Evangelho do dia 19/06/2022
12º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Verde

Quem perder sua vida por mim a salvará - Lc 9,18-24
Jesus estava orando, a sós, e os discípulos estavam com ele. Então, perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; outros ainda acham que algum dos antigos profetas ressuscitou”. Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Mas ele advertiu-os para que não contassem isso a ninguém. E explicou: “É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar”. Depois, Jesus começou a dizer a todos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará”.
Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.Oração Inicial
Liturgia do 12º domingo do Tempo Comum.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
A Palavra do Senhor vem nos orientar, impelir-nos para o conhecimento do “Messias”, o enviado do Pai. Coloquemo-nos, conscientemente, em sua presença, deixemos que ele faça a nós a pergunta que fez aos discípulos: “Quem diz o povo que eu sou?” “E vós, quem dizeis que eu sou?”
Leitura (Verdade)
Deus se revela por meio de seu Filho Jesus Cristo. Aproxime-se da sua Palavra e faça a leitura, destacando as provocações que as perguntas de Jesus suscitam. Procure identificar o tema central do Evangelho e reflita sobre a mensagem que Jesus comunica por meio dele.
Evangelho: Lc 9,18-24 Jesus estava orando, a sós, e os discípulos estavam com ele. Então, perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; outros ainda acham que algum dos antigos profetas ressuscitou”. Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Mas ele advertiu-os para que não contassem isso a ninguém. E explicou: “É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar”. Depois, Jesus começou a dizer a todos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará”.
“Somos herdeiros de um cristianismo cultural. Fomos batizados como crianças por nossas famílias. Boa parte das famílias não tem conseguido educar na fé católica os filhos que batizou. O tempo está nos pedindo uma adesão clara, consciente e forte à pessoa de Jesus e a sua Igreja. Não é possível alguém ser cristão e não conhecer Jesus e seu Evangelho, não viver a fé como membro vivo da Igreja. A certa altura, Jesus quis saber dos discípulos quem ele era para eles. O povo estava meio confuso, mas os discípulos mais próximos reconheciam que ele era o Cristo de Deus, o enviado do Pai. Pedro interpretou bem a fé da comunidade dos discípulos. Jesus insistiu no seguimento: o discípulo caminha com Jesus”. (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).
Meditação (Caminho)
Tem muita gente que segue, irracionalmente, pessoas e ideologias. Há muitos líderes que alienam seus seguidores. Jesus queria saber se seus discípulos sabiam quem ele era. As multidões estão confusas: João Batista, Elias, alguns dos antigos profetas. ‘E para vocês, quem sou eu?’ Aqui está a pergunta central.
Se a sua resposta é na linha da resposta de Pedro, então, não há outra alternativa senão seguir o Mestre: “Renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga!”.
Você reafirma sua adesão a Cristo? Como? Com que atitudes?
Oração (Vida)
Na oração, você se coloca na presença do Senhor e lhe diz tudo que há em seu coração. Esse é um encontro muito esperado por Deus, na pessoa de Jesus Cristo, pela ação do Espírito Santo. Apresente ao Senhor o que você deseja sem medo, pois Deus o(a) ama com amor infinito.
Contemplação (Vida e Missão)
Contemplando esta Palavra: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará” é a sua vez de posicionar-se perante este Evangelho, claro e exigente, porém, esperançoso e promissor.
Bênção
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Filipenses 4,8).
Não é fácil entender a lógica de Deus. Reconhecer Jesus como o Cristo de Deus é fácil. Difícil é assumir as consequências disso, pois o ser humano sempre tem ambições de grandeza. É na cruz que o verdadeiro rosto de Deus transparece. Em Zc 12,10-11; 13,1, os estudiosos da Bíblia não sabem quem é o transpassado. Em todos os casos, um inocente foi morto e o autor pensa num tempo de arrependimento e choro por esse crime. Jo 19,37 relê a morte de Jesus dentro desse texto. Assim como nos tempos de Zacarias, nos tempos de Jesus e também hoje geralmente se percebe o papel do profeta só depois de ele ter sido rejeitado. O texto de Gl 3,26-29 é um dos maiores desafios ainda hoje. Paulo entende que, pela fé em Jesus Cristo e pelo batismo, as pessoas se revestiram de Cristo; portanto, entraram em nova relação com Deus, o único Pai. Despiram-se do homem velho (Cl 3,9s), e acabaram todas as divisões: de raça (judeu e grego), de posição social (escravo ou livre), de sexo (homem ou mulher). Todos têm exatamente a mesma dignidade. Cabe perguntar: nas comunidades cristãs ainda existem divisões? O texto de Lc 9,18-24 apresenta três assuntos: profissão de fé de Pedro (vv. 18-20); anúncio da paixão, morte e ressurreição (vv. 21-22); o seguimento pela cruz (vv. 23-24). Era a mentalidade da época que o Messias, quando viesse, libertaria Israel da opressão. Todos o imaginavam como o forte que faria tremer os inimigos da nação