Fundo
Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 08/10/2023

27º Domingo do Tempo Comum - Ano A - Verde
1ª Leitura: Is 5,1-7 Salmo: Sl 80(79) - Senhor, Deus dos Exércitos, faze-nos voltar. 2ª Leitura: Fl 4,6-9
evangelho
O Reino de Deus vos será tirado e será confiado a um povo que produza seus frutos - Mt 21,33-43

Escutai agora outra parábola. Havia um proprietário que plantou uma vinha; rodeou-a com uma cerca, cavou um lagar nela e construiu uma torre. Depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para o estrangeiro. Quando chegou o tempo da vindima, enviou seus servos para receber dos vinhateiros a parte de seus frutos. E os vinhateiros, agarrando os servos, espancaram um, mataram outro e apedrejaram outro. De novo ele enviou outros servos – em maior número que os primeiros –, e fizeram com eles o mesmo. Por último, enviou-lhes seu filho, pensando: ‘Meu filho respeitarão’. Mas, quando os vinhateiros viram o filho, comentaram entre si: ‘Esse é o herdeiro. Matemo-lo e fiquemos com sua herança’. Então, agarrando-o, atiraram-no para fora da vinha e o mataram. Quando vier, portanto, o senhor da vinha, o que fará com aqueles vinhateiros?” Responderam-lhe: “Acabará violentamente com esses malvados e dará sua vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos em seu devido tempo”. Jesus lhes disse: “Nunca lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores rejeitaram, esta se tornou a pedra angular. Isso foi feito pelo Senhor, é uma maravilha a nossos olhos’? Por isso vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será confiado a um povo que produza seus frutos.

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
Clique nos títulos para ler o conteúdo.
Oração Inicial

27º Domingo do Tempo Comum. Jesus vem nos resgatar para a plenitude da vida e mostrar-nos de modo claro o projeto do Reino.
Oração: Pai querido confio em ti e a ti me entrego. Nutra meu espírito com teu amor, por tua compaixão cura-me e conserva a minha vida.



No Evangelho de hoje Jesus, através de uma parábola, nos exorta ao compromisso com sua proposta e a produzir frutos para a sua vinha – o reinado de Deus.

Leitura (Verdade)

A vinha é a figura do Reino de Deus. Jesus nos fala do Reino e nos mostra quem aceita o desafio do amor e se coloca a serviço de Deus. Observe na leitura desta parábola a quem é dado este Reino e quem está comprometido com esta causa.

Evangelho: Mt 21,33-43 Escutai agora outra parábola. Havia um proprietário que plantou uma vinha; rodeou-a com uma cerca, cavou um lagar nela e construiu uma torre. Depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para o estrangeiro. Quando chegou o tempo da vindima, enviou seus servos para receber dos vinhateiros a parte de seus frutos. E os vinhateiros, agarrando os servos, espancaram um, mataram outro e apedrejaram outro. De novo ele enviou outros servos – em maior número que os primeiros –, e fizeram com eles o mesmo. Por último, enviou-lhes seu filho, pensando: ‘Meu filho respeitarão’. Mas, quando os vinhateiros viram o filho, comentaram entre si: ‘Esse é o herdeiro. Matemo-lo e fiquemos com sua herança’. Então, agarrando-o, atiraram-no para fora da vinha e o mataram. Quando vier, portanto, o senhor da vinha, o que fará com aqueles vinhateiros?” Responderam-lhe: “Acabará violentamente com esses malvados e dará sua vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos em seu devido tempo”. Jesus lhes disse: “Nunca lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores rejeitaram, esta se tornou a pedra angular. Isso foi feito pelo Senhor, é uma maravilha a nossos olhos’? Por isso vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será confiado a um povo que produza seus frutos.

