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Sexta-feira, 26 de Abril de 2024
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Mensagem do dia 01 de outubro
A difícil tarefa de educar o coração
A difícil tarefa de educar o coração
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A vida ensina que, a tudo o que é muito fácil, se dá pouco valor. Em tudo o que é mais difícil está escondido um inestimável valor. Assim acontece também no caminho de nossa maturidade humana e em nossa conversão cristã. Educar o coração é uma missão que temos ao comando de nossa responsabilidade. Podemos ser ajudados ou atrapalhados, favorecidos ou impedidos, mas, em última instância a educação do coração passa por nossa consciência livre e responsável.

Por incrível que pareça, a história conhece pessoas de uma celebridade imensa, gente que deixou obras altamente benéficas para a humanidade, portadoras de uma genialidade sem par, mas seriamente mal resolvidas em seu temperamento, em seus sentimentos e em suas relações. Cada dia mais comprovamos que existem grandes inventos, excelentes para os outros, mas que pouco ou nada ajudaram o inventor a melhorar o seu coração.

Educar o coração da gente é uma missão ininterrupta que envolve cultivo e cuidado naquele campo indevassável, onde somente a pessoa e Deus conseguem se entender. Não é tarefa fácil lidar consigo mesmo. Ao natural, em cada pessoa sempre existe o impulso de querer mudar os outros e esconder a si mesmo de toda mudança.

Há uma página do Evangelho, onde Cristo bate de frente com os fariseus que viviam se justificando com suas leis humanas e iam endurecendo sempre mais o coração ao bem, à verdade e à beleza da vida. A hipocrisia era a realidade mais detestável que Jesus denunciava.

Num momento de ensino e denúncia, Jesus chama a multidão perto de si e declara: “O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior... É de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas essas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem” (Mc 7,14-23).

Se, por desgraça, é do coração humano que partem tantos males, também é por graça, que é do coração humano que brotam tantos bens. São as atitudes construtivas e positivas que contrastam com a listagem anterior denunciada por Cristo, como frutos de corações malformados e falsos.

Para educar o coração não há escolas especializadas, nem universidades qualificadas. Há pessoas que podem ajudar, mas não mestres perfeitos, educadores do coração humano. O cristão tem um referencial de absoluta confiança na difícil tarefa de educar o coração: Jesus Cristo. “Aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29).

O Mestre Jesus sempre ensina como ser, como fazer e o que dizer. Ele é o Mestre da compaixão, porque seu coração, educado no amor do Pai, refletia a grande paixão pelos humanos sofredores e necessitados de cura, de perdão, de inclusão e de vida plena. Por isso que, para Cristo, nada do que era dos humanos lhe era estranho.

Frei Luiz Turra, ‘No Coração da Vida’, Programas Radiofônicos Vol. 03.