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Sábado, 21 de Dezembro de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 23/06/2024

12º Domingo do Tempo Comum - Ano B - Verde
1ª Leitura: Jó 38,1.8-11 Salmo: Sl 107(106) - Louvai o Senhor porque ele é bom. 2ª Leitura: 2Cor 5,14-17
evangelho
Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? - Mc 4,35-41

E disse-lhes, naquele dia, quando chegou a tarde: “Atravessemos para a outra margem!” Após terem despedido a multidão, eles o tomaram assim como estava no barco, e outros barcos estavam com ele. E houve uma grande tempestade de vento, e as ondas arremetiam contra o barco, de modo que o barco já se enchia. Ele estava na popa, dormindo sobre um travesseiro. Acordaram-no e disseram-lhe: “Mestre, não te importa que pereçamos?” Tendo-se despertado, ele repreendeu o vento e disse ao mar: “Cala-te, fecha a boca!” Cessou, então, o vento, e houve grande calmaria. E disse-lhes: “Por que sois medrosos? Ainda não tendes fé?” Eles sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”.

A Bíblia: tradução da editora Paulinas, 2023.
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Oração Inicial

“Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” O Evangelho nos convida a sair da margem do medo, da insegurança, e a ter fé em Jesus nos momentos de aflição.
Oremos: “Divino Espírito Santo, amor eterno do Pai e do Filho, fortalece minha fé para que ela seja maior do que minhas aflições. Amém.”


Criador inefável, tu que és a fonte verdadeira da luz e da ciência, derrama sobre as trevas da minha inteligência um raio da tua claridade. Dá-me inteligência para compreender, memória para reter, facilidade para aprender, sutileza para interpretar, e graça abundante para falar.

Leitura (Verdade)

Faça a leitura do Evangelho lenta e atentamente, quantas vezes julgar necessário, e destaque os atitudes e palavras de cada personagem. Como se comportam os discípulos e como se comporta o mestre. Observe as palavras, os gestos, as ações e os sentimentos, etc. de cada um.

Evangelho: Mc 4,35-41 “E disse-lhes, naquele dia, quando chegou a tarde: “Atravessemos para a outra margem!” Após terem despedido a multidão, eles o tomaram assim como estava no barco, e outros barcos estavam com ele. E houve uma grande tempestade de vento, e as ondas arremetiam contra o barco, de modo que o barco já se enchia. Ele estava na popa, dormindo sobre um travesseiro. Acordaram-no e disseram-lhe: “Mestre, não te importa que pereçamos?” Tendo-se despertado, ele repreendeu o vento e disse ao mar: “Cala-te, fecha a boca!” Cessou, então, o vento, e houve grande calmaria. E disse-lhes: “Por que sois medrosos? Ainda não tendes fé?” Eles sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”.

“Marcos procura ajudar a compreender que o medo enfraquece a fé. O medo cria ilusões, agita-nos e impede a confiança nos cuidados que Deus tem por nós. É Jesus quem ordena alcançar a outra margem. Mesmo assim, o perigo amedronta os discípulos, porque eles ainda não têm clareza sobre a identidade de Jesus: “Quem é este...?”. Quantas crises e aflições Deus permite para que mudemos de atitude, de comportamento, e cresçamos na intimidade com ele? É a pedagogia do fortalecimento na fé. Porque, mesmo com Jesus em nossa barca, teremos que enfrentar as fragilidades e os limites próprios da travessia humana. Onde há a presença do Senhor da Vida, não há motivo para o medo, pois ele venceu o mundo e a morte.” (Viver a Palavra – 2024. Ir. Carmen Maria Pulga- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Nosso barco nem sempre está preparado para aguentar os balanços da vida e suportar o medo das tempestades. Nestas horas, temos confiança do Senhor? Confiança baseada na fé de que Deus habita em nosso ser e ele tem todo o poder e o amor para nos salvar?
A fé nos pede, sim, que compreendamos os fatos e acontecimentos de nosso mundo com a confiança de que o Senhor Jesus, que deu a vida por nós, jamais será indiferente à realidade de nossa vida e da História humana. Como está a maturidade de sua fé? Deixe seu coração responder a esta pergunta de Jesus: “Por que és medroso/a? Ainda não tens fé?”

Oração (Vida)

Fale com o Senhor dos seus medos e fragilidades. Desperte o Senhor como fizeram os discípulos e deixe que Ele fale contigo...