e derrotaria as forças opressoras. Nas respostas que o povo dá a respeito de quem é Jesus – João Batista, Elias e profeta –, há algo ainda incipiente. Pensam que ele está preparando o caminho para a vinda do Messias. Já percebem algo de extraordinário, mas, diante de sua renúncia à grandeza, não o veem como o próprio Messias. Na resposta de Pedro a profissão é correta, mas Jesus o proíbe de dizê-lo, porque a ideia de Messias que Pedro tem está completamente errada. Pedro e seus colegas pensam que Jesus irá usar a força e a violência para triunfar sobre os inimigos. Isso é pensar coisas dos homens, e não de Deus (Mc 8,23). Logo a seguir, Jesus corrige a perspectiva de Pedro, anunciando que irá para a derrota da cruz. Mais do que isso, os que quiserem segui-lo, devem estar prontos a também carregá-la. Que frustração isso terá causado na compreensão dos discípulos daquele tempo e ainda causa na compreensão de muitos cristãos de hoje, que transformaram Jesus em um milagreiro poderoso! Provavelmente, quando os apóstolos e muitos discípulos aderiram a Jesus, nem de longe imaginavam aonde isso os levaria. Em Mc 8,32, isso é ilustrado com mais clareza, quando Pedro admoesta Jesus, porque, na sua cabeça, Jesus não podia morrer. Ele esperava uma grande vitória, não a morte. Seguir Jesus é renegar a si mesmo, ou seja, renunciar a toda ambição de triunfalismo, e entrar na lógica de Deus: através da cruz e da doação da própria vida, trilhar o caminho do amor e transformar este mundo. Isso ainda hoje é um dos grandes desafios do cristianismo. Muitos pregadores transformam Jesus em poderoso vencedor, esquecendo-se da cruz. Por conseguinte, também os seguidores não assumem as cruzes e a doção da vida. Usam da fé em Cristo como um talismã para vencer na vida. A lógica de Deus não foi entendida pelos que transpassaram sua vítima (primeira leitura), mas que, pela graça de Deus, puderam chorar sua culpa. Também os racistas, ricos e machistas não entenderam a novidade advinda da fé e do batismo (segunda leitura), mas foram exortados pelo apóstolo. Na cruz, ela se revela com toda clareza (evangelho), para que ninguém mais use a lógica meramente humana. O apelo é para harmonizar-se com a maneira de pensar de Deus.
Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.Evangelho do dia 19/06/2022
12º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Verde

Quem perder sua vida por mim a salvará - Lc 9,18-24
Jesus estava orando, a sós, e os discípulos estavam com ele. Então, perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; outros ainda acham que algum dos antigos profetas ressuscitou”. Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Mas ele advertiu-os para que não contassem isso a ninguém. E explicou: “É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar”. Depois, Jesus começou a dizer a todos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará”.
Oração Inicial
Liturgia do 12º domingo do Tempo Comum.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
A Palavra do Senhor vem nos orientar, impelir-nos para o conhecimento do “Messias”, o enviado do Pai. Coloquemo-nos, conscientemente, em sua presença, deixemos que ele faça a nós a pergunta que fez aos discípulos: “Quem diz o povo que eu sou?” “E vós, quem dizeis que eu sou?”
Leitura (Verdade)
Deus se revela por meio de seu Filho Jesus Cristo. Aproxime-se da sua Palavra e faça a leitura, destacando as provocações que as perguntas de Jesus suscitam. Procure identificar o tema central do Evangelho e reflita sobre a mensagem que Jesus comunica por meio dele.
Evangelho: Lc 9,18-24 Jesus estava orando, a sós, e os discípulos estavam com ele. Então, perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; outros ainda acham que algum dos antigos profetas ressuscitou”. Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Mas ele advertiu-os para que não contassem isso a ninguém. E explicou: “É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar”. Depois, Jesus começou a dizer a todos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará”.
“Somos herdeiros de um cristianismo cultural. Fomos batizados como crianças por nossas famílias. Boa parte das famílias não tem conseguido educar na fé católica os filhos que batizou. O tempo está nos pedindo uma adesão clara, consciente e forte à pessoa de Jesus e a sua Igreja. Não é possível alguém ser cristão e não conhecer Jesus e seu Evangelho, não viver a fé como membro vivo da Igreja. A certa altura, Jesus quis saber dos discípulos quem ele era para eles. O povo estava meio confuso, mas os discípulos mais próximos reconheciam que ele era o Cristo de Deus, o enviado do Pai. Pedro interpretou bem a fé da comunidade dos discípulos. Jesus insistiu no seguimento: o discípulo caminha com Jesus”. (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).
Meditação (Caminho)
Tem muita gente que segue, irracionalmente, pessoas e ideologias. Há muitos líderes que alienam seus seguidores. Jesus queria saber se seus discípulos sabiam quem ele era. As multidões estão confusas: João Batista, Elias, alguns dos antigos profetas. ‘E para vocês, quem sou eu?’ Aqui está a pergunta central.
