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Sexta-feira, 25 de Abril de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 19/03/2023

4º Domingo da Quaresma - Ano A - Roxa
1ª Leitura: 1Sm 16,1b.6-7.10-13a Salmo: Sl 23(22) - O Senhor é meu pastor. 2ª Leitura: Ef 5,8-14 Evangelho Opcional: Jo 9,1.6-9.13-17.34-38
evangelho
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo - Jo 9,1-41

Passando, Jesus viu um homem que era cego desde o nascimento. Seus discípulos lhe perguntaram: “Rabi, quem pecou, ele ou seus genitores, para que nascesse cego?” Respondeu Jesus: “Nem ele pecou, nem seus genitores, mas é para que sejam manifestadas nele as obras de Deus. É preciso que eu trabalhe nas obras daquele que me enviou enquanto é dia. Vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”. Tendo dito isso, cuspiu por terra e fez lama com a saliva, e ungiu com a lama os olhos dele, e lhe disse: “Vai, lava‑te na piscina de Siloé”, o que, traduzido, é Enviado. Ele foi, lavou‑se e voltou vendo. Então os vizinhos e aqueles que antes costumavam vê‑lo, pois era mendigo, diziam: “Este não é aquele que ficava sentado mendigando?” Uns diziam: “É ele”. Outros diziam: “Não, mas alguém parecido com ele”. Ele mesmo dizia: “Sou eu”. Diziam‑lhe, então: “Como te foram abertos os olhos?” Ele respondeu: “O homem chamado Jesus fez lama, ungiu com ela meus olhos e me disse: ‘Vai a Siloé e lava‑te’. Fui, lavei‑me e comecei a ver”. E disseram‑lhe: “Onde está ele?” Ele disse: “Não sei”. Levaram aos fariseus o que fora cego. Era sábado o dia em que Jesus fez lama e lhe abriu os olhos. Então, novamente, perguntaram‑lhe, desta vez os fariseus, como começara a ver. Ele lhes disse: “Ele colocou lama sobre meus olhos, eu lavei‑me e vejo”. Diziam, então, alguns dos fariseus: “Este homem não vem de Deus, uma vez que não guarda o sábado”. Outros, porém, diziam: “Como pode um homem pecador fazer tais sinais?” E houve uma divisão entre eles. Disseram, então, novamente, ao cego: “Uma vez que ele te abriu os olhos, o que tu dizes dele?” Ele disse: “É um profeta”. Os judeus não acreditaram nele, que fora cego e tivesse começado a ver, enquanto não chamaram os genitores daquele que tinha começado a ver. E perguntaram‑lhes: “Este é vosso filho, que dizeis que nasceu cego? Como, então, agora vê?” Responderam seus genitores: “Sabemos que ele é nosso filho e que nasceu cego. Como agora vê, não sabemos, nem sabemos quem lhe abriu os olhos. Perguntai‑lhe, já é adulto, ele mesmo fala por si”. Seus genitores disseram essas coisas por medo dos judeus, pois os judeus já se tinham posto de acordo de que, se alguém confessasse Jesus como o Cristo, seria expulso da sinagoga. Por isso, seus genitores disseram: “Ele já é adulto, perguntai‑lhe”. Chamaram, então, pela segunda vez, o homem que fora cego e disseram‑lhe: “Dá glória a Deus. Sabemos que este homem é pecador”. Ele lhes respondeu: “Se é pecador, não sei. Uma coisa sei: que eu era cego e agora vejo”. Disseram‑lhe: “O que ele te fez? Como te abriu os olhos?” Respondeu‑lhes: “Já vos disse e não escutastes. Por que quereis ouvir novamente? Acaso quereis, também vós, tornar‑vos discípulos dele?” Eles, então, o injuriaram, dizendo: “Tu és discípulo dele, nós somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés, mas este, não sabemos de onde ele é”. O homem lhes respondeu: “Isto é surpreendente: não sabeis de onde ele é e, no entanto, abriu‑me os olhos. Sabemos que Deus não ouve os pecadores, mas, se alguém é temente a Deus e faz sua vontade, a este ele ouve. Nunca se tinha ouvido falar que alguém tivesse aberto os olhos de um cego de nascença. Se ele não viesse de Deus, nada poderia fazer”. Responderam‑lhe: “Tu nasceste inteiro em pecado e queres nos ensinar?” E o expulsaram dali. Jesus ouviu dizer que o tinham expulsado, encontrou‑o e disse‑lhe: “Crês no Filho do Homem?” Ele respondeu: “E quem é, Senhor, para que eu creia nele?” Disse‑lhe Jesus: “Tu o vês. É aquele que fala contigo”. Ele afirmou: “Creio, Senhor”. E prostrou‑se diante dele. Disse Jesus: “Para um julgamento eu vim a este mundo: para que aqueles que não veem, vejam, e aqueles que veem, tornem‑se cegos”. Alguns dos fariseus que estavam com ele ouviram isso e lhe disseram: “Acaso também nós somos cegos?” Disse‑lhes Jesus: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado. Agora, porém, como dizeis: ‘Nós vemos’, vosso pecado permanece”.