"Meu Deus, Verdade das verdades, concede-me inteligência para conhecer-te, diligência para te procurar, sabedoria para te encontrar, uma boa conduta para te agradar, confiança para esperar em ti, constância para fazer a tua vontade.
Orienta, meu Deus, a minha vida, concede-me saber o que tu me pedes e ajuda-me a realizá-lo para o meu próprio bem e de todos os meus irmãos." Amém! ( S. Tomás de Aquino)

Contemplação (Vida e Missão)

A Palavra deste dia falou ao seu coração, tocou sua vida? Guarde tudo o que o Senhor, por meio da Palavra, o/a chama a viver neste dia.

Bênção

“Procurem aperfeiçoar-se, exortem-se mutuamente, tenham um só pensamento, vivam em paz. E o Deus de amor e paz estará com vocês. Saúdem uns aos outros com beijo santo (...). A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês.” (2 Coríntios 13,11-14).

Ir. Carmen Maria Pulga

Deus é o Senhor do mar. Do meio da tempestade, assim se revelou a Jó. Quem é este a quem obedecem até o vento e o mar? A forte ventania sacudia o barco, e Jesus dormia sobre um travesseiro. O barco está afundando, e ele não se importa? “Silêncio, cala-te.” Levanta-se o Senhor e repreende o vento e o mar. O vento parou e o mar se acalmou. “Vocês são medrosos! Ainda não têm fé?” Jesus está presente. É preciso acreditar que ele é o Senhor do mar. “Ainda não tendes fé?” Se a tivéssemos, poderíamos dizer ao vento e ao mar: “Silêncio, cala-te!”? É Deus quem põe limites às forças da natureza. Nós, por vezes, perturbamos a ordem do universo. Algumas vezes, usando para o bem a inteligência que Deus nos deu, somos capazes de evitar grandes males ou de corrigi-los depois de acontecidos. Podemos nos tornar novas criaturas com visão nova de tudo o que foi criado. Vivendo para Cristo e vendo com seus olhos pessoas e coisas, tudo pode se tornar novo. O que era antigo passou. Mar agitado pela tempestade. O vento sopra forte, tudo se agita, a frágil embarcação parece soçobrar. É um momento da história da nossa vida, é uma fase da história da Igreja e da humanidade. Nossos corações desfalecem de pavor. Na aflição, gritamos ao Senhor e a tempestade se converte em bonança. É uma certeza. Já podemos agradecer a Deus por seu amor e pelas maravilhas operadas entre nós. Só não sabemos quando. Quando virá a bonança? Misturada ao som do vento e do mar agitado, ouvia-se a voz amedrontada dos discípulos: “Não te importa que estejamos perecendo?”. No “Choro das Vagas”, meditava o poeta Alberto de Oliveira e dizia que “não é de águas apenas e de ventos, no rude som, formada a voz do Oceano: em seu clamor, ouço um clamor humano, em seus lamentos, todos os lamentos”. Jesus, tão sempre humano, se mostra irritado ao ouvir o clamor humano de seus humanos discípulos, ou se trata de uma palavra enérgica para afugentar o medo e fazer surgir a fé? “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” É preciso superar o medo e atravessar a tempestade, enfrentando-a com a força da fé. No barco da caridade, remando com fé e esperança, dois remos fortes, que se chamam “crer e agir”, impulsionam o barco da nossa existência até o porto seguro. Quem é este a quem obedecem até o vento e o mar? O mar e o vento lhe obedecem. Podemos também lhe obedecer firmados na confiança. Ele é o caminho, a verdade e a vida, é o caminho verdadeiro que leva para a vida. Em verdade, o que nos parece muito real é a dor que sentimos aqui e ali, neste ou naquele momento. O resto soa-nos como palavras de consolo. No entanto, quantas vezes ouvimos de sua boca: “Tua fé te salvou!”. Não é, pois, uma simples palavra de consolo que ressoa em nossos ouvidos, e sim um forte apelo para uma adesão de fé em Jesus Cristo. Não desanime nem desista! Se a tempestade o leva até o fundo do mar, lembre-se do profeta Jonas, que desceu até as bases das montanhas, no fundo das águas, e lá se encontrou com Deus, que o pegou e o levou de volta à superfície. Jonas estava fugindo de Deus e com Deus se encontrou no termo da sua fuga. Não houve punição. Deus o pegou com carinho e levou-o de volta à superfície das águas. Apenas exigiu mais uma vez que cumprisse a sua missão, e ele foi a Nínive! No meio da tempestade, o amor de Cristo nos impele. O que era antigo passou. Agora tudo é novo. Já não conhecemos ninguém à maneira humana. Conhecemos à maneira divina, que é a fé. Pode parecer que Jesus esteja dormindo. De fato, está desperto e presente em cada ser humano.

Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.