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Segunda-feira, 20 de Maio de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 03/03/2024

3º Domingo da Quaresma - Ano B - Roxa
1ª Leitura: Ex 20,1-17 Salmo: Sl 19B(18B) - Os juízos do Senhor são mais preciosos que o ouro. 2ª Leitura: 1Cor 1,22-25
evangelho
Tirai estas coisas daqui. Não façais da casa de meu Pai uma casa de negócio - Jo 2,13-25

Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. No Templo, ele encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas em suas bancas. Tendo feito um chicote de cordas, expulsou todos do Templo, e as ovelhas e os bois; esparramou o dinheiro dos banqueiros e virou as bancas, e disse aos vendedores de pombas: “Tirai estas coisas daqui. Não façais da casa de meu Pai uma casa de negócio”. Seus discípulos lembraram‑se do que está escrito: “O zelo de tua casa me consumirá”. Os judeus, então, lhe perguntaram: “Que sinal nos mostras para fazeres estas coisas?” Jesus lhes respondeu: “Destruí este santuário e, em três dias, eu o erguerei”. Os judeus, então, disseram: “Em quarenta e seis anos foi construído este santuário, e tu o erguerás em três dias?” Ele, no entanto, falava do santuário de seu corpo. Quando foi ressuscitado dos mortos, seus discípulos lembraram‑se de que dissera isso e creram na Escritura e na Palavra de Jesus. Enquanto estava em Jerusalém durante a festa da Páscoa, muitos creram em seu nome, vendo os sinais que ele fazia. Mas o próprio Jesus não acreditava neles, uma vez que conhecia a todos e não tinha necessidade de que alguém lhe testemunhasse a respeito de ninguém. De fato, ele conhecia o que havia na pessoa.

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
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Oração Inicial

A Palavra de Deus que nos acompanha nesta caminha quaresmal, sempre foi nos despertando para um aspecto diferente: conversão, jejum, oração, caridade, amor aos inimigos... Colocamo-nos hoje no caminho para acompanhar Jesus e seus discípulos que sobem para Jerusalém. Peçamos a graça de acolher os seus ensinamentos em nossa vida.

Oro: Trindade Santa, dai-me a graça de estar bem perto de Jesus para me concentrar em sua Palavra. Faço o sinal da cruz sobre meu corpo, Templo de Deus: “Em nome do Pai, do Filho e do Santo Espírito. Amém.”

Leitura (Verdade)

Entremos na profundidade deste relato bíblico. Observemos a distinção entre Jesus e o Templo. O templo material pede o culto através de ofertas, oblações e práticas dentro de um ambiente e de um contexto econômico, político e religioso. Jesus pede amor, misericórdia, respeito ao sagrado, identificação com o Templo no interior do ser humano. Cristo é a nova proposta, o templo é o lugar da comunidade de fé.

Evangelho: Jo 2,13-25 Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. No Templo, ele encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas em suas bancas. Tendo feito um chicote de cordas, expulsou todos do Templo, e as ovelhas e os bois; esparramou o dinheiro dos banqueiros e virou as bancas, e disse aos vendedores de pombas: “Tirai estas coisas daqui. Não façais da casa de meu Pai uma casa de negócio”. Seus discípulos lembraram‑se do que está escrito: “O zelo de tua casa me consumirá”. Os judeus, então, lhe perguntaram: “Que sinal nos mostras para fazeres estas coisas?” Jesus lhes respondeu: “Destruí este santuário e, em três dias, eu o erguerei”. Os judeus, então, disseram: “Em quarenta e seis anos foi construído este santuário, e tu o erguerás em três dias?” Ele, no entanto, falava do santuário de seu corpo. Quando foi ressuscitado dos mortos, seus discípulos lembraram‑se de que dissera isso e creram na Escritura e na Palavra de Jesus. Enquanto estava em Jerusalém durante a festa da Páscoa, muitos creram em seu nome, vendo os sinais que ele fazia. Mas o próprio Jesus não acreditava neles, uma vez que conhecia a todos e não tinha necessidade de que alguém lhe testemunhasse a respeito de ninguém. De fato, ele conhecia o que havia na pessoa.

