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Sexta-feira, 04 de Julho de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 05/04/2023

Paixão do Senhor - Ano A - Vermelha
1ª Leitura: Is 50,4-7 Salmo: Sl 22(21) - Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? 2ª Leitura: Fl 2,6-11 Evangelho Opcional: Mt 21,1-11 ou Mt 26,11-54
evangelho
Meu tempo está próximo - Mt 26,14-25

Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, tendo ido aos sumos sacerdotes, disse: “Que pretendeis dar‑me, se eu vo‑lo entregar?” Eles estipularam dar‑lhe trinta moedas de prata. A partir daí, procurava uma ocasião propícia para entregá‑lo. No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos aproximaram‑se de Jesus e lhe perguntaram: “Onde queres que preparemos para ti a ceia da Páscoa?” Ele respondeu: “Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei‑lhe: ‘O Mestre diz: meu tempo está próximo. Em tua casa quero celebrar a Páscoa com meus discípulos’ ”. Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha prescrito e prepararam a Páscoa.
Ao anoitecer, ele reclinou‑se à mesa com os Doze. Enquanto comiam, disse: “Amém, eu vos digo: um dentre vós me entregará”. E, muito entristecidos, começaram um a um a perguntar‑lhe: “Acaso sou eu, Senhor?” Respondeu ele: “Aquele que pôs a mão comigo na tigela, esse me entregará. De fato, o Filho do Homem se vai, como está escrito a respeito dele; mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é entregue! Melhor seria para esse homem não ter nascido”. Então Judas, aquele que o entregaria, perguntou: “Acaso sou eu, Rabi?” Respondeu‑lhe: “Tu o disseste”. Ora, enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo pronunciado a bênção, o partiu; depois, dando‑o a seus discípulos, disse: “Tomai, comei; isto é meu corpo”. E, tendo tomado um cálice, pronunciou a ação de graças e deu‑o a eles, dizendo: “Bebei todos dele, pois isto é o sangue de minha aliança, que é derramado por muitos para o perdão dos pecados. Eu vos digo que, doravante, não beberei deste fruto da videira até o dia em que o beba novo, convosco, no reino de meu Pai”. E, depois de cantar hinos, saíram para o monte das Oliveiras.
Então Jesus lhes disse: “Esta noite, todos vós ficareis escandalizados por minha causa; pois está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersadas’. Mas, depois que eu for ressuscitado, vos precederei na Galileia”. Pedro, tomando a palavra, disse‑lhe: “Mesmo se todos ficarem escandalizados por tua causa, eu jamais ficarei escandalizado”. Jesus lhe disse: “Amém, eu te digo: esta noite, antes de o galo cantar, me terás negado três vezes”. Pedro lhe replicou: “Ainda que deva morrer contigo, jamais te negarei”. E todos os discípulos afirmavam o mesmo.
Jesus chegou com seus discípulos a uma propriedade chamada Getsêmani, e lhes disse: “Sentai‑vos aqui, enquanto vou ali para orar”. Levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, e começou a sentir tristeza e angústia. Então lhes disse: “Minha alma está imersa, até a morte, em tristeza. Permanecei aqui e vigiai comigo”. Tendo‑se adiantado um pouco, prostrou‑se com o rosto por terra e orava: “Meu Pai, se for possível, que passe de mim este cálice. No entanto, não como eu quero, mas como tu queres”. Ele foi até os discípulos e os encontrou dormindo. Disse a Pedro: “Não tivestes forças para vigiar sequer uma hora comigo? Vigiai e orai, para não serdes postos à prova; pois o espírito tem disposição, mas a carne é fraca”. De novo, pela segunda vez, afastou‑se e orou: “Meu Pai, se não é possível que passe sem que eu o beba, seja feita tua vontade”. Ele voltou e, novamente, os encontrou dormindo; não conseguiam manter seus olhos abertos. Deixando‑os, afastou‑se de novo e orou pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
Depois foi até os discípulos e lhes disse: “Doravante, dormi e descansai! Vede, aproxima‑se a hora, e o Filho do Homem é entregue nas mãos dos pecadores. Levantai‑vos, vamos! Aproxima‑se aquele que me entrega”. Ainda estava falando quando Judas, um dos Doze, chegou acompanhado de grande multidão com espadas e bastões, enviada pelos sumos sacerdotes e anciãos do povo. Ora, quem o entregava tinha combinado com eles um sinal: “A quem eu beijar, é esse. Prendei‑o!” Imediatamente se aproximou de Jesus e disse: “Salve, Rabi!” E o beijou afetuosamente. Mas Jesus lhe disse: “Amigo, faze o que vieste fazer!” Então, aproximando‑se, lançaram as mãos sobre Jesus e o prenderam. Nisso, um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou sua espada e, aplicando um golpe, cortou a orelha do servo do sumo sacerdote.
