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Sábado, 21 de Dezembro de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 29/03/2024

Paixão do Senhor - Ano B - Vermelha
1ª Leitura: Is 52,13–53,12 Salmo: Sl 31(30) - Na tua mão está o meu destino. 2ª Leitura: Hb 4,14-16; 5,7-9
evangelho
Se é a mim que buscai, deixai a estes irem - Jo 18,1–19,42

Tendo dito estas coisas, Jesus saiu com seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron, onde havia um jardim, no qual entrou com seus discípulos. Também Judas, que o entregava, conhecia o lugar, pois várias vezes Jesus encontrara‑se com seus discípulos ali. Então Judas, tendo tomado consigo o destacamento e alguns guardas dos sumos sacerdotes e dos fariseus, foi para lá com tochas, lâmpadas e armas. Jesus, sabendo de tudo o que estava por lhe sobrevir, saiu e lhes disse: “A quem buscais?” Responderam‑lhe: “A Jesus, o nazareno”. Disse‑lhes Jesus: “Sou eu”. Também Judas, que o entregava, estava com eles. Quando lhes disse: “Sou eu”, recuaram e caíram por terra. Então lhes perguntou novamente: “A quem buscais?” Eles disseram: “A Jesus, o nazareno”. Respondeu Jesus: “Já vos disse que sou eu. Se é a mim que buscais, deixai estes irem”. Disse isso para que se cumprisse a palavra que dissera: “Não perdi nenhum daqueles que me deste”. Simão Pedro trazia uma espada. Ele a sacou e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando‑lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. Disse Jesus a Pedro: “Põe a espada na bainha. Acaso não beberei o cálice que o Pai me deu?” Então o destacamento, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. Eles o conduziram, primeiramente, a Anás, que era sogro de Caifás, o sumo sacerdote daquele ano. Caifás era aquele que dera aos judeus o conselho de que convinha que um só homem morresse pelo povo. Simão Pedro seguiu Jesus, e com ele estava outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus para o pátio do sumo sacerdote. Pedro, contudo, ficou junto à porta, do lado de fora. Então o outro discípulo, conhecido do sumo sacerdote, saiu, falou com a porteira e trouxe Pedro para dentro. A criada que ficava à porta disse a Pedro: “Não és, tu também, dos discípulos desse homem?” Ele disse: “Não sou”. Os servos e os guardas que estavam ali tinham feito uma fogueira, porque fazia frio, e aqueciam‑se. Também Pedro estava com eles, em pé, e se aquecia. Então o sumo sacerdote interrogou Jesus sobre seus discípulos e sobre seu ensinamento. Respondeu‑lhe Jesus: “Eu falei ao mundo abertamente, sempre ensinava na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. Por que me interrogas? Interroga aqueles que ouviram o que lhes falei. Eles sabem o que eu disse”. Tendo dito essas coisas, um dos guardas que estavam ao lado de Jesus deu‑lhe uma bofetada, dizendo: “Assim respondes ao sumo sacerdote?”. Respondeu‑lhe Jesus: “Se falei mal, testemunha o que foi de mal, mas se falei bem, por que me bates?”. Então Anás o enviou amarrado ao sumo sacerdote Caifás. Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo‑se. Disseram‑lhe, então: “Não és, tu também, dos discípulos dele?” Ele negou, dizendo: “Não sou”. Disse um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele de quem Pedro tinha cortado a orelha: “Não te vi eu no jardim com ele?”. Pedro novamente negou e logo um galo cantou. Conduziram Jesus de Caifás ao pretório. Era de manhã e eles não quiseram entrar no pretório para não se contaminarem e ficarem impedidos de comer a páscoa. Pilatos, então, veio para fora, até eles, e perguntou: “Que acusação trazeis contra este homem?”. Responderam‑lhe: “Se ele não fosse um malfeitor, não o teríamos entregue a ti”. Disse‑lhes Pilatos: “Tomai‑o Vós mesmos e julgai‑o segundo vossa lei”. Disseram‑lhe os judeus: “Não nos é permitido matar ninguém”. Isso para que se cumprisse a palavra que Jesus dissera a respeito de que morte estava para morrer. Pilatos entrou novamente no pretório, chamou Jesus e disse‑lhe: “Tu és o rei dos judeus?” Respondeu Jesus: “Dizes isto por ti mesmo ou outros te falaram a meu respeito?” Respondeu Pilatos: “Acaso eu sou judeu? Tua nação e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” Jesus respondeu: “Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, meus guardas teriam combatido para que eu não fosse entregue aos judeus. Agora, porém, meu reino não é daqui”. Disse‑lhe Pilatos: “Então tu és rei?” Respondeu‑lhe Jesus: “Tu dizes que eu sou rei. Para isto nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade ouve minha voz”. Disse‑lhe Pilatos: “O que é a verdade?” E, tendo dito isso, saiu novamente ao encontro dos judeus e lhes disse: “Eu não encontro nele culpa alguma. É costume entre vós que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa. Quereis, pois, que eu vos solte o rei dos judeus?”