Fundo
Quarta-feira, 30 de Abril de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 11/06/2023

10ª Domingo do Tempo Comum - Ano A - Verde
1ª Leitura: Os 6,3-6 Salmo: Sl 50(49) - A quem se põe a caminho farei ver a salvação. 2ª Leitura: Rm 4,18-25
evangelho
Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores - Mt 9,9-13

Quando Jesus estava indo embora dali, viu um homem sentado na coletoria de impostos, chamado Mateus, e lhe disse: "Segue-me". Ele, tendo-se levantado, o seguiu. Aconteceu que, estando ele em casa durante uma refeição, muitos coletores de impostos e pecadores vieram e tomaram parte com Jesus e seus discípulos." Ao verem aquilo, os fariseus perguntaram a seus discípulos: "Por que vosso mestre come com os coletores de impostos e pecadores?" Ele ouviu e disse: "Não são os que têm saúde que precisam - de médico, mas os acometidos por algum mal. Ide antes aprender o que significa: 'Misericórdia quero e não sacrificio'; de fato, não vim chamar justos, mas pecadores".

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
Clique nos títulos para ler o conteúdo.
Oração Inicial

Nosso Deus é grandioso. Nos ama e nos dá a vida. Tocados por esse amor, aproximemo-nos confiantes de sua presença e abramos nosso coração à sua Palavra.




O Senhor é minha luz, ele é minha salvação, que poderei temer? Deus, minha proteção! (Sl 26).
Ó Deus, fonte de todo o bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Amém.

Leitura (Verdade)

A atitude dos simples e dos humildes assusta aos poderosos e orgulhosos, como os fariseus. E por isso Jesus nos diz: "Quero misericórdia e não sacrifício" .

Evangelho: Mt 9,9-13 Quando Jesus estava indo embora dali, viu um homem sentado na coletoria de impostos, chamado Mateus, e lhe disse: “Segue-me”. Ele, tendo-se levantado, o seguiu. Aconteceu que, estando ele em casa durante uma refeição, muitos coletores de impostos e pecadores vieram e tomaram parte com Jesus e seus discípulos. Ao verem aquilo, os fariseus perguntaram a seus discípulos: “Por que vosso mestre come com os coletores de impostos e pecadores?” Ele ouviu e disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os acometidos por algum mal. Ide antes aprender o que significa: ‘Misericórdia quero e não sacrifício’; de fato, não vim chamar justos, mas pecadores”

“O chamado é uma temática muito significativa no contexto bíblico. Jesus não impõe pré-requisitos, mas olha profundamente o coração e aposta na disposição de transformação. Mateus era cobrador de impostos, profissão muito detestada. Jesus dirige seu olhar para ele e o convida. Mateus não duvida, simplesmente larga tudo e o segue. Além de chamar, Jesus vai à casa de Mateus para uma refeição. Outros pecadores também participaram do manjar. Jesus é criticado duramente por estar com pessoas detestadas pela sociedade. Com habilidade, ele afirma que são os doentes que precisam de médico, e não os que têm saúde. São os pecadores que necessitam de salvação. Em vez de sacrifícios, Jesus quer misericórdia.” (Viver a Palavra – 2023. Frei Jaime Bettega- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

No Reino de Deus há lugar para todos, e não apenas para alguns privilegiados. “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os acometidos por algum mal. Ide antes aprender o que significa: ‘Misericórdia quero e não sacrifício’; de fato, não vim chamar justos, mas pecadores”.
O Evangelho é muito claro e Jesus nos dá exemplo de coerência. Ele faz o que ensina.
Como está a coerência em sua vida? Você dá exemplo com atitudes do que você prega como caminho a seguir?
Sua ação está de acordo com seu discurso?
"Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor , Senhor’ , entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mt 7,21) Tua fé na ação fala de tua fé de mente e de coração?