Então Jesus lhe disse: “Embainha tua espada, pois todos os que tomam a espada pela espada morrerão. Ou pensas que não posso apelar a meu Pai que me envie, agora mesmo, mais de doze legiões de anjos? Mas como se cumpririam, então, as Escrituras, que dizem que assim deve acontecer?” Naquele momento, Jesus disse às multidões: “Como contra um bandido, com espadas e bastões, saístes a capturar‑me! Todos os dias me sentava no Templo para ensinar, e não me prendestes”. Mas tudo isso aconteceu para que se cumpram os escritos dos profetas. Então todos os discípulos, abandonando‑o, fugiram. Os que prenderam Jesus conduziram‑no ao sumo sacerdote Caifás, onde já estavam reunidos os escribas e anciãos. Pedro seguiu‑o a distância até o palácio do sumo sacerdote. Tendo entrado, sentou‑se com os criados para ver o desfecho.
Os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um falso testemunho contra Jesus a fim de matá‑lo, mas não o encontravam, apesar das muitas falsas testemunhas que compareciam. Finalmente compareceram duas, que declararam: “Este disse: ‘Eu posso destruir o santuário de Deus e reconstruí‑lo em três dias’ ”. Tendo‑se levantado, o sumo sacerdote lhe perguntou: “Nada respondes ao que estes testemunham contra ti?” Mas Jesus permaneceu em silêncio. O sumo sacerdote lhe disse: “Eu te conjuro pelo Deus vivente que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Jesus lhe respondeu: “Tu o disseste. E vos digo mais: desde agora vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vindo sobre as nuvens do céu”.
Então o sumo sacerdote rasgou suas vestes, dizendo: “Blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas? Acabais de ouvir a blasfêmia. O que vos parece?” Eles responderam: “É réu de morte!” Então cuspiram em seu rosto e lhe deram murros. Outros esbofeteavam‑no, dizendo: “Profetiza para nós, Cristo: quem te bateu?” Pedro estava sentado fora, no pátio. Uma criada aproximou‑se dele e disse: “Tu também estavas com Jesus, o Galileu”. Mas ele negou diante de todos: “Não sei de que falas!” Quando se dirigia ao pórtico, outra criada o viu e disse aos que ali se encontravam: “Este estava com Jesus, o Nazoreu”.
Ele novamente negou, com juramento: “Não conheço esse homem”. Pouco depois, aproximando‑se os que estavam ali, disseram a Pedro: “Certamente tu também és um deles; teu modo de falar te delata”. Então Pedro começou a amaldiçoar e praguejar: “Não conheço esse homem!” Nesse instante, um galo cantou. E Pedro se lembrou do que dissera Jesus: “Antes que o galo cante, tu me terás negado três vezes”. E, indo para fora, chorou amargamente. De manhã, bem cedo, todos os sumos sacerdotes e os anciãos do povo deliberaram contra Jesus a fim de matá‑lo. Depois de amarrá‑lo, conduziram‑no e o entregaram ao governador Pilatos.
Então Judas, que o entregara, tendo visto que Jesus fora condenado, sentiu remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos sumos sacerdotes e anciãos, dizendo: “Eu pequei entregando sangue inocente”. Mas eles disseram: “O que temos com isso? Tu responderás por isso!” Ele jogou as moedas em direção do santuário e se retirou; depois foi e se enforcou. Os sumos sacerdotes, tendo tomado as moedas, disseram: “Não é lícito depositá‑las no tesouro, porque é preço de sangue”. E, depois de deliberarem, compraram com elas o Campo do Oleiro, para sepultura dos estrangeiros. É por isso que aquele campo é chamado, até hoje, “Campo de Sangue”.
Assim, cumpriu‑se o que dissera o profeta Jeremias: “Tomaram as trinta moedas de prata, o preço daquele cujo valor foi definido pelos filhos de Israel, e deram‑nas pelo Campo do Oleiro, conforme o Senhor me ordenou”. Jesus foi posto perante o governador, que o interrogou: “És tu o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Tu dizes”. E, acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos, nada respondeu. Então Pilatos lhe disse: “Não ouves quantas coisas testemunham contra ti?” Mas ele não lhe respondeu nenhuma pergunta, de sorte que o governador estava muito surpreso. Por ocasião da festa, o governador tinha por costume soltar um prisioneiro para a multidão, aquele que ela quisesse. Havia, então, um prisioneiro famoso, chamado Jesus Barrabás.
Quando se encontravam reunidos, Pilatos perguntou‑lhes: “Quem quereis que vos solte: Jesus Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?” Sabia, de fato, que eles o tinham entregado por inveja. Enquanto estava sentado no tribunal, sua mulher lhe enviou um recado: “Deixa em paz esse justo, pois hoje sofri muito em sonho por causa dele”. Entretanto, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões a pedirem Barrabás e a fazerem Jesus morrer. Tomando a palavra, o governador lhes disse: “Qual dos dois quereis que vos solte?” Eles disseram: “Barrabás”.