. Eles novamente tomaram a palavra e gritaram: “Este não, mas Barrabás!” Barrabás era um assaltante. Então Pilatos tomou Jesus e mandou que fosse flagelado. Os soldados, tendo tecido uma coroa de espinhos, colocaram‑na em sua cabeça e envolveram‑no com um manto púrpura, e vinham até ele e diziam: “Salve o rei dos judeus!” E davam‑lhe bofetadas. Pilatos veio novamente para fora e lhes disse: “Eis que eu o trago a vós aqui fora, para que saibais que não encontro nele culpa alguma”. Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto púrpura. Disse‑lhes Pilatos: “Eis o homem”. Assim que os sumos sacerdotes e os guardas o viram, começaram a gritar: “Crucifica‑o, crucifica‑o!” Disse‑lhes Pilatos: “Tomai‑o vós e crucificai‑o, pois eu não encontro nele culpa”. Responderam‑lhe os judeus: “Nós temos uma lei e, segundo esta lei, ele deve morrer, porque se fez filho de Deus”. Quando Pilatos ouviu essa palavra, temeu ainda mais. Ele entrou no pretório novamente e disse a Jesus: “De onde tu és?” Mas Jesus não lhe deu resposta alguma. Disse‑lhe, então, Pilatos: “Não falas comigo? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e tenho autoridade para te crucificar?” Respondeu‑lhe Jesus: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se não te fosse dada do alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado”. A partir desse momento, Pilatos buscava solta‑lo. Os judeus, porém, gritaram: “Se o soltas, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei opoe‑se a César!” Tendo ouvido essas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou‑se na tribuna, no lugar chamado Pavimento ou, em hebraico, Gábata. Era o dia de preparação da Páscoa, por volta da hora sexta. Ele disse aos judeus: “Eis vosso rei!” Eles, então, gritaram: “Fora com ele! Crucifica‑o!” Disse‑lhes Pilatos: “Crucificarei vosso rei?” Responderam os sumos sacerdotes: “Não temos rei senão César”. Então o entregou a eles para que fosse crucificado. Eles, então, tomaram Jesus. E, carregando ele mesmo a cruz, saiu para o chamado Lugar do Crânio, que se diz, em hebraico, Gólgota, onde o crucificaram, e, com ele, outros dois, um de cada lado, e no meio Jesus. Pilatos escreveu um letreiro e colocou‑o sobre a cruz. Nele, estava escrito: “Jesus Nazareno, o rei dos judeus”. Muitos dentre os judeus leram esse letreiro, uma vez que o lugar onde Jesus fora crucificado ficava próximo da cidade, e ele estava escrito em hebraico, latim e grego. Os sumos sacerdotes dos judeus diziam a Pilatos: “Não escrevas: ‘O rei dos judeus’, mas sim que ele disse: ‘Sou rei dos judeus’ ”. Respondeu Pilatos: “O que escrevi, escrevi”. Os soldados, quando crucificaram Jesus, tomaram suas vestes e as repartiram em quatro partes, a cada soldado uma parte, e a túnica. A túnica era sem costura, uma só peça, de alto a baixo. Disseram, então, entre si: “Não a rasguemos, mas tiremos a sorte sobre ela para ver de quem será”. Isso para que se cumprisse a Escritura que diz: “Repartiram entre si minhas vestes, sobre minha roupa tiraram a sorte”. Assim fizeram os soldados. Estavam junto à cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria de Mágdala. Jesus, tendo visto a mãe e, a seu lado, aquele discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis teu filho”. Depois, disse ao discípulo: “Eis tua mãe”. E, a partir daquela hora, o discípulo a tomou consigo. Depois disso, sabendo Jesus que tudo já estava consumado, para que se cumprisse a Escritura, disse: “Tenho sede”. Havia ali um jarro com vinagre. Então levaram até a boca de Jesus uma esponja embebida de vinagre colocada em um ramo de hissopo. Quando tomou o vinagre, Jesus disse: “Está consumado”. E, tendo inclinado a cabeça, entregou o espírito. Então os judeus, porque era o dia da preparação da Páscoa, para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado, pois aquele sábado era um grande dia, pediram a Pilatos que lhes fossem quebradas as pernas e retirados dali. Os soldados vieram e quebraram as pernas do primeiro e do outro, daqueles que tinham sido crucificados com ele. Chegando a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados feriu‑lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu dá testemunho, e seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade para que também vós creiais. Essas coisas aconteceram para que se cumprisse a Escritura: “Não lhe será quebrado osso algum”. E ainda outra passagem da Escritura que diz: “Olharão para aquele a quem transpassaram”. Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus às escondidas por medo dos judeus, pediu a Pilatos para retirar o corpo de Jesus, e Pilatos permitiu. Então ele veio e retirou o corpo de Jesus. Veio também Nicodemos, aquele que, antes, viera procurar Jesus à noite, trazendo cerca de cem libras de uma mistura de mirra e aloés. Tomaram, então, o corpo de Jesus e o envolveram em panos de linho, com os bálsamos, como é o costume de sepultar dos judeus. Havia um jardim no lugar onde Jesus fora crucificado e, no jardim, um sepulcro novo no qual ninguém ainda tinha sido colocado. Então, por ser, para os judeus, o dia da preparação da Páscoa e porque o sepulcro ficava próximo, ali colocaram Jesus.