Oração (Vida)

"Senhor, Tu és a minha fortaleza e a minha rocha firme, o meu escudo protetor diante das adversidades.
Em ti deposito a minha fé e a minha esperança.
Meu coração quer se sentir cheio de confiança em ti em todos os momentos, cheio da tua força para vencer os desafios e conquistar vitórias todos os dias!
Ajuda-me a dar o melhor de mim, a me entregar plenamente à bondade e à pureza do teu amor de Pai, a ouvir a tua Palavra que me abraça, me sustenta, me impulsiona e encoraja a superar todos os obstáculos.
Ajuda-me a explorar a profundidade do meu ser, a perscrutar a fundo e encontrar todos os talentos que semeaste em mim, para conseguir a felicidade em todas as tarefas do meu dia-a-dia.
Em teu nome e com a tua ajuda, Pai, eu sei que posso vencer, porque aquele que confia em ti, na tua misericórdia e no teu amor, sempre triunfa contigo! Amém.”

Contemplação (Vida e Missão)

Qual novo olhar nasceu em você, a partir da Palavra? De que forma você deseja colocar em prática os apelos que a Palavra de Deus lhe revelou neste dia?

Bênção

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

“Quero misericórdia e não sacrifício.” O povo de Israel, no século VIII a.C., depois de ouvir o anúncio das ameaças do castigo de Deus, ensaia um breve e fugaz caminho de conversão: “Vinde, retornemos ao Senhor. Ele despedaçou, ele nos curará” (Os 6,1). O desejo de retorno e da busca do conhecimento do Senhor é passageiro, não há constância. Não conseguem perseverar naquilo que foi desejado. Por isso, o Senhor os enfrenta e revela sua ambiguidade: um amor semelhante ao orvalho passageiro, que desaparece logo que o sol nasce. O único caminho para que haja verdadeira conversão é que o culto seja expressão da caridade, os holocaustos e sacrifícios sejam expressão viva da misericórdia. O verdadeiro sacrifício aceito por Deus é a conversão honesta e sincera. A última frase do texto de Oseias muito impressionou o evangelista Mateus. Ele a cita duas vezes: no texto do Evangelho de hoje, depois do seu chamado e da refeição com os pecadores (9,13); e no episódio das espigas arrancadas no sábado (12,7). Estamos no episódio do chamado de Mateus. Ele é cobrador de impostos em Cafarnaum: odiado por ser desonesto, por ter contato com pagãos e por ser colaboracionista do Império Romano. Depois do chamado de Jesus, ele se sente tão grato que oferece uma refeição ao Mestre. A comunhão de mesa é algo sagrado para Israel. Senta-se à mesma mesa quem tem comunhão profunda de vida. Jesus é acolhido e acolhe os cobradores de impostos e pecadores públicos, pessoas consideradas impuras. Os fariseus murmuram. Só é o que eles sabem fazer, pois perderam a noção de gratidão e do dom da comunhão. Vivem do ressentimento, imaginando-se uma casta santa e separada. Jesus responde com três sentenças. A primeira tirada do senso comum: são os doentes que precisam de médico. A segunda é uma citação de Oseias 6,6: “Quero misericórdia e não sacrifício”. A terceira é a confirmação do que está acontecendo naquela refeição: ele veio chamar os pecadores à conversão. Quando visito a Fazenda da Esperança, encanta-me uma coisa: sua tarefa não é somente ajudar pessoas a abandonarem vícios e dependências; é preciso criar um novo estilo de vida, fazer nascer uma mulher nova, um homem novo. É isso que está em jogo no texto do Evangelho de hoje. Jesus transforma completamente a vida de Mateus. Ele foi perdoado. O difícil, contudo, é começar uma vida nova. Ele, que era escravo do dinheiro, agora, é discípulo do Mestre pobre e livre. Nunca é demasiadamente tarde. A experiência da adesão a Cristo, a experiência da fé, é capaz de reviravoltas profundas na vida das pessoas, como aconteceu a Abraão e Sara. A vida nova nasce da fé naquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos, fonte de toda misericórdia.

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, ‘A Bíblia dia a dia 2023’, Paulinas.