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Terça-feira, 29 de Abril de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 28/08/2022

22º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Verde
1ª Leitura: Eclo 3,19-21.30-31 Salmo: Sl 68(67) - Preparaste para o pobre um país no teu amor, ó Deus! 2ª Leitura: Hb 12,18-19.22-24a
evangelho
Os convidados escolhiam os primeiros lugares - Lc 14,1.7-14

Num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. Estes o observavam. Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então lhes contou uma parábola: “Quando fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante, e o dono da casa, que convidou os dois, venha a te dizer: ‘Cede o lugar a ele’. Então irás cheio de vergonha ocupar o último lugar. Ao contrário, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Quando chegar então aquele que te convidou, ele te dirá: ‘Amigo, vem para um lugar melhor!’ Será uma honra para ti, à vista de todos os convidados. Pois todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. E disse também a quem o tinha convidado: “Quando ofereceres um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes podem te convidar por sua vez, e isto já será a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

22º Domingo do tempo Comum. Hoje celebramos também o dia de Santo Agostinho que, após uma vida perversa, aos 35 anos foi batizado, seguiu o sacerdócio e como bispo missionário evangelizou na África.


Peçamos ao Espírito Santo a graça de nos alimentarmos sempre da Palavra de Deus. Que o exemplo de Cristo nos ajude a vencer a tendência de queremos privilégios e protagonismos que não sejam em prol do bem comum.

Leitura (Verdade)

Faça a leitura atenta do Evangelho. Qual é a proposta central que Jesus apresenta?
Que sentimentos, atitudes e que lugar a proposta de Jesus ressalta neste Evangelho?

Evangelho: Lc 14,1.7-14 Num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. Estes o observavam. Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então lhes contou uma parábola: “Quando fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante, e o dono da casa, que convidou os dois, venha a te dizer: ‘Cede o lugar a ele’. Então irás cheio de vergonha ocupar o último lugar. Ao contrário, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Quando chegar então aquele que te convidou, ele te dirá: ‘Amigo, vem para um lugar melhor!’ Será uma honra para ti, à vista de todos os convidados. Pois todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. E disse também a quem o tinha convidado: “Quando ofereceres um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes podem te convidar por sua vez, e isto já será a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

“J esus instruiu seus discípulos a não copiarem, com seu comportamento, a competição presente no mundo. A competição como norma social é um duro golpe na fraternidade, que se alimenta do companheirismo, da solidariedade, da busca de oportunidades para todos. Buscar os primeiros lugares é entrar num jogo em que se reduz o outro a um concorrente, não o vendo como um parceiro, um irmão. Jesus nos orienta a evitar essa tendência de favorecimento dos iguais, buscando a inclusão do pequeno e do pobre no banquete da vida. Essa sensibilidade pelos que estão à margem há de permear todos os compromissos dos cristãos na Igreja e fora dela.” (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

A força da verdade e da fé vence o que para nossa natureza humana parece impossível. Temos que ser proativos, construtores de uma sociedade em sintonia com a proposta do Evangelho, mas com o olhar e os gestos de Jesus. Como ele viu os participantes do banquete na casa do chefe dos fariseus pelo qual foi convidado?
O que aprendemos desta observação de Jesus?
O caminho que Jesus nos convida a percorrer nos dará a liberdade, a paz e o amor verdadeiro.

Oração (Vida)

O que o texto o(a) leva a dizer a Deus? Orar quer dizer falar com Deus, por isso, aproxime-se do Senhor e fale com Ele. Apresente-lhe suas preocupações e intenções. Agradeça ao Senhor sua vida e o grande amor que Ele tem por você. Reze pelas realidades que o(a) cercam, pelas necessidades das nações, pelos lideres de opinião e pelos governantes.

Contemplação (Vida e Missão)

Proposta do dia: Avaliar a inclusão dos necessitados em nossos relacionamentos presenciais e virtuais.

Bênção

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Entre os cristãos nunca deveria haver pessoas distintas, isto é, que sobressaiam em dignidade. Deus se revela aos pequenos, aos humildes. Só estes entendem a Deus e lhe prestam a honra verdadeira. Os discípulos devem entender que, diante de Deus, as grandezas humanas não contam. De acordo com Eclo 3,19-21.30-31, o que é a humildade que agrada a Deus? Seria assumir um ar de quem gosta de ser desprezado? Não. Humildade é reconhecer que tudo o que se tem são dons que vêm de Deus e devem ser colocados em comum para o bem de todos (cf. 1Cor 12,4ss). O contrário de humildade é ensoberbecer-se e ostentar os dons como se fossem propriedade pessoal e usá-los egoisticamente para o bem pessoal. Fazer-se pequeno é reconhecer que tudo vem de Deus para o bem de todos. Isso é agradar a Deus. Em Hb 12,18-19.22-24a, os judeus convertidos ao cristianismo ainda se lembravam da antiga aliança do Sinai (Ex 19), onde Deus se manifestou em tempestade. Agora, porém, eles têm algo superior, Sião, a Nova Jerusalém, onde Jesus é o mediador. Em Lc 14,1.7-14, na lógica do Reino de Deus, as pessoas devem demonstrar gratuidade, receptividade e jamais autossuficiência. Aqueles que buscam os primeiros lugares confiam nas próprias virtudes, ou seja, não reconhecem que tudo vem de Deus. Só quem está vazio de si pode ocupar o último lugar. Quem sabe que não tem méritos nem quer ser autossuficiente, quando vai a uma festa, busca os últimos lugares e, quando dá uma festa, convida os últimos, pois ele recebe tudo gratuitamente de Deus e, como consequência lógica, é gratuito diante de Deus e da comunidade. Ocupar os últimos lugares e convidar os últimos é uma atitude de pessoas que põem em prática “recebestes de graça, de graça dai, também vós” (Mt 10,8b). Nas comunidades farisaicas era comum convidar amigos, irmãos, parentes e vizinhos ricos para comemorações. Já os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos eram excluídos do templo (Lv 21,18; 1Sm 5,8); por isso, também nunca eram convidados para uma festa de “gente íntegra”. Neles se via a escória, como consequência dos próprios pecados ou dos seus antepassados (cf. Ex 20,2ss). Para os fariseus não convinha misturar “bons” e “maus”. Mas, para Jesus e para o Reino, essa ordem deve ser invertida. Quem é gratuito diante de Deus não convida os “bons”, mas muda toda a lógica humana, ou seja, busca os excluídos, começando pelas vítimas do poder religioso, social e econômico. Na lógica do Reino, os últimos serão os primeiros, e não entra a meritocracia nem as relações comerciais. Entretanto, ainda há cristãos que em tudo que fazem esperam recompensa. Até quando ajudam um pobre ou deficiente se perguntam o que vão lucrar com isso. Alguns talvez pensem ser vistos e desfrutar de bom nome, principalmente em anos eleitorais. Outros esperam, por meio dos pobres, transferir seus bens para a eternidade, isto é, quando ajudam um miserável, esperam ter recompensa no céu. O cristão recebe de graça e dá de graça.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.