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Sábado, 05 de Outubro de 2024
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Data comemorativa do dia 07 de julho
Dia do Nascimento de Artur de Azevedo
Dia do Nascimento de Artur de Azevedo
Wikimedia Commons

O dramaturgo Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo nasceu no dia 7 de julho de 1855, em São Luís/MA. Aos 8 anos de idade, Artur já demonstrava tendência para o teatro. Brincava com as adaptações de textos de autores como Joaquim Manuel de Macedo e pouco depois passou a representar as peças que ele mesmo escrevia.

Começou a trabalhar no comércio muito jovem, mas logo se empregou na administração provincial, da qual foi demitido por ter publicado sátiras contra o governo. Na mesma época, lançou suas primeiras comédias nos teatros de São Luís. Aos 15 anos, escreveu a peça 'Amor por Anexins', que teve grande êxito, com mais de mil representações no século XIX.

Por incompatibilidade com a administração provincial, Artur participou de um concurso aberto em São Luís, para o preenchimento de vagas de amanuense da Fazenda. Nomeado para o cargo, transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1873 e conseguiu emprego no Ministério da Agricultura.

Foi professor de Português no Colégio Pinheiro, mas foi atuando como jornalista que pôde desenvolver atividades que o projetaram como um dos maiores contistas e teatrólogos brasileiros. Fundou publicações literárias como "A Gazetinha", "Vida Moderna" e "O Álbum"; também foi colaborador em "A Estação", ao lado de Machado de Assis, e no jornal "Novidades", com os companheiros Alcindo Guanabara, Moreira Sampaio, Olavo Bilac e Coelho Neto.

Artur defendia a abolição da escravatura e escreveu textos sobre esse tema em artigos de jornal, cenas de revistas dramáticas e peças dramáticas como "O liberato" e "A família Salazar" (escrita em colaboração com Urbano Duarte e proibida pela censura imperial, embora tenha sido publicada mais tarde com o título de "O escravocrata").

Artur de Azevedo escreveu mais de 4.000 artigos sobre eventos de artes, principalmente sobre teatro, nas seções que manteve em "O País" ("A Palestra"), "Diário de Notícias" ("De Palanque") e "A Notícia" (o folhetim "O Teatro"). Seus pseudônimos eram muitos: Elói, o herói; Gavroche; Petrônio; Cósimo; Juvenal; Dorante; Frivolino; Batista, o trocista; X.Y.Z, dentre outros.

A partir de 1879, ao lado de Lopes Cardoso, dirigiu a "Revista do Teatro". Durante três décadas, foi responsável pela campanha para a construção do Teatro Municipal. Infelizmente, não pôde colher os louros da vitória, pois não assistiu à sua inauguração.

Em 1889, reuniu alguns contos no livro 'Contos possíveis', dedicado a Machado de Assis, que era seu companheiro na Secretaria da Viação e um de seus mais severos críticos. Em 1894, publicou o segundo livro de contos curtos, "Contos fora de moda", além de mais dois volumes: "Contos cariocas" e "Vida alheia", coletânea de contos por ele escritos nos vários jornais em que colaborava. Na literatura e no teatro, Artur Azevedo foi um descobridor de assuntos do cotidiano carioca e observador dos hábitos da capital. Os namoros, as infidelidades conjugais, as relações de família ou de amizade, as cerimônias festivas ou fúnebres, tudo o que se passava nas ruas ou nas casas era material para seus contos.

Artur de Azevedo assistiu a mais de cem peças escritas por ele, de vários gêneros, encenadas em palcos nacionais e portugueses. Seu nome continua vivo até hoje, como a mais expressiva vocação teatral brasileira de todos os tempos.

Dedicou-se também à poesia e foi um dos representantes do parnasianismo. Era um poeta lírico e sentimental. Faleceu no dia 22 de outubro de 1908, na cidade do Rio de Janeiro.

Obras: "Carapuças", "Sonetos", "Um dia de finados", "Contos possíveis", "Contos fora da moda", "Contos efêmeros", "Contos em verso", "Rimas", "Contos cariocas", "Vida alheia", "Histórias brejeiras", "Contos".

No teatro: "Amor por anexins", "A filha de Maria Angu", "Uma véspera de reis", "Joia", "O escravocrata" (em colaboração com Urbano Duarte), "A almajarra", "A capital federal", 'O retrato a óleo", "O dote", "O oráculo", "Teatro".

Retirado do livro: 'Datas Comemorativas cívicas e históricas', Paulinas Editora.