“A situação no Templo era de uma incoerência gritante. Por isso, Jesus nos surpreende com uma atitude que parece destoar de sua personalidade conciliadora. No espaço mais sagrado de Israel, ele não encontrou o que deveria encontrar: pessoas de coração sincero, adoradores do verdadeiro Deus. A classe dirigente da religião tinha se apoderado do recinto. Adulteraram o Templo, onde o sistema econômico funcionava sob as bênçãos da religião. A proposta de Jesus vinha na contramão desse sistema. Jesus veio para edificar no ser humano a morada de Deus (cf. 1Cor 6,19). Nesse sentido, o Templo querido por Jesus precisa ser reflexo de uma vida pessoal e social revitalizada pelo Espírito.” (Viver a Palavra – 2024 - Ir. Carmen Maria Pulga - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

A Quaresma nos faz entrar na interioridade de Deus, de sua Palavra, e nos faz rever nossas atitudes.
O que o texto de hoje me fala?
Que luz nos dá Jesus, com sua pessoa, sua atitude e sua mensagem?
De que maneira esta passagem me compromete?

Oração (Vida)

Apresente ao Senhor a sua oração. Recorde a caminhada quaresmal que você está vivendo, as luzes e apelos que a Palavra foi lhe revelando e peça a graça de continuar a caminhada de conversão.

Conclua com a oração: Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho muito amado do Pai, caminho único para chegarmos a ele. Nós vos louvamos e agradecemos, porque sois o exemplo que devemos seguir. Com simplicidade queremos aprender de vós o modo de ver, julgar e agir. Queremos ser atraídos por vós, para que, caminhando nas vossas pegadas, possamos viver dia a dia a liberdade dos filhos de Deus, renunciando a nós mesmos, para buscar em tudo, a vontade do Pai. Aumentai nossa esperança, impulsionando plenamente o nosso ser e o nosso agir. Ajudai-nos a retratar em nossa vida a vossa imagem, para que assim vos possamos possuir eternamente no céu.

Contemplação (Vida e Missão)

Como vou viver concretamente durante o dia os apelos que o Senhor me revelou?

Bênção

Benção especial da Quaresma
- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos, como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa. Amém.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta jornada quaresmal a uma verdadeira conversão. Amém.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo celebrar a vitória da Páscoa. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém

Ir. Carmen Maria Pulga

Os judeus pedem sinais, os gregos buscam sabedoria. Nós, porém, anunciamos o Cristo crucificado, escândalo para uns, loucura para outros. Por conseguinte, a Igreja de Jesus não pode se sujeitar aos princípios de quem não percebe o alcance da cruz de Cristo. O que parece fraqueza é força, o que parece loucura é sabedoria aos olhos de Deus e de quem vê o mundo com os olhos da fé. Jesus sabe o que há dentro do ser humano, sabe o que é verdadeiro e sabe o que é falso, conhece as coerências e as incoerências do nosso agir. Quem é, afinal, esse Jesus? Como justifica o que faz, que autoridade tem sobre o templo, por que o chama de “casa do meu Pai”? Que sinal ele mostra para agir assim? O sinal é a vida, a sua própria, que ele entrega e retoma; a nossa, que ele salva e perpetua; a vida do mundo pela qual ele aceita sacrificar a própria vida. “Destruam este templo, que é o meu corpo, e em três dias eu o reerguerei”. O sinal é a sua Ressurreição. Na manhã da Páscoa começaremos a compreender que a ressurreição é o sinal por excelência que Jesus nos dá. E à luz da ressurreição compreenderemos também os que não nos compreendem. Se para eles nossa vida é escândalo e loucura, nós os respeitamos e mantemos firmes as nossas convicções na visão da ressurreição. Este terceiro domingo da Quaresma coloca diante dos nossos olhos os mandamentos da Lei de Deus. Eles continuam sendo um pedagogo que ensina, orienta e aponta a direção a ser seguida. Eles se realizam totalmente na pessoa de Jesus, que nos deu a graça e a verdade, com as quais podemos praticar a Lei dada por Moisés. Sabendo o que há no ser humano, Jesus não espera a perfeição de uma prática legal. Por isso ele se aproxima de nós, e da sua plenitude recebemos graça sobre graça. Com a sua graça, purifica-se a casa do Senhor, que é também a nossa vida, para que nela a Páscoa seja celebrada em um templo alegre e belo.

Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.