Pilatos lhes perguntou: “E que farei com Jesus, chamado Cristo?” Responderam todos: “Que seja crucificado!” Pilatos replicou: “Mas que mal ele fez?” Eles, porém, gritavam mais alto: “Que seja crucificado!” Pilatos, vendo que nada conseguia e que, ao contrário, o tumulto aumentava, pediu água e lavou as mãos diante da multidão, dizendo: “Sou inocente deste sangue. Vós respondereis por isso”. E todo o povo replicou: “Que seu sangue venha sobre nós e sobre nossos filhos!” Então lhes soltou Barrabás. Quanto a Jesus, depois de açoitá‑lo, entregou‑o para que fosse crucificado. Então os soldados do governador, tendo levado Jesus ao pretório, reuniram em torno dele toda a coorte. Depois de despi‑lo, envolveram‑no com uma capa escarlate. Tendo trançado com espinhos uma coroa, puseram‑na em sua cabeça, e um caniço em sua mão direita; e, ajoelhando‑se diante dele, zombavam dele: “Salve, Rei dos Judeus!” Tendo cuspido nele, pegaram o caniço e batiam em sua cabeça. Depois de zombarem, tiraram‑lhe a capa, puseram‑lhe suas vestes e levaram‑no para crucificá‑lo. Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e o forçaram a carregar sua cruz. Tendo eles chegado ao lugar chamado Gólgota (que significa “Lugar da Caveira”), deram‑lhe de beber vinho misturado com fel; mas ele, tendo‑o provado, não quis bebê‑lo. Depois de crucificá‑lo, repartiram entre si suas vestes lançando a sorte. E, sentando‑se ali, guardavam‑no.
Acima de sua cabeça colocaram por escrito o motivo de sua condenação: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”. Junto com ele foram crucificados dois bandidos, um à direita e outro à esquerda. Os transeuntes difamavam‑no, balançando a cabeça e dizendo: “Tu, que destróis o santuário e em três dias o reconstróis, salva‑te a ti mesmo! Se és filho de Deus, desce da cruz!” De forma semelhante, os sumos sacerdotes, com os escribas e anciãos, zombavam dele: “A outros salvou, a si mesmo não pode salvar. É rei de Israel? Desça agora da cruz e creremos nele! Pôs sua confiança em Deus; que o livre agora, se ele o quer; já que disse: ‘Sou filho de Deus’ ”.
E até os bandidos crucificados com ele o insultavam. Desde a hora sexta até a hora nona, toda a terra ficou na escuridão. Por volta da hora nona, Jesus clamou em alta voz: “Eli, Eli, lemá sabactáni”, ou seja, Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Alguns dos que ali estavam, tendo‑o ouvido, diziam: “Ele está chamando por Elias”. Imediatamente um deles foi correndo pegar uma esponja, que empapou de vinagre, e, fixando‑a num caniço, lhe deu de beber. Outros, porém, diziam: “Espera, vejamos se Elias vem salvá‑lo”.
Mas Jesus, tendo gritado novamente em alta voz, exalou o espírito. E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as rochas se fenderam; os túmulos se abriram e muitos corpos de santos falecidos foram ressuscitados, e, saindo dos túmulos depois da ressurreição dele, entraram na Cidade Santa e apareceram a muitos. Vendo o terremoto e tudo o que acontecia, o centurião e os que com ele zelavam por Jesus ficaram aterrorizados e disseram: “Verdadeiramente, este era filho de Deus”.
Havia muitas mulheres ali, vendo de longe; elas tinham seguido Jesus desde a Galileia servindo‑o. Entre elas estavam Maria de Mágdala, Maria, a mãe de Tiago e José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. Ao entardecer, chegou um homem rico, natural de Arimateia, chamado José, que também se tinha tornado discípulo de Jesus. Este, apresentando‑se a Pilatos, pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos ordenou que lhe fosse entregue. José, tendo tomado o corpo, o envolveu num lençol de linho limpo e o colocou em seu túmulo novo que tinha escavado na rocha. Depois de rolar uma grande pedra na entrada do túmulo, retirou‑se.
No entanto, estavam ali Maria de Mágdala e a outra Maria, sentadas em frente ao sepulcro. No dia seguinte, passado o dia da Preparação, os sumos sacerdotes e os fariseus foram em grupo a Pilatos e disseram: “Senhor, lembramo‑nos de que aquele impostor, estando em vida, disse: ‘Depois de três dias serei ressuscitado’. Ordena, portanto, que o sepulcro seja protegido até o terceiro dia; não aconteça que seus discípulos venham roubá‑lo e digam ao povo: ‘Foi ressuscitado da morte’. A última impostura seria pior que a primeira”. Pilatos lhes disse: “Tendes uma guarda. Ide, protegei‑o como sabeis”. Eles foram proteger o sepulcro com a guarda, selando a pedra.

