Santo do dia 17 de agosto
Santa Clara de Montefalco
Religiosa (1268-1308)

Esta santa – declarada tal pelo povo no próprio dia de sua morte, ocorrida no mosteiro de Montefalco, na província Perúsia – é comemorada duas vezes no calendário: neste dia e em 30 de outubro, quando se celebra a Festa da Impressio Crucifixi in Corde Sanctae Clarae. Por causa de sua ardente devoção à Paixão de Cristo (contam seus biógrafos), depois de sua morte foram encontrados em seu coração os símbolos da Paixão: uma cruz, o flagelo, a coroa de espinhos, os cravos e a lança que transfixou o flanco do Crucificado. Desde os seis anos, Clara usava o cilício sobre a carne nua, submetendo-se a duras penitências.
Depois seguiu o exemplo de sua irmã mais velha, Joana, e foi com ela para o eremitério de São Damião, que o pai construiu para auxiliá-la em seu juvenil entusiasmo por uma austera observância dos conselhos evangélicos.
Aquele eremitério tornou-se logo pequeno, porque muitas outras moças pediram para a elas se unirem, obrigando as duas irmãs a construir um verdadeiro mosteiro. A construção caminhou lentamente por falta de dinheiro, e Clara, nos oito anos de trabalho, não hesitou em andar como peregrina pelas ruas a fim de pedir esmolas para a construção. Finalmente, terminado o mosteiro, a jovem comunidade teve aprovação do bispo, que deu às freiras a Regra de santo Agostinho e um nome, que dura ainda: Mosteiro da Cruz, do qual Joana foi a primeira abadessa. À sua morte, sucedeu-lhe a irmã Clara, que guiou a comunidade com doçura – mais com o exemplo de uma santa vida de penitência e de devoção a Cristo que com a palavra. Dos muros do convento extravasou a fama da santidade de Clara e, como se disse, à sua morte, o povo da região antecipou, com seu espontâneo e imediato culto, a canonização, que ocorreu na verdade em 1881.