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Terça-feira, 29 de Abril de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 17/04/2022

Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor - Ano C - Branca
1ª Leitura: At 10,34a.37-43 Salmo: Sl 118(117) - Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e alegremos-nos nele. 2ª Leitura: Cl 3,1-4 ou 1Cor 5,6b-8 Evangelho Opcional: Lc 24,13-35
evangelho
O outro discípulo entrou, viu e creu - Jo 20,1-9

No primeiro dia da semana, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Ela saiu correndo e foi se encontrar com Simão Pedro e com o outro discípulo, aquele que Jesus mais amava. Disse-lhes: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram”. Pedro e o outro discípulo saíram e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, e o outro discípulo correu mais depressa, chegando primeiro ao túmulo. Inclinando-se, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Simão Pedro, que vinha seguindo, chegou também e entrou no túmulo. Ele observou as faixas de linho no chão, e o pano que tinha coberto a cabeça de Jesus: este pano não estava com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial




Oremos: Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concedei que, celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho na unidade do Espírito santo. Amém.

Leitura (Verdade)

Observe o horário em que se dá o encontro? O que Maria Madalena vê e o que faz? O que ela diz aos discípulos? O que acontece com eles ao ouvir o testemunho de Maria Madalena?

Evangelho: Jo 20,1-9 No primeiro dia da semana, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Ela saiu correndo e foi se encontrar com Simão Pedro e com o outro discípulo, aquele que Jesus mais amava. Disse-lhes: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram”. Pedro e o outro discípulo saíram e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, e o outro discípulo correu mais depressa, chegando primeiro ao túmulo. Inclinando-se, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Simão Pedro, que vinha seguindo, chegou também e entrou no túmulo. Ele observou as faixas de linho no chão, e o pano que tinha coberto a cabeça de Jesus: este pano não estava com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.

“Para os discípulos, a morte de Jesus tinha sido o fundo do poço. O seu mundo tinha desmoronado. Um mundo de maldades e interesses mesquinhos esmagara o servo de Deus. Nós passamos por muitas situações assim, situações-limite. E quando parece que não há mais esperança, nos damos conta da ação de Deus: ele está ao lado dos injustiçados, toma partido deles, não permite que seus servos sejam derrotados pelo mal. Jesus Ressuscitado é a prova disso. Deus ressuscitou Jesus. Ele não deixou que a injustiça, a violência e a maldade tivessem a última palavra. Madalena nos representa. Ela estava buscando Jesus entre os mortos. Os discípulos demoraram a assimilar essa realidade maravilhosa. Cristo ressuscitou!” (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

"Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória."(Carta de São Paulo aos Colossenses 3,1-4).
Com quem me identifico: com Madalena, Simão Pedro ou com o outro discípulo? Recusar a fé na ressurreição é perder a própria vida. "Minha vida está escondida com Cristo em Deus"; sinto em mim o pulsar de sua vida ressuscitada? Tenho medo de ressuscitar ou não ressuscitar? Como está minha fé na ressurreição?

Oração (Vida)

Nesta Páscoa, renove. Mude sua vida para uma vida nova.
Enquanto você pensa, aproveite e faça com fé a Oração da Ressurreição para renovar sua vida, liberte sua mente de pensamentos pequenos.
Oração da Ressurreição "Deus, nosso Pai, cremos na ressurreição da carne, pois tudo caminha para a definitiva comunhão convosco. É para a vida, não para a morte, que fomos criados, pois como sementes que se guardam na palha, nós nos guardamos para a ressurreição.
Temos certeza de que vós nos ressuscitareis no último dia, pois na vida dos vossos santos tais promessas se confirmaram. O vosso reino já está acontecendo no meio de nós, porque cada vez mais aumenta no homem a sede, a fome de justiça e de verdade e a indignação contra toda forma de mentiras.
Temos certeza de que todos os nossos medos serão vencidos; toda dor e sofrimento serão mitigados, porque vosso Anjo, nosso Defensor, nos escudará contra todo mal.
Cremos que vós sois o Deus vivo e verdadeiro, porque os tronos caem, os impérios se sucedem, os prepotentes se calam, os espertos e velhacos tropeçarão e ficarão mudos, mas vós permaneceis conosco para sempre. Que nos proteja na Nova Vida hoje e sempre.