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
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Oração Inicial

“Senhor Jesus, concede-me crer firmemente no amor que Tu me revelaste e que doaste no teu Evangelho. Faze que eu ouça cada dia a tua voz que me chama a seguir-te para sentir sempre em mim as alegrias da ressurreição. Amém.”

Rezemos: “Vem, Espírito Santo! Faze-nos amar as Escrituras, para reconhecermos a voz viva de Jesus. Torna-nos humildes e simples, a fim de compreendermos os mistérios do Reino de Deus. Amém.”

Leitura (Verdade)

Leia o Evangelho atento/a ao que se passa no coração dos que estão tramando o mal e o que se passa no coração do Mestre que conhece o coração humano.

Evangelho: Mt 26,14-25 E Judas Iscariotes, tendo ido aos sumos sacerdotes, disse: “Que pretendeis dar-me, se eu vo-lo entregar?” Eles estipularam dar-lhe trinta moedas de prata. A partir daí, procurava uma ocasião propícia para entregá-lo. No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: “Onde queres que preparemos a ceia da Páscoa?” Ele respondeu: “Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei-lhe: ‘O Mestre diz: meu tempo está próximo. Em tua casa quero celebrar a Páscoa com meus discípulos’”. Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha prescrito e prepararam a Páscoa. […] Então Judas, aquele que o entregaria, perguntou: “Acaso sou eu, Rabi?” Respondeu-lhe: “Tu o disseste”.

“A festa dos pães ázimos mobiliza Jesus e seus apóstolos. É necessário achar um lugar para a celebração. Mesmo tendo o coração dolorido, Jesus não deixa de vivenciar esse importante momento do ritual judaico. O clima festivo é intercalado por uma dor que lateja no coração de Jesus, a ponto de ele verbalizar que um dos doze apóstolos o trairá. Jesus é o Filho de Deus, mas, ao assumir a condição humana, passa a sentir o que todos os humanos sentem. Nas palavras que seguem, Jesus mostra sua dor existencial, por causa da atitude de Judas: “Melhor seria para esse homem não ter nascido”. A história está repleta de exemplos de pessoas felizes por causa da fidelidade a Deus. Façamos parte da mesma felicidade.” (Viver a Palavra – 2023. Frei Jaime Bettega- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O Evangelho nos revela que há uma dinâmica entre o bem e o mal. Quem pratica o mal vai de encontro ao mal; quem pratica o bem vai de encontro ao bem.
Não é preciso muito para sermos traidores. Podemos trair com palavras, com o silêncio, com o abandono. Podemos trair por omissão, por vaidade, ganância, etc....
Faça uma revisão de vida sobre sua conduta.

Oração (Vida)

Este é o momento de dar a sua resposta de amor e adesão a Deus. Sintetize o que viveu com a Palavra e apresente ao Senhor. Sua resposta a Deus pode ser de louvor ou de ação de graças, de súplica ou de perdão. O importante é dirigir a Ele a sua oração pessoal, apresentando-lhe também as realidades que o(a) cercam.

Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil! Ajudai-nos a construir um país justo e fraterno. Que todos estejamos atentos às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas! Que o diálogo e o respeito vençam o ódio e os conflitos! Que as barreiras sejam superadas por meio do encontro e da reconciliação! Vosso Filho Jesus está no meio de nós, trazendo-nos esperança e força para caminhar. Que sua Palavra seja fonte de comunhão fraterna e de paz, em nossas comunidades, nas famílias e nas ruas. Amém

Contemplação (Vida e Missão)

De que forma a Palavra de Deus estará presente neste seu dia? O que você deseja colocar em prática segundo os ensinamentos de Jesus?

Bênção

Benção especial da Quaresma
- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos, como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa. Amém.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta jornada quaresmal a uma verdadeira conversão. Amém.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo celebrar a vitória da Páscoa. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

O nome oficial da celebração deste domingo é sugestivo: Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. É por isso que são lidos dois trechos dos Evangelhos: a narrativa da entrada em Jerusalém e o relato da paixão. Os ramos provêm do ambiente da alegria, da festa e da aclamação. Em Levítico 23,40, são usados para expressar o regozijo na Festa das Tendas. Os mantos e tecidos postos ao chão são um sinal do reconhecimento da dignidade daquele que os pisaria, como no acolhimento do rei Jeú (2Rs 9,13). Mas, na liturgia de hoje, como dito, também se lê o relato da paixão. Assim, estabelece-se a relação entre cruz e ressurreição, grande síntese da semana que hoje começa. Jesus entra em Jerusalém montado em um jumentinho.
É possivelmente uma menção a Salomão, montado na mula do rei, depois que foi aclamado rei de Israel (1Rs 1,44). A ideia fundamental é: Jesus é o Messias humilde e pacífico, que não monta o cavalo, símbolo da guerra e do poder, mas o jumento, animal de carga e da montaria dos pobres. Cumpre-se a profecia messiânica de Zacarias (9,9): esse é o grande motivo do júbilo de Jerusalém. Jesus é apresentado como um rei justo, vitorioso, humilde e pacífico. Ele elimina as armas de guerra e anuncia a paz às nações. A multidão o aclama festivamente (Sl 118,25-26), embora a identificação de Jesus ainda seja limitada: Filho de Davi e Profeta de Nazaré. Jesus não é somente isso.
É o Messias crucificado e Filho de Deus. Hosana significa: “Salva-nos, ó Senhor!”. É súplica, mas é também profissão de fé e reconhecimento. O restante das leituras apresenta Jesus como o Servo Sofredor e o Messias crucificado e glorificado. Mateus nos entrega um precioso e catequético relato da paixão. Isaías nos propõe o terceiro Cântico do Servo sofredor. Ele pode ser aplicado ao Israel inteiro, que retorna do exílio babilônico e começa um processo de reconstrução nacional. Mas, já no judaísmo, o conteúdo do cântico do Servo sofredor é atribuído ao Messias e, na Igreja cristã, a Jesus Cristo.
O Servo, discípulo amado do Senhor, tem a missão de confortar os feridos, cansados e abatidos. Enfrenta todo tipo de sofrimento e perseguição. Com humildade, acolhe a dor, mas o Senhor é o seu socorro e não o abandona. Paulo, por outro lado, sintetiza a experiência do mistério pascal com um belo hino cristológico. Ele descreve dois movimentos: humilhação e glorificação. Jesus Cristo, de condição divina, vive um processo quenótico, de esvaziamento.
Assume a condição de escravo e morre obedientemente na cruz. Ele desce ao fundo do poço da dor humana. O segundo movimento é de subida e glorificação. Deus o exaltou acima de tudo. Ao seu nome, todos se dobram e, diante dele, todos o proclamam Senhor. Na ressurreição, o Pai o reabilita e o glorifica. A celebração deste domingo, no fundo, é uma metáfora da vida: choro e riso, dor e alegria encontram-se constantemente. No nível da fé, a vitória de Deus já se realizou. Os ramos, os mantos e as aclamações de alegria se encontram constantemente com a narrativa da paixão e o mistério da cruz. Da cruz, nos vem a luz.

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, ‘A Bíblia dia a dia 2023’, Paulinas.