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Quarta-feira, 24 de Abril de 2024
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Dica de Vida Saudável do dia 26 de janeiro
Café Completo
Café Completo
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Puro, com leite, pela manhã, à tarde ou à noite, o café é uma bebida muito consumida no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), os brasileiros continuam aumentando o consumo dessa bebida, que lidera o ranking da média de consumo diário per capita de itens avaliados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em média, cada pessoa bebe todos os dias 215,1 mililitros do cafezinho tão brasileiro, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de 2008 a 2009. Entre novembro de 2011 e outubro de 2012, a entidade registrou um consumo per capita de 6,23 quilos de café em grão cru ou 4,98 quilos de café torrado, quase 83 litros para cada brasileiro por ano, registrando uma evolução de 2,10% em relação ao período anterior. Na prática, segundo a Abic, esses números mostram que os brasileiros consomem mais xícaras de café por dia. Eles diversificam as formas de ingerir a bebida, adicionando ao café filtrado os cafés expressos, cappuccinos e outras combinações com leite.

O café, bebida produzida a partir dos grãos torrados do fruto do cafeeiro, planta originária da Etiópia (África) e que teve sua cultura propagada pela Arábia, não se resume apenas à cafeína como muitos podem pensar. Ele traz outros componentes, benéficos para a nossa saúde: potássio, zinco, ferro, magnésio, embora em pequenas quantidades, além de aminoácidos, proteínas, lipídios, açúcares e polissacarídeos. Porém, depois de torrado, há alterações. “Nem todas as substâncias permanecem nas mesmas quantidades quando o café passa pelo processo de torrefação. Algumas dessas substâncias chegam a ser destruídas por completo se os grãos são torrados excessivamente”, afirma Tereza Cibella, nutricionista da Equilibrium Consultoria. No entanto, a torrefação é responsável pelo fato de o café ser pouco calórico, pois parte dos lipídios, aminoácidos e açúcares são eliminados nesse processo.

Polifenóis antioxidantes, em especial os ácidos clorogênicos, são encontrados no café. “Os antioxidantes atuam impedindo ou diminuindo a ação dos radicais livres que degeneram o equilíbrio celular e destroem a sua funcionalidade”, explica a nutricionista. “Os ácidos clorogênicos ainda ajudam a combater as inflamações e também contribuem para a sensação de bem-estar, atuando diretamente no humor.”

Cafeína moderada – A concentração de cafeína, que corresponde de 1% a 2,5% de um grão, ao contrário dos outros componentes do café, permanece após a torrefação. “O maior benefício do café se dá por conta da cafeína, que é um ótimo estimulante neural. Além disso, ele também é considerado um antioxidante natural”, lembra Tereza. “A cafeína age como estimulante no sistema nervoso central, ajudando na liberação de endorfina, mas ainda não existem estudos conclusivos que demonstrem que ela seja eficaz no combate à depressão”, explica.

Mesmo diante de tantos benefícios, a cafeína requer moderação no consumo. “Em doses moderadas, o café é um antioxidante, antibacteriano, antiviral e anti-hipertensivo”, lembra a nutricionista. “Porém, em doses elevadas, pode causar sinais perceptíveis de confusão mental e indução de erros em tarefas intelectuais, ansiedade, nervosismo, tremores musculares, taquicardia e zumbido. Além disso, a cafeína é um grande indutor da osteoporose, que causa a perda significativa de cálcio nos ossos.”

E esse estimulante, sem medida, ainda causa dependência física. Isso pode explicar por que muitas pessoas não passam um dia sem tomar café, desde as primeiras horas da manhã, e, quando não o fazem, se sentem irritadas e com dor de cabeça. É que o organismo passa a precisar de cafeína, pois, quando não a ingere, sente os sintomas de uma crise de abstinência.

Segundo a nutricionista, o consumo de quatro a cinco xícaras de café por dia é considerado seguro e equivale a cerca de 400 miligramas de cafeína. E as crianças? Sim, elas podem tomar café, mas sempre em pequenas quantidades: uma xícara pequena de café puro ou com leite. “Devido à quantidade de cafeína, a bebida não é recomendável para crianças muito agitadas”, ressalta ela.

E mais: cardíacos e hipertensos devem consumir o café com moderação ou segundo orientação médica e nutricional, pois, por ser um estimulante, ele pode alterar os batimentos cardíacos. “As substâncias gordurosas presentes no café aumentam os níveis de colesterol, mas essas gorduras ficam retidas no coador, de pano ou de papel”, explica Tereza. “Mas é importante ficar atento às formas de preparo que não utilizam o coador, como é o caso do café expresso, italiano ou turco.”

Esmeralda Bonito/Revista Família Cristã – edição 929