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
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Oração Inicial

Sexta-feira Santa. Escolha um lugar, espaço onde você possa estar só para o encontro com o grande mistério da Paixão e Morte de Jesus Cristo.
Observando a paixão do Senhor, com o grande sofrimento que Ele enfrenta, e comparando-o com o sofrimento que, no mundo, estamos encarando, somos naturalmente levados a colher da cena apenas o aspecto doloroso e cruel, sem levar em conta que, atrás da “paixão do sofrimento e da morte", se esconde a “paixão de um grande amor”. E, a esta, cada um de nós é destinado pelo misericordioso cuidado de nosso Deus.



Leitura (Verdade)

O Verbo eterno é nossa redenção. Ele assumiu nossa condição humana para nos resgatar em seu amor e misericórdia.

Evangelho: Jo 18,1–19,42 Tendo dito estas coisas, Jesus saiu com seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron, onde havia um jardim, no qual entrou com seus discípulos. Também Judas, que o entregava, conhecia o lugar, pois várias vezes Jesus encontrara-se com seus discípulos ali. Então Judas, tendo tomado consigo o destacamento e alguns guardas dos sumos sacerdotes e dos fariseus, foi para lá com tochas, lâmpadas e armas. Jesus, sabendo de tudo o que estava por lhe sobrevir, saiu e lhes disse: “A quem buscais?” Responderam-lhe: “A Jesus, o nazareno. Também Judas, que o entregava, estava com eles. Quando lhes disse: “Sou eu”, recuaram e caíram por terra. Então lhes perguntou novamente: “A quem buscais?” Eles disseram: “A Jesus, o nazareno”. Respondeu Jesus: “Já vos disse que sou eu. Se é a mim que buscais, deixai estes irem”. Disse isso para que se cumprisse a palavra que dissera: “Não perdi nenhum daqueles que me deste”. Simão Pedro trazia uma espada. Ele a sacou e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando‑lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. Disse Jesus a Pedro: “Põe a espada na bainha. Acaso não beberei o cálice que o Pai me deu?” Então o destacamento, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. Eles o conduziram, primeiramente, a Anás, que era sogro de Caifás, o sumo sacerdote daquele ano. Caifás era aquele que dera aos judeus o conselho de que convinha que um só homem morresse pelo povo. Simão Pedro seguiu Jesus, e com ele estava outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus para o pátio do sumo sacerdote. Pedro, contudo, ficou junto à porta, do lado de fora. Então o outro discípulo, conhecido do sumo sacerdote, saiu, falou com a porteira e trouxe Pedro para dentro. A criada que ficava à porta disse a Pedro: “Não és, tu também, dos discípulos desse homem?” Ele disse: “Não sou”. Os servos e os guardas que estavam ali tinham feito uma fogueira, porque fazia frio, e aqueciam‑se. Também Pedro estava com eles, em pé, e se aquecia. Então o sumo sacerdote interrogou Jesus sobre seus discípulos e sobre seu ensinamento. Respondeu‑lhe Jesus: “Eu falei ao mundo abertamente, sempre ensinava na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. Por que me interrogas? Interroga aqueles que ouviram o que lhes falei. Eles sabem o que eu disse”. Tendo dito essas coisas, um dos guardas que estavam ao lado de Jesus deu‑lhe uma bofetada, dizendo: “Assim respondes ao sumo sacerdote?”. Respondeu‑lhe Jesus: “Se falei mal, testemunha o que foi de mal, mas se falei bem, por que me bates?”. Então Anás o enviou amarrado ao sumo sacerdote Caifás. Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo‑se. Disseram‑lhe, então: “Não és, tu também, dos discípulos dele?” Ele negou, dizendo: “Não sou”. Disse um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele de quem Pedro tinha cortado a orelha: “Não te vi eu no jardim com ele?”. Pedro novamente negou e logo um galo cantou. Conduziram Jesus de Caifás ao pretório. Era de manhã e eles não quiseram entrar no pretório para não se contaminarem e ficarem impedidos de comer a páscoa. Pilatos, então, veio para fora, até eles, e perguntou: “Que acusação trazeis contra este homem?”. Responderam‑lhe: “Se ele não fosse um malfeitor, não o teríamos entregue a ti”. Disse‑lhes Pilatos: “Tomai‑o Vós mesmos e julgai‑o segundo vossa lei”. Disseram‑lhe os judeus: “Não nos é permitido matar ninguém”. Isso para que se cumprisse a palavra que Jesus dissera a respeito de que morte estava para morrer. Pilatos entrou novamente no pretório, chamou Jesus e disse‑lhe: “Tu és o rei dos judeus?” Respondeu Jesus: “Dizes isto por ti mesmo ou outros te falaram a meu respeito?” Respondeu Pilatos: “Acaso eu sou judeu? Tua nação e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” Jesus respondeu: “Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, meus guardas teriam combatido para que eu não fosse entregue aos judeus. Agora, porém, meu reino não é daqui”. Disse‑lhe Pilatos: “Então tu és rei?” Respondeu‑lhe Jesus: “Tu dizes que eu sou rei. Para isto nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade ouve minha voz”. Disse‑lhe Pilatos: “O que é a verdade?” E, tendo dito isso, saiu novamente ao encontro dos judeus e lhes disse: “Eu não encontro nele culpa alguma. É costume entre vós que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa. Quereis, pois, que eu vos solte o rei dos judeus?”. Eles novamente tomaram a palavra e gritaram: “Este não, mas Barrabás!” Barrabás era um assaltante. Então Pilatos tomou Jesus e mandou que fosse flagelado. Os soldados, tendo tecido uma coroa de espinhos, colocaram‑na em sua cabeça e envolveram‑no com um manto púrpura, e vinham até ele e diziam: “Salve o rei dos judeus!” E davam‑lhe bofetadas. Pilatos veio novamente para fora e lhes disse: “Eis que eu o trago a vós aqui fora, para que saibais que não encontro nele culpa alguma”. Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto púrpura. Disse‑lhes Pilatos: “Eis o homem”. Assim que os sumos sacerdotes e os guardas o viram, começaram a gritar: “Crucifica‑o, crucifica‑o!” Disse‑lhes Pilatos: “Tomai‑o vós e crucificai‑o, pois eu não encontro nele culpa”. Responderam‑lhe os judeus: “Nós temos uma lei e, segundo esta lei, ele deve morrer, porque se fez filho de Deus”. Quando Pilatos ouviu essa palavra, temeu ainda mais. Ele entrou no pretório novamente e disse a Jesus: “De onde tu és?” Mas Jesus não lhe deu resposta alguma. Disse‑lhe, então, Pilatos: “Não falas comigo? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e tenho autoridade para te crucificar?” Respondeu‑lhe Jesus: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se não te fosse dada do alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado”. A partir desse momento, Pilatos buscava solta‑lo. Os judeus, porém, gritaram: “Se o soltas, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei opoe‑se a César!” Tendo ouvido essas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou‑se na tribuna, no lugar chamado Pavimento ou, em hebraico, Gábata. Era o dia de preparação da Páscoa, por volta da hora