Se a sua resposta é na linha da resposta de Pedro, então, não há outra alternativa senão seguir o Mestre: “Renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga!”.
Você reafirma sua adesão a Cristo? Como? Com que atitudes?
Oração (Vida)
Na oração, você se coloca na presença do Senhor e lhe diz tudo que há em seu coração. Esse é um encontro muito esperado por Deus, na pessoa de Jesus Cristo, pela ação do Espírito Santo. Apresente ao Senhor o que você deseja sem medo, pois Deus o(a) ama com amor infinito.
Contemplação (Vida e Missão)
Contemplando esta Palavra: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará” é a sua vez de posicionar-se perante este Evangelho, claro e exigente, porém, esperançoso e promissor.
Bênção
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Filipenses 4,8).
Não é fácil entender a lógica de Deus. Reconhecer Jesus como o Cristo de Deus é fácil. Difícil é assumir as consequências disso, pois o ser humano sempre tem ambições de grandeza. É na cruz que o verdadeiro rosto de Deus transparece. Em Zc 12,10-11; 13,1, os estudiosos da Bíblia não sabem quem é o transpassado. Em todos os casos, um inocente foi morto e o autor pensa num tempo de arrependimento e choro por esse crime. Jo 19,37 relê a morte de Jesus dentro desse texto. Assim como nos tempos de Zacarias, nos tempos de Jesus e também hoje geralmente se percebe o papel do profeta só depois de ele ter sido rejeitado. O texto de Gl 3,26-29 é um dos maiores desafios ainda hoje. Paulo entende que, pela fé em Jesus Cristo e pelo batismo, as pessoas se revestiram de Cristo; portanto, entraram em nova relação com Deus, o único Pai. Despiram-se do homem velho (Cl 3,9s), e acabaram todas as divisões: de raça (judeu e grego), de posição social (escravo ou livre), de sexo (homem ou mulher). Todos têm exatamente a mesma dignidade. Cabe perguntar: nas comunidades cristãs ainda existem divisões? O texto de Lc 9,18-24 apresenta três assuntos: profissão de fé de Pedro (vv. 18-20); anúncio da paixão, morte e ressurreição (vv. 21-22); o seguimento pela cruz (vv. 23-24). Era a mentalidade da época que o Messias, quando viesse, libertaria Israel da opressão. Todos o imaginavam como o forte que faria tremer os inimigos da nação e derrotaria as forças opressoras. Nas respostas que o povo dá a respeito de quem é Jesus – João Batista, Elias e profeta –, há algo ainda incipiente. Pensam que ele está preparando o caminho para a vinda do Messias. Já percebem algo de extraordinário, mas, diante de sua renúncia à grandeza, não o veem como o próprio Messias. Na resposta de Pedro a profissão é correta, mas Jesus o proíbe de dizê-lo, porque a ideia de Messias que Pedro tem está completamente errada. Pedro e seus colegas pensam que Jesus irá usar a força e a violência para triunfar sobre os inimigos. Isso é pensar coisas dos homens, e não de Deus (Mc 8,23). Logo a seguir, Jesus corrige a perspectiva de Pedro, anunciando que irá para a derrota da cruz. Mais do que isso, os que quiserem segui-lo, devem estar prontos a também carregá-la. Que frustração isso terá causado na compreensão dos discípulos daquele tempo e ainda causa na compreensão de muitos cristãos de hoje, que transformaram Jesus em um milagreiro poderoso! Provavelmente, quando os apóstolos e muitos discípulos aderiram a Jesus, nem de longe imaginavam aonde isso os levaria. Em Mc 8,32, isso é ilustrado com mais clareza, quando Pedro admoesta Jesus, porque, na sua cabeça, Jesus não podia morrer. Ele esperava uma grande vitória, não a morte. Seguir Jesus é renegar a si mesmo, ou seja, renunciar a toda ambição de triunfalismo, e entrar na lógica de Deus: através da cruz e da doação da própria vida, trilhar o caminho do amor e transformar este mundo. Isso ainda hoje é um dos grandes desafios do cristianismo. Muitos pregadores transformam Jesus em poderoso vencedor, esquecendo-se da cruz. Por conseguinte, também os seguidores não assumem as cruzes e a doção da vida. Usam da fé em Cristo como um talismã para vencer na vida. A lógica de Deus não foi entendida pelos que transpassaram sua vítima (primeira leitura), mas que, pela graça de Deus, puderam chorar sua culpa. Também os racistas, ricos e machistas não entenderam a novidade advinda da fé e do batismo (segunda leitura), mas foram exortados pelo apóstolo. Na cruz, ela se revela com toda clareza (evangelho), para que ninguém mais use a lógica meramente humana. O apelo é para harmonizar-se com a maneira de pensar de Deus.
Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.