Contemplação (Vida e Missão)

Maria, João, Madalena e as santas mulheres são os nossos modelos nesta jornada de compaixão e de reparação. São os únicos amigos fiéis do Coração de Jesus. Unir-me-ei a eles hoje e todos os dias. Procurarei o meu Jesus como Madalena, todas as vezes que tiver perdido a sua presença sensível. Não desanimarei nunca na minha fé, na minha confiança e no meu amor.

Bênção

- Que o Deus todo-poderoso vos abençoe nesta solenidade pascal e vos proteja contra todo pecado.
- Aquele que nos renova para a vida eterna, pela ressurreição do seu Filho vos enriqueça com o dom da imortalidade.
- E vós que, transcorridos os dias da paixão do Senhor, celebrais com alegria a festa da Páscoa, possais chegar exultantes à festa das eternas alegrias.
- Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo. Amém!

Ir. Carmen Maria Pulga

A ressurreição de Jesus, centro da fé cristã, é o sinal de vitória do bem contra o mal. Tantas vezes os pequenos, os fracos, os que não contam são derrotados e ficam sem esperança! A ressurreição de Jesus, no entanto, mostra que a lógica de Deus não se enquadra na lógica humana. Ressurreição é vida nova, é a vitória de Cristo e de todos os seus seguidores, mesmo quando humanamente derrotados. O texto de At 10,34a.37-43 faz parte da grande conversão da Igreja, de Pedro e de Cornélio (At 10). Cornélio é romano, portanto, impuro. A Igreja não é, como outrora o judaísmo, exclusividade racial. Ela precisa se converter e testemunhar a ressurreição para todos os povos. Pedro inicialmente reluta (At 10,14.28), mas o Espírito faz ver que todos os povos são congregados em Jesus (At 10,44). A ressurreição de Jesus é vida nova para todos os que nele crerem, sem distinção de raça. Pedro vai e testemunha a vida, a morte e a ressurreição de Jesus para que todos possam crer nele e receber dele a vida eterna. Em Cl 3,1-4, pelo batismo se ressuscita com Cristo. Já aqui e agora os batizados vivem vida nova, mas isso se realiza no dia a dia, pois a plenificação dessa vida nova só acontecerá na parúsia. Portanto, devem buscar as coisas do alto, pois assim eles testemunham o Cristo Ressuscitado, sentado à direita do Pai. Cristo vivo se manifesta pela vida dos que creem e testemunham. Em Jo 20,1-9, o primeiro dia da semana (domingo) é o início da nova realidade em Cristo. A nova criação está inaugurada. É o domingo sem ocaso (Jo 20,1.19.26). Em Cristo Ressuscitado, o que era velho terminou. Começa agora a Páscoa definitiva, o tempo de Cristo até a consumação dos séculos. Maria Madalena, Pedro e o discípulo amado representam a maneira como as comunidades viveram a fé. Maria Madalena reflete as comunidades abatidas pela morte de Jesus, que ainda não têm fé madura no Ressuscitado. Diante do túmulo vazio, pensa em roubo de cadáver. Pedro e o discípulo amado (aquele que faz o que Jesus manda – provavelmente não se trata de uma pessoa concreta, mas simbolizam aqueles que observam os mandamentos de Jesus – Jo 15,14) ilustram os dispersos e desesperados diante da morte de Jesus (Jo 16,32). Os dois vão à busca de Jesus na sepultura, mas o que ama chega antes. Pedro entra na sepultura e constata, mas o que ama “viu e acreditou”. As comunidades que amam encontram o Ressuscitado. Ele, a partir do amor, crê e entende as Escrituras que dão testemunho da ressurreição de Jesus (Is 26,19ss). Já Pedro, no quarto evangelho, é o homem de dura cerviz. Não quer deixar lavar os pés (Jo 13,7ss) e trai Jesus (Jo 18,17ss); por isso mesmo, agora precisa acompanhar o discípulo amado para fazer a experiência da ressurreição. Todos, Pedro, o discípulo amado e Maria Madalena, estão num lento processo que culmina na fé madura (Jo 20,10ss), quando enfim, com Tomé, podem proclamar: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20,28). As comunidades, através da busca e do testemunho, chegam aos poucos à fé verdadeira no Ressuscitado.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.