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
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Oração Inicial

4º Domingo da Quaresma. Cristo é a Luz, é a vida, é a força invencível, é a paz e a liberdade verdadeiras. Paulo exorta os Efésios com palavras que inspiram nossa caminhada quaresmal: “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da Luz.”


Peçamos: Senhor Jesus Cristo, envia sobre nós, como prometeste, teu Espírito Santo. Que ele nos conceda o dom da fé e a força da súplica sincera. Que nele encontremos a coragem e a confiança plena. Amém.

Leitura (Verdade)

Leia o Evangelho observando o lugar, o acontecimento e as atitudes dos personagens envolvidos nesta narrativa.

Evangelho: Jo 9,1-41 Passando, Jesus viu um homem que era cego desde o nascimento. Seus discípulos lhe perguntaram: “Rabi, quem pecou, ele ou seus genitores, para que nascesse cego?” Respondeu Jesus: “Nem ele pecou, nem seus genitores, mas é para que sejam manifestadas nele as obras de Deus. É preciso que eu trabalhe nas obras daquele que me enviou enquanto é dia. Vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”. Tendo dito isso, cuspiu por terra e fez lama com a saliva, e ungiu com a lama os olhos dele, e lhe disse: “Vai, lava‑te na piscina de Siloé”, o que, traduzido, é Enviado. Ele foi, lavou‑se e voltou vendo. Então os vizinhos e aqueles que antes costumavam vê‑lo, pois era mendigo, diziam: “Este não é aquele que ficava sentado mendigando?” Uns diziam: “É ele”. Outros diziam: “Não, mas alguém parecido com ele”. Ele mesmo dizia: “Sou eu”. Diziam‑lhe, então: “Como te foram abertos os olhos?” Ele respondeu: “O homem chamado Jesus fez lama, ungiu com ela meus olhos e me disse: ‘Vai a Siloé e lava‑te’. Fui, lavei‑me e comecei a ver”. E disseram‑lhe: “Onde está ele?” Ele disse: “Não sei”. Levaram aos fariseus o que fora cego. Era sábado o dia em que Jesus fez lama e lhe abriu os olhos. Então, novamente, perguntaram‑lhe, desta vez os fariseus, como começara a ver. Ele lhes disse: “Ele colocou lama sobre meus olhos, eu lavei‑me e vejo”. Diziam, então, alguns dos fariseus: “Este homem não vem de Deus, uma vez que não guarda o sábado”. Outros, porém, diziam: “Como pode um homem pecador fazer tais sinais?” E houve uma divisão entre eles. Disseram, então, novamente, ao cego: “Uma vez que ele te abriu os olhos, o que tu dizes dele?” Ele disse: “É um profeta”. Os judeus não acreditaram nele, que fora cego e tivesse começado a ver, enquanto não chamaram os genitores daquele que tinha começado a ver. E perguntaram‑lhes: “Este é vosso filho, que dizeis que nasceu cego? Como, então, agora vê?” Responderam seus genitores: “Sabemos que ele é nosso filho e que nasceu cego. Como agora vê, não sabemos, nem sabemos quem lhe abriu os olhos. Perguntai‑lhe, já é adulto, ele mesmo fala por si”. Seus genitores disseram essas coisas por medo dos judeus, pois os judeus já se tinham posto de acordo de que, se alguém confessasse Jesus como o Cristo, seria expulso da sinagoga. Por isso, seus genitores disseram: “Ele já é adulto, perguntai‑lhe”. Chamaram, então, pela segunda vez, o homem que fora cego e disseram‑lhe: “Dá glória a Deus. Sabemos que este homem é pecador”. Ele lhes respondeu: “Se é pecador, não sei. Uma coisa sei: que eu era cego e agora vejo”. Disseram‑lhe: “O que ele te fez? Como te abriu os olhos?” Respondeu‑lhes: “Já vos disse e não escutastes. Por que quereis ouvir novamente? Acaso quereis, também vós, tornar‑vos discípulos dele?” Eles, então, o injuriaram, dizendo: “Tu és discípulo dele, nós somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés, mas este, não sabemos de onde ele é”. O homem lhes respondeu: “Isto é surpreendente: não sabeis de onde ele é e, no entanto, abriu‑me os olhos. Sabemos que Deus não ouve os pecadores, mas, se alguém é temente a Deus e faz sua vontade, a este ele ouve. Nunca se tinha ouvido falar que alguém tivesse aberto os olhos de um cego de nascença. Se ele não viesse de Deus, nada poderia fazer”. Responderam‑lhe: “Tu nasceste inteiro em pecado e queres nos ensinar?” E o expulsaram dali. Jesus ouviu dizer que o tinham expulsado, encontrou‑o e disse‑lhe: “Crês no Filho do Homem?” Ele respondeu: “E quem é, Senhor, para que eu creia nele?” Disse‑lhe Jesus: “Tu o vês. É aquele que fala contigo”. Ele afirmou: “Creio, Senhor”. E prostrou‑se diante dele. Disse Jesus: “Para um julgamento eu vim a este mundo: para que aqueles que não veem, vejam, e aqueles que veem, tornem‑se cegos”. Alguns dos fariseus que estavam com ele ouviram isso e lhe disseram: “Acaso também nós somos cegos?” Disse‑lhes Jesus: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado. Agora, porém, como dizeis: ‘Nós vemos’, vosso pecado permanece”.

