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Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 09/08/2020

19º Domingo do Tempo Comum - Ano A - Verde
1ª Leitura: 1Rs 19,9a.11-13a Salmo: Sl 85(84) - Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia! 2ª Leitura: Rm 9,1-5
evangelho
Jesus caminha sobre as águas - Mt 14,22-33

Logo em seguida, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. Depois de despedi-las, subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá, sozinho. O barco, entretanto, já longe da terra, era atormentado pelas ondas, pois o vento era contrário. Nas últimas horas da noite, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. Mas Jesus logo lhes falou: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. Ele respondeu: “Vem!” Pedro desceu do barco e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” Jesus logo estendeu a mão, segurou-o e lhe disse: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” Assim que subiram no barco, o vento cessou. Os que estavam no barco ajoelharam-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

Neste domingo celebramos o Dia dos Pais e iniciamos a Semana Nacional da Família, que tem como lema “Família, lugar da vivência e convivência na preservação da vida”.


No Evangelho, os discípulos, em meio às ondas agitadas pelo mar, não reconhecem o Senhor, que vai até eles caminhando sobre as águas, e ficam apavorados. Mas, aos poucos, tomam consciência da presença de Jesus, sempre solidário e protetor, e acolhem suas palavras encorajadoras: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” Que a Palavra de Deus renove em nós a fé e nos ajude a enfrentar as adversidades da vida, depositando nossa confiança no Senhor.

Leitura (Verdade)

= O que diz o texto? Leia-o pausadamente e identifique o contexto da narrativa. Qual mensagem o evangelista deseja transmitir? Além de “noite” e “escuridão”, quais outras palavras simbólicas você identifica no texto?
“A tempestade no mar vem logo após Jesus ter saciado cinco mil homens com apenas cinco pães. Tudo transcorre de maneira rápida e os discípulos têm dificuldade em entender o que estava acontecendo. O mar era símbolo de todos os perigos e ameaças. Em plena noite, açoitados pela tempestade, os discípulos tiveram medo. E o medo acontece em proporção inversa à fé. A tempestade no lago reflete a atitude da Igreja como um todo, a vida das comunidades e nossa história pessoal. Quando os perigos nos apavoram, quando a tempestade nos ameaça, podemos gritar como os apóstolos, mas não perder a confiança. Quando Jesus entra em nossa barca, a tempestade termina. A hora da dificuldade é também a hora da fé.” (Viver a Palavra – 2020. Frei Aldo Colombo - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Quais são as águas agitadas que eu preciso enfrentar? Jesus está no barco comigo? Reconheço o Senhor que se aproxima do meu barco e confio em suas palavras: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”?

Para reconhecermos a presença do Senhor Ressuscitado nos momentos difíceis da vida, necessitamos de muita fé. Mas nós não precisamos temer, pois o Ressuscitado está no nosso meio, está junto de nós. Que possamos sempre acolher as palavras encorajadoras de Jesus – “Sou eu. Não tenhais medo!” –, sobretudo nos momentos de dificuldade e temor.

Oração (Vida)

Celebrando hoje o Dia dos Pais, rezemos por suas intenções e também pelas famílias. Em comunhão com todos os pais, rezemos a prece de um pai.
“Senhor, é maravilhoso ter filhos e conviver com eles ao lado de minha esposa. Faze com que meu compromisso de ser pai seja um reflexo do teu infinito amor de Pai. Ilumina-me para que eu saiba amá-los sem impor regras nem condições. Inspira-me a perdoá-los e corrigi-los sem severas exigências. Orienta-me para que eu seja um pai amigo e alegre, apoiando-os na vocação e nos sonhos. Dá-me sabedoria para compreender os impulsos e inovações na juventude de meus filhos. Abençoa a aliança com minha esposa, que tanto me ajuda a educá-los. Eu te ofereço a harmonia de minha família, agradeço-te pela saúde e o pão de cada dia e peço-te que os abençoe e os conduza pelo caminho do bem. Assim seja!” (Luizinho Bastos, em “Mensagens para o ano todo – Vol. 3”, da Paulinas Editora).

Contemplação (Vida e Missão)

O que o Evangelho o(a) levou a experimentar? Qual novo olhar nasceu em você a partir da Palavra? Faça uma síntese do que o texto bíblico despertou em seu coração, para vivê-lo em seu dia.

Bênção

Oração da Família


Ir. Carmen Maria Pulga

O mar estava agitado e os discípulos, assustados. Tinham medo de perecer e pensavam estar vendo um fantasma. “Sou eu. Não tenhais medo!”, lhes disse Jesus, andando sobre as águas. Pedro também anda sobre as águas, mas se assusta de novo e começa a afundar. “Senhor, salva-me!” E o Senhor o salva. Jesus estende a mão e segura Pedro. Pedro e Jesus sobem ao barco. Os discípulos se ajoelham e proclamam: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”. Para isso fomos chamados, para proclamar que Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus. Mas não fomos chamados para dar de comer a quem tem fome? Sim, as duas coisas vão juntas. Quem proclama que Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus, dá de comer ao faminto, e quem dá de comer ao faminto está pondo em prática os ensinamentos de Jesus, verdadeiro Filho de Deus.
Jesus de Nazaré encontra-se na origem e no centro da fé cristã. Nele vemos a Deus e os irmãos. Nele podemos perceber e compreender a dignidade do ser humano. Ele é verdadeiro homem. E a partir dele podemos descobrir a face do Deus verdadeiro. Ninguém jamais viu a Deus, e Jesus é alguém em quem as pessoas encontram Deus. O centro da mensagem de Jesus é o Reino de Deus, e o centro da vida de Jesus de Nazaré é Deus, seu Pai, no Espírito Santo. A vida de Jesus é totalmente voltada para Deus, que ele quer nos revelar.
Que Deus Jesus nos revela? Um Deus humano, um Deus “antropocêntrico”. Ele é criador, totalmente interessado e ocupado com as suas criaturas. Jesus nos revela que o ser humano ocupa o centro do coração do Pai. Jesus de Nazaré pode dizer às criaturas em perigo: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”, não como se fosse um fantasma, mas como verdadeiro ser humano, como o novo Adão. A voz de Deus não é fruto de uma imaginação doentia. No Verbo encarnado ela é sonora. No Verbo encarnado Deus tem sentimentos. É divino o sentimento humano de tristeza que Paulo tem em relação a seu povo, o povo de Israel. Deste povo descende, quanto à carne, o Cristo que está acima de todos. Paulo gostaria que seus irmãos de raça vissem Jesus como ele via.
Dizer que Jesus revela Deus significa que a compreensão cristã de Deus tem sua fonte, origem e fundamento em Jesus. A comunidade cristã vive no mundo enfrentando forças adversas, forças externas e forças internas. Ela não pode perder a fé nem sobreviver com fé reduzida. É sua fé naquele que é verdadeiramente o Filho de Deus que a torna permanentemente firme.
Subamos à montanha com Elias e esperemos com paciência que a brisa suave se faça sentir. Os elementos da natureza podem sinalizar a presença de Deus. Assim aconteceu no passado. Agora, porém, é a visão do ser humano, que por isso se chama Filho do Homem, que nos revela o Deus Conosco. Se antes da brisa vier a tempestade, quer no mar, quer na montanha, Pedro nos empresta sua voz. Gritemos com ele: “Senhor, salva-me!”. O Senhor o segurou com mão firme e ele não afundou.

Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2020’, Paulinas.