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a ponta da orelha. Tomando a palavra, Jesus disse: “Viestes com espadas e paus para me prender, como se eu fosse um bandido? Todos os dias eu estava convosco, no templo, ensinando, e não me prendestes. Mas, isto acontece para que se cumpram as Escrituras”. Então, abandonando-o, todos os discípulos fugiram. Um jovem o seguia coberto só de um lençol. Eles o pegaram, mas ele largou o lençol e fugiu nu.
Levaram Jesus ao sumo sacerdote, e reuniram-se todos os sumos sacerdotes, os anciãos e os escribas. Pedro tinha seguido Jesus de longe até dentro do pátio do sumo sacerdote. Sentado com os guardas, aquecia-se perto do fogo. Os sumos sacerdotes e o sinédrio inteiro procuravam um testemunho contra Jesus para condená-lo à morte, mas não encontravam. Muitos testemunhavam contra ele falsamente, mas os depoimentos não concordavam entre si. Alguns se levantaram e falsamente testemunharam contra ele: “Nós o ouvimos dizer: ‘Vou destruir este santuário feito por mão humana, e em três dias construirei um outro, não feito por mão humana!’” Mas nem assim concordavam os depoimentos deles. O sumo sacerdote se levantou no meio dele e perguntou a Jesus: “Nada tens a responder ao que estes testemunham contra ti?” Jesus continuou calado e nada respondeu. O sumo sacerdote perguntou de novo: “És tu o Cristo, o Filho de Deus Bendito?” Jesus respondeu: “Eu sou. E verei o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso, vindo com as nuvens do céu”. O sumo sacerdote rasgou suas vestes e disse: “Que necessidade temos ainda de testemunhas? Ouvistes a blasfêmia! Que vos parece?” Então, todos o sentenciaram réu de morte. Alguns começaram a cuspir nele. Cobrindo-lhe o rosto, batiam nele e diziam: “Profetiza!” Os guardas, também, o receberam a tapas.
Pedro estava no pátio, em baixo. Veio uma criada do sumo sacerdote e, quando viu Pedro que se aquecia, olhou bem para ele e disse: “Tu também estavas com Jesus, esse nazareno!” Mas, Pedro negou dizendo: “Não sei nem entendo de estás falando!” Ele saiu e foi para a entrada do pátio. E o galo cantou. A criada, vendo Pedro, começou outra vez a dizer aos que lá estavam por perto: “Este é um deles”. Mas Pedro negou outra vez. Pouco depois os que lá estavam diziam a Pedro: “É claro que és um deles, pois tu és galileu”. Ele começou então a praguejar e a jurar: “Nem conheço esse homem de quem estais falando!” E nesse instante, pela segunda vez, o galo cantou. Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: “Antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás”. E começou a chorar.
Logo de manhã, os príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho, com os anciãos e os escribas e todo o Sinédrio. Depois de terem manietado Jesus, foram entregá-lo a Pilatos. Pilatos perguntou-Lhe: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “É como dizes”. E os príncipes dos sacerdotes faziam muitas acusações contra Ele. Pilatos interrogou-o de novo: “Não respondes nada? Vê de quantas coisas te acusam”. Mas Jesus nada respondeu, de modo que Pilatos estava admirado. Pela festa da Páscoa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso à sua escolha. Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos, que numa revolta tinham cometido um assassínio. A multidão, subindo, começou a pedir o que era costume conceder-lhes. Pilatos respondeu: “Quereis que vos solte o rei dos judeus?” Ele sabia que os príncipes dos sacerdotes o tinham entregado por inveja. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes incitaram a multidão a pedir que lhes soltasse antes Barrabás. Pilatos, tomando de novo a palavra, perguntou-lhes: “Então, que hei de fazer daquele que chamais o rei dos judeus?” Eles gritaram de novo: “Crucifica-o!” Pilatos insistiu: “Que mal fez ele?” Mas eles gritaram ainda mais: “Crucifica-o!” Então Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás e, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-o para ser crucificado.
Os soldados levaram-no para dentro do palácio, que era o pretório, e convocaram toda a coorte. Revestiram-no com um mando de púrpura e puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido. Depois começaram a saudá-lo: “Salve, rei dos judeus!” Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-lhe e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele. Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e vestiram-lhe as suas roupas. Em seguida levaram-no dali para o crucificarem. Requisitaram, para lhe levar a cruz, um homem que passava, vindo do campo, Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo. E levaram Jesus ao lugar do Gólgota, quer dizer, lugar do Calvário. Queriam dar-lhe vinho misturado com mirra, mas ele não o quis beber. Depois crucificaram-no. E repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para verem o que levaria cada um. Eram nove horas da manhã quando o crucificaram. O letreiro que indicava a causa da condenação tinha escrito: “rei dos judeus”. Crucificaram com ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam insultavam-no e abanavam a cabeça, dizendo: “Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-te a ti mesmo e desce da cruz”. Os príncipes dos sacerdotes e os escribas troçavam uns com os outros, dizendo: “Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo! Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para nós vermos e acreditarmos”. Até os que estavam crucificados com ele o injuriavam. Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até as três horas da tarde. E, às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: “Eloí, Eloí, lamá sabachtháni?”, que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram: “Está a chamar por Elias”. Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta duma cana, deu-lhe a beber e disse: “Deixa ver se Elias vem tirá-lo dali”. Então Jesus, soltando um grande brado, expirou. O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo. O centurião que estava em frente de Jesus, ao vê-lo expirar daquela maneira, exclamou: “Na verdade, este homem era Filho de Deus”.