“No quarto domingo da Quaresma, a Igreja, tendo em vista a proximidade da Páscoa de Jesus, nos convida a abrirmos os olhos e percebermos a importância da conversão como caminho que leva à salvação. São tantas as cegueiras que impedem o encontro com o essencial! Para além da lei do sábado, Jesus é movido pela compaixão e pelo amor à vida. Não se trata de desacato à lei, mas de um profundo amor, capaz de fazer de tudo para ver o outro bem. Ao recuperar a visão, o cego se transforma em um anunciador de Jesus. Não foram as palavras nem o ritual que provocaram o milagre, mas a fé daquele homem. Que Jesus cure nossa cegueira, causada pelo materialismo e pela superficialidade da fé.” (Viver a Palavra – 2023. Frei Jaime Bettega- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O cego vê e crê. Os fariseus de ontem e de hoje veem e não creem.
Você é capaz desta humildade sincera e deste testemunho do cego?
Coloque-se no lugar dele.
Você é capaz de ler os acontecimentos à luz da fé, também quando acontecem nos elementos mais frágeis: barro e saliva?
É capaz de deixar Jesus lavar seus olhos, mesmo que isso traga conflitos ao seu redor?

Oração (Vida)

A ti, Senhor, Deus todo-poderoso, elevo meu coração e meu olhar, para que tenhas compaixão de mim e me faças ver tudo como tu vês.
Inunda de tua luz o coração humano, para que ele se plenifique de vida, de bondade e de misericórdia.
Esteja sempre a nossa frente com tua luz para que fortalecidos com tua presença sejamos testemunhas autênticos de teu Reino.
Confio em ti, Senhor. Nutre meu espírito com teu amor. Por tua compaixão, cura-me. Conserva minha vida.

Contemplação (Vida e Missão)

Contemplando o quanto Deus já me mostrou de sua bondade e poder faço minha confissão de fé como o cego de nascença: “Eu creio, Senhor!”. Alegro-me e exulto de alegria.

Bênção

Benção especial da Quaresma
- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos, como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa. Amém.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta jornada quaresmal a uma verdadeira conversão. Amém.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo celebrar a vitória da Páscoa. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Nós vivemos o nosso retiro quaresmal junto com Jesus, no deserto, com o olhar fixo na Páscoa. O tema central desse Quarto Domingo da Quaresma é a iluminação, símbolo do Batismo. Ela se traduz em consagração e serviço, como aconteceu com Davi, e em uma vida marcada por opções de luz. Esse domingo é conhecido como Domingo Laetare, Domingo da Alegria. Deus quer escolher um novo rei para Israel. Samuel deve ungi-lo. A unção prefigura a unção batismal, como consagração profética, sacerdotal e régia. A escolha é fruto da livre eleição do Senhor. Na Bíblia, eleição não é privilégio, mas responsabilidade e tarefa. O Senhor tomou a iniciativa. E ele não faz acepção de pessoas, não decide pelas aparências. Davi, jovem e belo, é também bom. Será o rei-pastor. A unção é separação, posse do dom do Espírito e indicação de uma missão. Davi deverá ser luz para seu povo. Essa é a sua vocação: cuidar e servir. A narrativa da cura do cego de nascença se insere no mesmo contexto batismal. A cena da cura é curta e sóbria. A discussão posterior é complexa e longa. Vários temas são postos em discussão. Jesus o cura com sua saliva e barro, símbolo do seu poder criador e regenerador. O cego se lava na piscina do Enviado. Eis o Batismo: um banho em Cristo, o Enviado do Pai, que cura nossas cegueiras e restabelece a luz. Os fariseus levantam a questão da proibição da cura no sábado. E começa a controvérsia sobre a identidade daquele que curou o cego. Na lógica farisaica, quem o curou não pode ser de Deus, pois não cumpre a Lei. O raciocínio do povo é simples: “Como pode um pecador fazer tais sinais?”. O homem que fora cego é expulso da sinagoga. A bifurcação de caminhos entre judaísmo e os seguidores de Jesus era inevitável. O encontro final do homem com Jesus é o ponto alto do texto. É uma experiência existencial e totalizante. Jesus o conduz à fé: “Eu creio, Senhor!”. A prostração diante de Jesus revela o acolhimento do mistério, a adoração e o silêncio agradecido. Aquele que era escuridão, agora, é luz no Senhor. E vive segundo os valores da luz, os valores do Reino de Deus.

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, ‘A Bíblia dia a dia 2023’, Paulinas.