“O uso de parábolas torna os ensinamentos de Jesus acessíveis a todos. A partir da realidade da terra, Jesus ensina as coisas do céu. É maravilhoso perceber como a criatividade linguística favorece para que a vida seja impactada e, consequentemente, a conversão se torne um processo contínuo. Ao falar da vinha e dos vinhateiros, Jesus traz presente a história da salvação. Ele é o Filho, que os vinhateiros amarraram e mataram. No entanto, a pedra que os construtores rejeitaram, tornou-se a pedra angular. Jesus é, em todos os tempos, a pedra com o ângulo certo, a sustentação da Igreja, povo de Deus. Nossa fé está alicerçada em Jesus e nenhuma adversidade ameaçará a eternidade desse projeto de amor”. (Viver a Palavra – 2023. Frei Jaime Bettega- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

A vinha é a casa de Israel. Quantos anunciadores da Palavra derramaram seu sangue pela fidelidade à aliança! Em nenhum tempo da história foi fácil o processo de implantação do reinado de Deus. Hoje, o Pai, ainda apaixonado por sua vinha, se volta para cada um de nós e pergunta: “Você ama meu Filho?”
O recado de Jesus é claro: O Reino está diante de nós e rejeitá-lo é buscar outro caminho.
Como você resume o ensinamento de Jesus?
O que significa para você produzir frutos para o Reino de Deus?

Oração (Vida)

Senhor, tu conheces e sabes de todos os meus traumas, dores e enfermidades que trago em meu interior e, de modo especial, em meu subconsciente, por isso peço com fé: cura-me, Senhor, e liberta-me de todos os medos, de todas as emoções negativas que atrapalham a minha vida. Cura-me das lembranças dolorosas, das angústias inconscientes (no silencio de seu coração enumere os traumas de que você tem conhecimento).

Dá-me sabedoria para afastar meus inimigos, sobretudo aqueles que moram em mim: meus pensamentos e sentimentos em dissonância com a proposta do Reino de Deus. Acolhe-me em tua ternura e amor.
Fortalece e regenera o mais profundo do meu ser.
“Liberta-me; Senhor, defende-me pela tua justiça, atende-me e salva-me” (Sl 71)

Contemplação (Vida e Missão)

Qual é a aplicação da Palavra em sua vida? O que você se propõe a viver hoje? Como pretende atingir esse propósito?

Bênção

Concedei, ó Deus, a vossos filhos a benção desejada, para que nutridos por vosso amor produzam frutos de paz e de justiça. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Isaías e Jesus fazem uma leitura simbólica da história de Israel. No Canto da Vinha, de Isaías, encontramos a prefiguração da parábola dos vinhateiros. Estamos diante de um canto de amor entre o agricultor e sua vinha, entre Deus e Israel, que foi infiel e o traiu. Israel produziu apenas uvas selvagens e ácidas. Deus cuidou de Israel com zelo e paciência, mas ele não correspondeu a esse amor. Deus faz o povo participar do seu próprio julgamento. Somente no final (v. 7), revela a identidade da vinha: Israel. No Evangelho, os interlocutores de Jesus são membros do Sinédrio: sacerdotes e anciãos do povo. Logo depois da entrada solene em Jerusalém, Jesus purifica o Templo, em uma ação simbólica. De certo modo, ali foi decidido seu destino. A parábola da figueira que não tinha frutos (Mt 21,18-22) antecipa os frutos selvagens da vinha. A parábola dos dois filhos, ambos convidados pelo Pai a trabalhar na vinha, sintetiza a atitude daqueles que são infiéis e exteriores. O proprietário cuidou da vinha com carinho. A vinha é símbolo de casamento, aliança, mas o vinho também denota julgamento: a taça da ira. Deus fez de tudo por ela. Construiu, inclusive, um lagar, esperando uvas próprias para o vinho. Os vinhateiros são meramente arrendatários. Devem pagar o aluguel com os produtos da própria terra. O proprietário manda duas levas de empregados: os profetas. A reação dos vinhateiros é apresentada em crescendo: agarraram > espancaram > mataram > apedrejaram. Deus é paciente. Enviou o próprio Filho. Pensando terem acesso à herança, ele é morto, fora da vinha, excluído e renegado. Agora, Jesus implica os interlocutores no discernimento, como fez Natã com Davi (2Sm 12). Eles mesmos dão o veredicto (v. 41). Em um movimento brusco, Jesus passa da metáfora agrícola para a metáfora arquitetônica: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular”, citando o Salmo 118. Essa pedra estrutura toda a construção da casa. A rejeição de Israel provoca a abertura da aliança aos pagãos. Também eles são acolhidos no banquete do Reino. E Paulo, vencendo todo perigo de infidelidade, pede que os filipenses se ocupem com aquilo que dele aprenderam. Lista, então, as características do compromisso cristão com aquilo “que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor”.

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, ‘A Bíblia dia a dia 2023’, Paulinas.