sexta. Ele disse aos judeus: “Eis vosso rei!” Eles, então, gritaram: “Fora com ele! Crucifica‑o!” Disse‑lhes Pilatos: “Crucificarei vosso rei?” Responderam os sumos sacerdotes: “Não temos rei senão César”. Então o entregou a eles para que fosse crucificado. Eles, então, tomaram Jesus. E, carregando ele mesmo a cruz, saiu para o chamado Lugar do Crânio, que se diz, em hebraico, Gólgota, onde o crucificaram, e, com ele, outros dois, um de cada lado, e no meio Jesus. Pilatos escreveu um letreiro e colocou‑o sobre a cruz. Nele, estava escrito: “Jesus Nazareno, o rei dos judeus”. Muitos dentre os judeus leram esse letreiro, uma vez que o lugar onde Jesus fora crucificado ficava próximo da cidade, e ele estava escrito em hebraico, latim e grego. Os sumos sacerdotes dos judeus diziam a Pilatos: “Não escrevas: ‘O rei dos judeus’, mas sim que ele disse: ‘Sou rei dos judeus’ ”. Respondeu Pilatos: “O que escrevi, escrevi”. Os soldados, quando crucificaram Jesus, tomaram suas vestes e as repartiram em quatro partes, a cada soldado uma parte, e a túnica. A túnica era sem costura, uma só peça, de alto a baixo. Disseram, então, entre si: “Não a rasguemos, mas tiremos a sorte sobre ela para ver de quem será”. Isso para que se cumprisse a Escritura que diz: “Repartiram entre si minhas vestes, sobre minha roupa tiraram a sorte”. Assim fizeram os soldados. Estavam junto à cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria de Mágdala. Jesus, tendo visto a mãe e, a seu lado, aquele discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis teu filho”. Depois, disse ao discípulo: “Eis tua mãe”. E, a partir daquela hora, o discípulo a tomou consigo. Depois disso, sabendo Jesus que tudo já estava consumado, para que se cumprisse a Escritura, disse: “Tenho sede”. Havia ali um jarro com vinagre. Então levaram até a boca de Jesus uma esponja embebida de vinagre colocada em um ramo de hissopo. Quando tomou o vinagre, Jesus disse: “Está consumado”. E, tendo inclinado a cabeça, entregou o espírito. Então os judeus, porque era o dia da preparação da Páscoa, para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado, pois aquele sábado era um grande dia, pediram a Pilatos que lhes fossem quebradas as pernas e retirados dali. Os soldados vieram e quebraram as pernas do primeiro e do outro, daqueles que tinham sido crucificados com ele. Chegando a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados feriu‑lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu dá testemunho, e seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade para que também vós creiais. Essas coisas aconteceram para que se cumprisse a Escritura: “Não lhe será quebrado osso algum”. E ainda outra passagem da Escritura que diz: “Olharão para aquele a quem transpassaram”. Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus às escondidas por medo dos judeus, pediu a Pilatos para retirar o corpo de Jesus, e Pilatos permitiu. Então ele veio e retirou o corpo de Jesus. Veio também Nicodemos, aquele que, antes, viera procurar Jesus à noite, trazendo cerca de cem libras de uma mistura de mirra e aloés. Tomaram, então, o corpo de Jesus e o envolveram em panos de linho, com os bálsamos, como é o costume de sepultar dos judeus. Havia um jardim no lugar onde Jesus fora crucificado e, no jardim, um sepulcro novo no qual ninguém ainda tinha sido colocado. Então, por ser, para os judeus, o dia da preparação da Páscoa e porque o sepulcro ficava próximo, ali colocaram Jesus.