Estavam ali também algumas mulheres olhando de longe; entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago Menor e de Joset, e Salomé. Quando ele estava na Galileia, estas os seguiam e lhe prestavam serviços. Estavam ali também muitas outras mulheres que com ele tinham subido a Jerusalém. Já caíra a tarde. Era o dia de preparação (isto é, a véspera do sábado). Por isso, José de Arimateia, membro respeitável do sinédrio, que também esperava o Reino de Deus, cheio de coragem foi a Pilatos pedir o corpo de Jesus. Pilatos ficou admirado quando soube que Jesus estava morto. Chamou o centurião e perguntou se tinha morrido havia muito tempo. Informado pelo centurião, Pilatos entregou o corpo a José. José comprou um lençol de linho, desceu Jesus da cruz, envolveu-o no lençol e colocou-o num túmulo escavado na rocha; depois, rolou uma pedra na entrada do túmulo. Maria Madalena e Maria, mãe de Joset, observavam onde ele era colocado.
Oração Inicial
A liturgia deste último domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos.
Oração: “Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em Tua Palavra. Envia Teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a Tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em Ti. Amém.”
Leitura (Verdade)
O que as pessoas falam sobre Jesus? Por que decidiram matá-lo? Por que Judas o traiu? Onde Jesus quer celebrar a Páscoa com seus discípulos?
Evangelho: Mc 14,1–15,47 Faltavam dois dias para a Páscoa e a festa dos Pães sem fermento. Os sumos sacerdotes e os escribas procuravam um modo de prender Jesus e matá-lo à traição […]. Judas, um dos Doze, foi procurar os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus. […] Judas procurava uma oportunidade para entregá-lo. No primeiro dia dos Pães sem fermento, quando se sacrificava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?” Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes […]: “O Mestre manda perguntar: onde está a sala em que posso comer a ceia pascal com os meus discípulos?”
Com a solene procissão de Ramos, estamos iniciando a Semana Santa. Não é santa por determinação do calendário, mas porque nós queremos santificá-la. O Senhor quer celebrar a Páscoa em nossa casa, em nossa vida. Queremos acompanhar os passos de Jesus na densidade dos últimos dias vividos por ele na terra. Queremos estar no cenáculo para partilhar o pão e o vinho, o banquete da vida, e tomar consciência de que ele nos amou até o fim, além dos limites do amor. Queremos acompanhá-lo na agonia do Jardim das Oliveiras; queremos estar com ele diante dos falsos tribunais deste mundo. Com ele caminharemos na subida do calvário, e estaremos junto à cruz até o último instante. Só assim poderemos participar de sua ressurreição.( Viver a Palavra 2021 – Frei Aldo Colombo –Paulinas Editora).
Meditação (Caminho)
Tome consciência do movimento interno que a palavra suscitou em você, preste atenção aos seus pensamentos, sentimentos, iluminação, inspiração, apelos...
Oração (Vida)
Jesus Mestre, santificai a minha mente e aumentai a minha fé.
Jesus, Mestre na Igreja, atraí todos à vossa escola.
Jesus Mestre, libertai-me do erro, dos pensamentos inúteis e das trevas eternas.
Ó Jesus, caminho entre o Pai e nós, tudo vos ofereço e de vós tudo espero.
Ó Jesus, caminho da santidade, fazei que eu seja vosso fiel seguidor.
Ó Jesus caminho, tornai-me perfeito como o Pai que está no céu.
Ó Jesus vida, vivei em mim, para que eu viva em vós.
Ó Jesus vida, não permitais que eu me separe de vós.
Ó Jesus vida, fazei-me viver eternamente na alegria de vosso amor.
Ó Jesus verdade, que eu seja luz do mundo.
Ó Jesus caminho, que eu seja exemplo e modelo para as pessoas.
Ó Jesus vida, que minha presença leve em toda parte graça e consolação.
Contemplação (Vida e Missão)
Contemple a presença de Deus iluminando, trazendo paz, apontando sentido para algum sofrimento...
Bênção
Benção especial da Quaresma
- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos, como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa. Amém.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta jornada quaresmal a uma verdadeira conversão. Amém.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo celebrar a vitória da Páscoa. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
“Na verdade, este homem é o Filho de Deus”. “Nós sabemos que veio o Filho de Deus e nos deu a inteligência para conhecermos o Verdadeiro. E nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida Eterna”, escreve São João na sua primeira carta. Começamos a Semana Santa. Procure vivê-la silenciosamente e de forma diferente das demais semanas do ano. Cristo entra glorioso em Jerusalém para sentar-se no trono da cruz, que permanece firme enquanto o mundo gira.
Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2021’, Paulinas.