Fundo
Terça-feira, 29 de Abril de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 27/03/2022

4º Domingo da Quaresma - Ano C - Roxa
1ª Leitura: Js 5,9a.10-12 Salmo: Sl 34(33) - Provai e vede como é bom o Senhor. 2ª Leitura: 2Cor 5,17-21
evangelho
Este homem acolhe os pecadores - Lc 15,1-3.11-32

Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele. “Este homem acolhe os pecadores e come com eles”. Então ele contou-lhes esta parábola: “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado’”.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
Clique nos títulos para ler o conteúdo.
Oração Inicial

Traga para perto de você a Palavra de Deus. Deixe que ela penetre sua mente e suas emoções. Peça a Deus que aqueça seu coração e, aconteça o que acontecer, lhe dê a graça de voltar sempre aos braços do Pai.


No caminho para a Páscoa, acompanhemos Jesus em sua paixão, morte e ressurreição. Rezemos: “Daí-nos ó Pai, o vosso espírito de amor, de fortaleza e confiança para não desanimar no caminho para nossa ressurreição, junto ao Teu Filho Jesus. Amém.”.

Leitura (Verdade)

Procure compreender o contexto desta parábola. O reencontro, a reconciliação, a justiça entre irmãos com condutas tão diferentes, a alegria do perdão; tudo isso permeado de compreensão, misericórdia e amor à Vida.

Evangelho: Lc 15,1-3.11-32 Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele. “Este homem acolhe os pecadores e come com eles”. Então ele contou-lhes esta parábola: “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos.”

“Quase sempre, comparamo-nos com o jovem que saiu de casa e voltou arrependido, o filho pródigo. Mas bem que poderíamos nos comparar com o irmão dele, o moço trabalhador que não abandonou o pai, que sempre o obedeceu em tudo. Apesar de tão obediente e fiel, esse moço ficou com raiva ao ouvir música e dança na casa do pai, quando voltava do campo. Não quis entrar em casa, porque soube que o pai estava festejando a volta do seu irmão. Ficou com raiva do pai, que se mostrou tão misericordioso, e com ciúme do irmão, que ganhara o novilho cevado, enquanto ele nunca havia ganhado nem um cabrito para festejar. É um grande chamado a nossa conversão. Precisamos aprender com o Pai que acolhe, perdoa e reintegra.” (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Esse é o Deus de Jesus. Um Pai que espera, acolhe e reintegra. Que ama gratuitamente tanto o filho mais novo que optou sair de casa, como o filho mais velho que ficou trabalhando e, agora, reclama da atitude do pai ao receber com festa o filho que esbanjou todos seus bens.
Com qual desses filhos eu me identifico?
Deus age com misericórdia e não com justiça humana. Quais são meus sentimentos diante deste Evangelho?

Oração (Vida)

“Salvai-me, ó Deus, por vosso nome, libertai-me por vosso poder. Escutai ó Pai minha oração; dai ouvido as minhas palavras:”

Ofereça ao Senhor os frutos de sua oração, apresente os bons desejos que brotaram em seu coração e reze por suas necessidades, dos que lhe são próximos, dos que se desgarraram no caminho e pela humanidade...

Contemplação (Vida e Missão)

Descobrir e redescobrir o amor de Deus e buscar a vida de comunhão com Ele e querer que todos nossos irmãos, não importa por que caminhos andaram voltem ao Deus da Vida deve ser nosso constante desejo. Verbalize alguma inspiração ou mudança de atitude que este Evangelho lhe suscitou.

Bênção

Benção especial da Quaresma
- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos, como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa. Amém.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta jornada quaresmal a uma verdadeira conversão. Amém.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo celebrar a vitória da Páscoa. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Este domingo é chamado de laetare, “da alegria”. Mas faz sentido, na Quaresma, em clima de penitência, falar em alegria? Js 5,9a.10-12 apresenta o ponto de chegada à terra prometida. O povo hebreu deixou para trás um longo tempo de escravidão no Egito, os quarenta anos no deserto e, agora, vê realizarem-se as promessas de Deus a Abraão (Gn 15) e também a Moisés (Ex 3,7ss). Ficou no passado um mundo sofrido e inicia-se uma vida nova na aliança com Javé. O texto não é uma crônica histórica, mas um relato teológico escrito no Exílio para reanimar os exilados: outrora o povo, com Javé, conquistou a terra da promessa. Agora, na Babilônia, é preciso lembrar a aliança de Javé para retornar à vida livre na terra da promessa. 2Cor 5,17-21 mostra que em Corinto, depois da missão de Paulo, outros missionários semearam confusão. Provavelmente judaizantes que supunham a observância rigorosa da antiga Lei. Paulo discorda disso. A conversão não é observar a Lei, mas aderir a Cristo. Nele Deus transforma as pessoas em nova criatura. A verdadeira conversão acontece somente pela adesão a Cristo. Em Lc 15,1-3.11-32, deve-se ler a parábola do filho pródigo à luz dos vv. 1-3 (mesa com os pecadores). Depois da leitura destes versículos, cabe uma pergunta: o apelo de conversão é feito a quem? Ao filho mais novo ou ao mais velho? Convém aqui dizer que, no filho mais novo, estão representados os pecadores, publicanos, gentios de vida relapsa; e no filho mais velho estão retratados os fariseus e escribas, bem como, na comunidade cristã de Lucas, os cristãos provindos do judaísmo. Nas comunidades conviviam cristãos de origem farisaica (At 15,5) com cristãos gentílicos (At 15,1ss). Os primeiros eram observantes da Lei e tinham uma vida ilibada; já os segundos levavam uma vida, muitas vezes, devassa. Nesse ambiente, a convivência se torna difícil, pois os “justos” não querem partilhar a mesa com os “pecadores”. Lucas, lembrando a prática de Jesus, ensina que Deus ama a todos os seus filhos. O maior empecilho não são os devassos, mas são os supostos justos, observantes da Lei que discriminam os irmãos. O apelo de conversão, nesta parábola, é antes dirigido ao irmão mais velho, aos supostos justos, ou seja, àqueles que são justos segundo os critérios humanos. Eles ainda não tinham se tornado nova criatura (cf. segunda leitura). A conversão que alegra é a que deixa para trás um mundo velho (lógica humana) e, em Cristo, entra na lógica de Deus (nova criatura). Portanto, o apelo de conversão é feito a todos, a começar pelos “bons cristãos” de hoje, que muitas vezes condenam os irmãos marginalizados. O maior pecado está na arrogância de se julgarem perfeitos.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.