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Sábado, 05 de Julho de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 18/04/2021

3º Domingo da Páscoa - Ano B - Branca
1ª Leitura: At 3,13-15.17-19 Salmo: Sl 4 - Levanta sobre nós, Senhor, a luz da tua face! 2ª Leitura: 1Jo 2,1-5a
evangelho
O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações - Lc 24,35-48

Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão. Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um espírito. Mas ele disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. E, dizendo isso, ele mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas eles ainda não podiam acreditar, tanta era sua alegria e sua surpresa. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles. Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, e disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas”.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 7ª ed., 2008.
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Oração Inicial

Liturgia do terceiro domingo da Páscoa. Jesus aparece aos seus discípulos e lhes deseja a paz. Também os convida a crescer na fé para compreenderem tudo o que foi anunciado a seu respeito e tornarem-se testemunhas da ressurreição.
Os encontros com Jesus ressuscitado não são apenas relatos do passado, mas continuam acontecendo na nossa história, na nossa vida. Saibamos acolher o Senhor nos acontecimentos, nas pessoas, na meditação da sua Palavra, nos sacramentos.


Peçamos: “Vinde, Espírito Santo, e dai-nos o dom da sabedoria, para que possamos avaliar todas as coisas à luz da Palavra de Deus e ler nos acontecimentos da vida os projetos de amor do Pai. Amém

Leitura (Verdade)

Leia o texto pausadamente e procure imaginar a narrativa. Faça uma segunda leitura e destaque as palavras que mais chamaram sua atenção. Em que contexto Jesus se faz presente no meio dos discípulos? Qual mensagem o evangelista quer transmitir com a narrativa?


Evangelho: Lc 24,35-48 Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão. Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”. Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um espírito. Mas ele disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. E dizendo isso, ele mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas eles ainda não podiam acreditar, tanta era sua alegria e sua surpresa. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”. Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles. Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, e disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas”.

“O dia de Páscoa é único na história e está cheio de fatos surpreendentes. Os discípulos de Emaús retornam a Jerusalém, contando o encontro com o Ressuscitado. O próprio Jesus aparece e assume seu lugar no meio dos discípulos. Eles ainda duvidam, e Jesus mostra-lhes os sinais dos cravos. O Crucificado é o Ressuscitado. Ele havia terminado sua missão e, agora, passa a responsabilidade para os discípulos. Eles serão as testemunhas qualificadas. O fato de solicitar o anúncio da conversão a todo o mundo, até o fim dos tempos, significa que Jesus pensou também naqueles e naquelas que viriam depois e continuariam a anunciar o seu Nome. Vinte séculos depois, somos nós as testemunhas do Ressuscitado.” (Viver a Palavra – 2021. Frei Aldo Colombo - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O que o texto diz para minha vida? Qual palavra o Espírito Santo me revela? Como eu acolho a comunicação de Jesus: “A paz esteja convosco”? Jesus também lhe pergunta: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração?” Verbalize suas dúvidas e entregue-as Jesus, o Filho de Deus que assumiu a nossa humanidade.

Oração (Vida)

Este momento deixo meu coração falar com Deus. O quero lhe dizer?

Permaneça comigo, Senhor, abençoa meus projetos de trabalho, minha vontade de fazer o bem e, que tudo o que eu fizer até mesmo as pequenas gentilezas sejam um testemunho de minha sintonia com a tua proposta de autenticidade e de serviço em prol do teu reinado sobre toda a criação.
Rezo pelas necessidades de meu povo. Falo com Deus das fragilidades humanas (lembro as classes menos favorecidas, as que exercem responsabilidade com o povo).

Contemplação (Vida e Missão)

Qual é a aplicação da Palavra em sua vida? O que você se propõe viver? Como pretende atingir esse propósito?

Bênção

O Senhor Jesus Cristo esteja ao meu lado para me sustentar,
Dentro de mim para me encorajar,
Diante de mim para me orientar,
Atrás de mim para me proteger,
Acima de mim para me abençoar.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.
Que a bênção de Deus Pai de amor e bondade desça sobre mim e sobre toda a humanidade, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Voltam os discípulos de Emaús, refazem o caminho, contam o que aconteceu, ainda falando, viram Jesus no meio deles. “A paz esteja com vocês” foram as palavras que soaram nos ouvidos da primeira comunidade reunida, mas ainda assustada e ao mesmo tempo alegre e surpresa. A paz é a concórdia ordenada. É a concordância de todos os que querem o mesmo fim em relação ao caminho. Paz para eles que estavam ainda com medo exatamente em relação ao fim. O Senhor estava morto, sepultado e eles expostos à sanha dos inimigos. A paz esteja com vocês que não se sentem seguros mesmo com as portas fechadas. A paz esteja com vocês que devem anunciar, em nome de Jesus Cristo, “a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém”. Cristo demonstra estar vivo e ser o mesmo de antes, pedindo alguma coisa para comer e aceitando um pedaço de peixe. A cena assim descrita deixa sempre a interrogação se o corpo ressuscitado necessita se alimentar. Certamente, não. É Jesus quem toma a iniciativa de mostrar aos discípulos, com uma linguagem que eles pudessem compreender, que ele, Jesus, está vivo. Vendo-o comer, as dúvidas se desfazem. Um fantasma não come, ao menos no nosso imaginário. Certamente Jesus não comeu. Parecia comer, como o anjo Rafael ao viajar com Tobias. Viram o Senhor, receberam a paz, e receberam a incumbência de levar ao mundo o perdão dos pecados pela conversão. É o que Pedro imediatamente anuncia num sermão no templo: “Arrependei-vos e convertei-vos, para que vossos pecados sejam apagados”.
Os pecados perturbam a paz. Por isso, João escreve à sua comunidade: “Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis”. E acrescenta, para o nosso consolo e para que não desanimemos: “No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo”. Guardemos a sua palavra para que o amor de Deus se realize plenamente em nós. Se a paz é a tranquilidade da ordem, o pecado é algum tipo de desordem que precisa ser reordenado pela conversão. Desejando a paz para nós mesmos e para os outros, desejamos também a remoção dos obstáculos capazes de impedi-la. Em nosso mundo de imperfeições, o desentendimento, em relação aos meios para chegar ao fim que queremos alcançar, perturba a paz que entre nós é sempre imperfeita. Daí a necessidade do diálogo e da compreensão das razões do outro. O melhor é quando o entendimento acontece sem busca de razões. É então espontâneo e caloroso. É amoroso. Ensina Santo Tomás que “é próprio dos amigos quererem e não quererem as mesmas coisas porque, quando amamos ao próximo como a nós mesmos, queremos satisfazer-lhe a vontade como se fosse a nossa própria”.

Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2021’, Paulinas.