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Sábado, 10 de Maio de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 11/09/2022

24º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Verde
1ª Leitura: Ex 32,7-11.13-14 Salmo: Sl 51(50) - Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: “Pai, pequei contra Deus e contra ti”. 2ª Leitura: 1Tm 1,12-17 Evangelho Opcional: Lc 15,1-10 (forma breve)
evangelho
Ele partiu e voltou para seu pai - Lc 15,1-32

Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele: “Este homem acolhe os pecadores e come com eles”. Então ele contou-lhes esta parábola: “Quem de vós que tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? E quando a encontra, alegre a põe nos ombros e, chegando em casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ Eu vos digo: assim haverá no céu alegria por um só pecador que se converte, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende a lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente até encontrá-la? Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ Assim, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”. E Jesus continuou. “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: “Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’”. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado”.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

Hoje celebramos o 24º domingo do Tempo Comum. O Evangelho de hoje é uma explosão de amor, perdão e misericórdia. É o pastor que cerca de cuidados a ovelha perdida, é a mulher que se alegra por encontrar a dracma perdida e é o pai que vai ao encontro, abraça o filho que retorna a casa paterna.


“Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! Neste tempo de oração com a Palavra, abramo-nos para receber essa bênção, que o Senhor oferece também a nós por meio de seu Espírito.”

Leitura (Verdade)

Faça uma leitura atenta do Evangelho. Quais imagens são utilizadas? A quem Jesus está instruindo? Retome as expressões que mais chamaram sua atenção.

Evangelho: Lc 15,1-32 Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele: “Este homem acolhe os pecadores e come com eles”. Então ele contou-lhes esta parábola: “Quem de vós que tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? E quando a encontra, alegre a põe nos ombros e, chegando em casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ Eu vos digo: assim haverá no céu alegria por um só pecador que se converte, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende a lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente até encontrá-la? Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ Assim, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”. E Jesus continuou. “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: “Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’”. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado”. ”.

“Os fariseus não viam com bons olhos a aproximação de Jesus com pessoas tidas como pecadoras. Mas aí residia a grande novidade de Jesus: aproximar-se dos que se julgavam perdidos para resgatá-los. Jesus mostrou essa novidade em três lindas histórias. O pastor deixou as noventa e nove ovelhas no deserto e foi procurar a que se perdeu, até encontrá-la. Carregou-a nos ombros e festejou sua volta. A senhora que tinha dez moedas e perdeu uma, varreu a casa cuidadosamente e se alegrou com as amigas e vizinhas por tê-la encontrado. O pai aguardou pacientemente a volta do filho que tinha saído de casa e o recebeu com todo carinho e muita festa. Assim é Deus no seu amor pelo pecador”. (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O amor de Deus é absoluto, fiel e gratuito. O que de mais belo e seguro do que essa certeza poderá nos tocar?
O que essas parábolas falam para mim?
Jesus nos mostra que Deus é amor e não quer condenar ninguém, pelo contrário, toda sua vida foi para nos ensinar o amor perdão, o amor reconciliação. Como eu vivo essa proposta de Jesus?

Oração (Vida)

Ofereça ao Senhor os frutos da sua oração, da sua meditação e da contemplação da Palavra. Apresente o desejo que brotou em seu coração e peça a graça de vivê-lo durante o dia. Faça sua prece de agradecimento ou pedido.
Conclua com a oração: “Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho muito amado do Pai, caminho único para chegarmos a Ele. Nós vos louvamos e agradecemos, porque sois o exemplo que devemos seguir. Com simplicidade, queremos aprender de Vós o modo de ver, julgar e agir. Queremos ser atraídos por Vós, para que, caminhando nas vossas pegadas, possamos viver dia a dia a liberdade dos filhos de Deus e buscar, em tudo, a vontade do Pai. Aumentai nossa esperança, impulsionando plenamente o nosso ser e o nosso agir. Ajudai-nos a retratar em nossa vida a vossa imagem, para que assim vos possamos possuir eternamente no céu. Amém.”

Contemplação (Vida e Missão)

Minha oração matinal muda meu dia? De que forma a Palavra de Deus estará presente? O que desejo colocar em prática, segundo os ensinamentos de Jesus?

Bênção

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

A liturgia de hoje retrata um Deus com rosto misericordioso. Mesmo diante dos pecados do seu povo, mesmo irado diante da miséria e da ignorância de homens e mulheres, ele se compadece e perdoa. Jesus é o sinal dessa misericórdia de Deus entre os pecadores. Em Ex 32,7-11.13-14, o povo de Deus sentiu a grande tentação de ter um deus do tamanho dos seus interesses. Em outras palavras, o bezerro de ouro é um deus que não exige nada. Javé, pelo contrário, é exigente e pede conversão e compromisso. Ter um deus assim é uma tentação muito atual, quando se usa o nome do Deus verdadeiro, mas não se faz o que ele quer de seus fiéis. A ira de Deus se acende diante dessa idolatria, mas, ante a intercessão de Moisés, se deixa aplacar, se arrepende e não extermina o povo. Note-se, Moisés não disse que o povo se arrependeu e melhorou, mas apenas apelou à bondade de Deus e à sua fidelidade. A bondade e a misericórdia de Deus não são conquistadas pelos humanos, mas vêm de Deus, são gratuitas. Segundo 1Tm 1,12-17, Paulo, assim como o povo de Israel (primeira leitura), fez o mal: foi blasfemo, perseguidor, violento, e recebeu a misericórdia de Deus por meio de seu Filho, Jesus. Nele, Deus manifestou essa misericórdia de forma gratuita. Paulo mudou de vida depois de já ter sido agraciado. De acordo com Lc 15,1-32, nas comunidades de Lucas havia certo ciúme da parte dos cristãos de origem judaica em relação aos novos convertidos, oriundos dos gentios. Os fariseus que se tornaram cristãos tinham desde antes uma vida ilibada. Já os gentios, muitas vezes, eram libertinos. Como podem agora conviver aquelas pessoas que sempre foram “perfeitas” com adúlteros, desonestos, violentos etc., que também aderiram a Cristo? Passaram, então, a escamoteá-los. Lucas ensina que aquele mesmo Deus que na primeira leitura se deixou comover por Moisés e se arrependeu da ameaça de extermínio, também agora vai à procura dos perdidos e se alegra quando reencontra um deles. Na parábola do Filho Pródigo, ele retrata os gentios convertidos no filho mais novo e os fariseus como o filho mais velho. O mais novo, aceito pela misericórdia de Deus, participa da festa. O mais velho, embora sempre correto, pratica uma religião de mandamentos, sem festa. Diante de Deus é preferível ter sido um pecador afastado, que acorre a Jesus (Lc 15,1), do que ser um ilibado autossuficiente que se julga perfeito e condena os demais.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.