“Na Sexta-feira da Paixão do Senhor, a Palavra nos conduz para dentro do mistério da salvação, no qual o amor e a misericórdia divina chegam à plena doação em favor da humanidade. Jesus, que saciou a fome, curou doenças, aliviou a dor humana, é acusado de ser um malfeitor. O Justo e Santo, que passou entre nós fazendo o bem, é condenado como blasfemo. Jesus, o libertador, que levantou sua voz contra os abusos da Lei e se colocou ao lado dos oprimidos, perdoou os pecadores e reergueu os abatidos, é condenado como subversivo. Por nos ter amado tanto, como só Deus pode amar, Jesus é eliminado pela ganância e crueldade humana. Neste dia, as palavras devem ceder lugar ao silêncio e à contemplação.” (Viver a Palavra – 2024 - Ir. Carmen Maria Pulga - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

No silêncio contemplativo deixe ressoar a palavra que cala mais forte em seu coração neste dia.

Oração (Vida)

Neste dia o beijo que somos convidados a depositar na Cruz da Redenção seja um beijo de amor e reparação. Faça-o com profunda devoção.

“Jesus, princípio e realização do homem novo, convertei a Vós os nossos corações, para que, deixando as sendas do erro, sigamos os vossos passos no caminho que conduz à vida. Fazei que, fiéis às promessas do Batismo, vivamos, com coerência, a nossa fé, testemunhando com solicitude a vossa palavra, para que, na família e na sociedade, resplandeça a luz vivificante do Evangelho.” (S. João Paulo II)

Contemplação (Vida e Missão)

Partilhe com alguém o fruto desta leitura orante como testemunho de sua fé no poder de Jesus Cristo e no seu amor pela nossa humanidade.

Bênção

Benção especial da Quaresma
- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos, como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa. Amém.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta jornada quaresmal a uma verdadeira conversão. Amém.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo celebrar a vitória da Páscoa. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Quem morre na cruz, segundo o Evangelho de João, é o Senhor da História, que dá a sua vida para tomá-la de novo, porque ninguém tem o poder de tirá-la dele. Todos se prostraram por terra quando disse aos soldados que o procuravam: “Sou eu”, porque “Eu sou” é o nome de Deus. E diz a Pilatos: “Você não tem nenhuma autoridade sobre mim”. Jesus morre serenamente. Não grita: “Meu Deus, por que me abandonaste?”, mas diz solenemente: “Tudo está realizado”. Inclina a cabeça e entrega o espírito. Inclina a cabeça e morre na hora que ele determina. Cada evangelista vê a mesma cena: Jesus vai para o Calvário, é crucificado, morre e é sepultado. Marcos vê o Cordeiro levado ao matadouro, João vê o Cristo Rei glorificado. Em João, não há agonia nem suor de sangue, mas o Cristo é o mesmo.

Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.