O Dia Mundial da Religião deve celebrar a tolerância e o diálogo entre todas as pessoas que acreditam no princípio da bondade e na força geradora de vida que vem de Deus. De fato, todos que seguem uma religião têm intimamente a crença na existência do Divino que rege nossa vida e que nos chama a compartilhar a essência da caridade para uma vida melhor.
Então, por que há tanta intolerância, raiva e competição entre os seguidores das diferentes religiões? Deveria a religião ser um ponto de divisão e desentendimento entre os seres humanos?
Como os católicos devem se comportar diante de tantas linhas religiosas, algumas mais antigas que o próprio cristianismo? Para o papa João Paulo II, em sua declaração "Dominus Iesus", a Igreja católica não rejeita absolutamente nada daquilo que há de verdadeiro e santo nessas religiões. Considera com sincero respeito esses modos de agir e de viver, esses preceitos e doutrinas que, embora em muitos pontos estejam em discordância com aquilo que ela afirma e ensina, muitas vezes refletem um raio daquela Verdade que ilumina todos os homens.
Nesse sentido, a Igreja católica está cada vez mais empenhada na sua missão de evangelizar, administrando as diferenças religiosas com flexibilidade, respeito e caridade.
Hoje, há religiões tão variadas quanto as culturas desenvolvidas pelo ser humano. Podem ser classificadas em três tipos básicos:
- Monoteístas: crença em um único Deus supremo. As grandes religiões monoteístas são o judaísmo, o islamismo e o cristianismo e suas variações.
- Politeístas: adoração a vários deuses, como é o caso do hinduísmo, do budismo, do confucionismo, do xintoísmo e do taoísmo.
- Dualistas: crença na igualdade de forças entre o bem e o mal, típica do zoroastrismo.
O diálogo inter-religioso é de extrema importância para o entendimento das pessoas e para a manutenção da paz entre os povos. O respeito pela religião alheia é princípio básico da boa convivência e da caridade cristã.
O cristianismo sofreu algumas divisões no decorrer dos seus dois mil anos de história. Primeiro a Igreja Católica do Ocidente se separou da Igreja Católica do Oriente, e a cristandade se dividiu entre católicos romanos e ortodoxos.
Mais tarde, o monge Martinho Lutero se rebelou contra a Santa Sé e se desligou de Roma. Esse evento deu origem ao protestantismo. Dentro deste, existem inúmeras divisões que surgiram devido ao livre exame da Bíblia pregado pelo próprio Lutero.
Desde o Concílio Vaticano II, a Igreja católica tem se esforçado mais efetivamente em promover o diálogo entre as várias denominações cristãs, para reunir novamente o corpo místico de Cristo numa única Igreja.