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Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 02/08/2020

18º Domingo do Tempo Comum - Ano A - Verde
1ª Leitura: Is 55,1-3 Salmo: Sl 145(144) - Abres a mão e sacias o desejo de todo ser vivo. 2ª Leitura: Rm 8,35.37-39
evangelho
A multiplicação dos pães - Mt 14,13-21

Ao ser informado da morte de João, Jesus partiu dali e foi, de barco, para um lugar deserto, a sós. Quando as multidões o souberam, saíram das cidades e o seguiram a pé. Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” Jesus, porém, lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Vós mesmos dai-lhes de comer!” Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. Ele disse: “Trazei-os aqui”. E mandou que as multidões se sentassem na relva. Então, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios. Os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

Neste 17º Domingo do Tempo Comum a Liturgia da Palavra toca nas coisas mais elementares da vida: sede e fome. O Evangelho nos relata o encontro de Jesus com a multidão que foi ao seu encontro. Ao vê-la, Jesus encheu-se de compaixão, curou os doentes e, partilhando os pães e os peixes, alimentou os famintos. O Mestre nos ensina o valor da partilha, gesto concreto de amor.


Rezemos: “Vem, Espírito Santo! Faze-nos amar as Escrituras, para reconhecermos a voz viva de Jesus. Torna-nos humildes e simples, a fim de compreendermos os mistérios do Reino de Deus. Amém.”

Leitura (Verdade)

O que diz o texto? Por que Jesus se preocupa em alimentar a multidão? Com seus gestos, qual convite Jesus, hoje, nos faz? O que representa a partilha dos cinco pães e dos dois peixes?

“Depois do banquete da morte, o banquete da vida. No banquete da morte estavam os grandes deste mundo; para o banquete da vida foram chamados os pobres. Os discípulos, assumindo a lógica deste mundo, pediram que mandasse embora as multidões e que cada um tentasse achar uma solução. A lógica de Jesus, que parte da compaixão, é a lógica da misericórdia e da partilha. Todos comeram e ficaram fartos. “Recolhei as sobras”, determina Jesus. O que nos sobra pode ser necessidade vital para os outros. Não podemos desistir porque não podemos solucionar toda a questão. Devemos começar fazendo o que podemos com o pouco que temos. Depois que tivermos feito a nossa parte, entregamos o problema a Deus.” (Viver a Palavra – 2020. Frei Aldo Colombo - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim? De que modo a Palavra me provoca? Acredito na força da partilha? Quais “pães” e “peixes” eu tenho para partilhar no dia de hoje?

A partilha é a expressão do amor de Jesus. Nada nos separa desse amor, que se manifesta, hoje, nas pessoas e comunidades que buscam a justiça e constroem a fraternidade.

Oração (Vida)

Com a oração do Pai-Nosso, pedimos ao Senhor que nos conceda o pão de cada dia, a nós e a todos que dele necessitam. Que saibamos ser fraternos, e que nosso coração compreenda o dom de partilhar.
“Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.”

Contemplação (Vida e Missão)

Qual novo olhar nasceu em você a partir da Palavra? Quais apelos o Senhor lhe faz hoje? Sua família costuma abençoar e agradecer as refeições? Quais compromissos você deseja assumir em sua vida?

Bênção

A bênção de Jesus sobre os pães e peixes trazidos pelos discípulos significa redirecionar a Deus aquilo que é de Deus, bem como desvincular os bens da posse excludente para libertar o dom de Deus em sua criação, colocando-o ao alcance de todos. A bênção liberta também o coração, e a generosidade leva à partilha e à saciedade de todos.

Oração antes das refeições: Abençoa Senhor todo o alimento que ingerimos para nutrir nosso corpo. Dai-nos um coração generoso capaz de partilhar, pelo menos o que sobra em nossa mesa, para que nunca falte o pão para aqueles que não o tem. Assim seja.

Ir. Carmen Maria Pulga

O mês de agosto é o mês das vocações. Vocação quer dizer “chamado”. Você foi chamado por alguém para alguma coisa. Como somos leitores de textos bíblicos, vamos perguntar ao Evangelho do dia para que estamos sendo chamados, se ele pode nos dar uma resposta. Parece que a resposta da passagem de São Mateus que hoje lemos é clara e simples: somos chamados para dar de comer ao povo. Esta é a vocação de todos.
O Evangelho nos conta a multiplicação dos pães e dos peixes. Jesus ficou sabendo da morte de João Batista e foi sozinho, de barco, para um lugar deserto. Quando desembarcou, muita gente estava esperando por ele e, diz o Evangelho, que Jesus se encheu de compaixão e curou os que estavam doentes. No fim do dia, os discípulos se aproximam e pedem que Jesus despeça a multidão, porque já era tarde e as pessoas precisavam comprar alguma coisa para comer. Foi então que Jesus lhes disse: “Vós mesmos dai-lhes de comer!”. Sabemos o resto da história. Jesus abençoou e multiplicou cinco pães e dois peixes, e todos que lá estavam comeram e ainda sobrou. Nós somos os discípulos chamados por Jesus a dar de comer ao povo. Jesus, cheio de compaixão, toma a decisão de fazer alguma coisa pelo povo doente e faminto. Esta é a Palavra que o Senhor nos dirige hoje. Firmemos então este chamado como vocação de todos nós. Não sejamos indiferentes diante de alguém que tem fome ou sofre alguma doença.
A profecia de Isaías parece bonita demais para ser verdadeira. Deus chama por meio do profeta. Chama os que têm sede para beber água. Chama para comprar vinho e leite sem pagar. Se tiverem dinheiro, gastem com o que alimenta e satisfaz. Vão adiante e comam o que há de melhor e saboroso. Participem do banquete da Aliança definitiva. Deem de comer a quem aqui tem fome para participarem todos juntos do banquete preparado lá do outro lado. O que foi prometido a Davi se realizará, e não será a restauração da monarquia. O Senhor fará conosco uma Aliança eterna e nos dará a vida.
Jesus é a expressão do Amor do Pai. Sabemos pouco ou nada da vida íntima de Deus, mas podemos vê-la em suas manifestações. Jesus encheu-se de compaixão. Queremos participar dessa sua expressão de amor. Quem nos separará do amor de Cristo, pergunta São Paulo. Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada? Tudo isso nos aproximará do amor de Cristo, seja para termos força para suportar as tribulações, seja para termos compaixão de todos os atribulados. Que Deus nos dê sabedoria para encontrarmos soluções para os problemas da vida. Que ele nos dê disposição e imaginação para procurarmos saídas nos momentos difíceis. Que nos dê fé suficiente para acreditarmos na força de cinco pães e dois peixes partilhados. Fomos chamados para levar o povo à mesa do Senhor, aqui na terra, onde está o pão de cada dia, e no baquete celeste, onde nos saciaremos com a visão de Deus.
Vocação é chamado e não dou resposta porque estou cansado e desmotivado. Faça silêncio e escute a suavidade deste chamado: “Venham a mim todos os que estão cansados e eu lhes darei descanso”. “Coragem! Jesus te chama!”

Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2020’, Paulinas.