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Sábado, 07 de Setembro de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 21/07/2024

16º Domingo do Tempo Comum - Ano B - Verde
1ª Leitura: Jr 23,1-6 Salmo: Sl 23(22) - Felicidade e graça me acompanham todos os dias da minha vida. 2ª Leitura: Ef 2,13-18
evangelho
Vinde vós, a sós, a um lugar deserto e descansai um pouco! - Mc 6,30-34

Os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram-lhe tudo quanto fizeram e quanto ensinaram. Disse-lhes: “Vinde vós, a sós, a um lugar deserto e descansai um pouco!” De fato, os que chegavam e os que partiam eram muitos e não encontravam tempo para comer. E afastaram-se de barco para um lugar deserto, a sós. Muitos que os viram partir, tomando conhecimento, correram por terra, de todas as cidades, para lá e chegaram antes deles. Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e foi tomado de compaixão por eles, porque eram como ovelhas que não têm pastor, e começou a ensinar-lhes muitas coisas.

A Bíblia: tradução da editora Paulinas, 2023.
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Oração Inicial

16º Domingo Comum. Dia de descanso para refazer nossas forças, também espirituais. Reserve um tempo, busque um espaço para estar com Deus na intimidade. Esse ensinamento nos vem também da prática de Jesus.

No Evangelho de hoje encontramos O Mestre que chama seus discípulos para um justo descanso, enquanto Ele continua voltado para a multidão pela qual Ele tem infinita compaixão.


Abramo-nos à ação do Espírito Santo que reza em nós, dizendo: “Ó divino Espírito, ensina-me tudo quanto Jesus ensinou. Dá-me inteligência para entender; memória para lembrar; vontade dócil para praticar; coração generoso para corresponder aos teus convites. Amém.”

Leitura (Verdade)

Leia e releia o Evangelho, contemplando cada palavra e acolhendo a comunicação que o Senhor faz para a sua vida. Contemple com que amor Deus continua a cuidar de seu povo.

Evangelho: Mc 6,30-34 Os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram-lhe tudo quanto fizeram e quanto ensinaram. Disse-lhes: “Vinde vós, a sós, a um lugar deserto e descansai um pouco!” De fato, os que chegavam e os que partiam eram muitos e não encontravam tempo para comer. E afastaram-se de barco para um lugar deserto, a sós. Muitos que os viram partir, tomando conhecimento, correram por terra, de todas as cidades, para lá e chegaram antes deles. Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e foi tomado de compaixão por eles, porque eram como ovelhas que não têm pastor, e começou a ensinar-lhes muitas coisas.

“Os discípulos voltam da missão, impressionados com a experiência que fizeram. Jesus, então, lhes propõe um momento de descanso, a sós, no deserto, para outra experiência vital que ele costumava fazer após um período de missão. Mas, chegando ao lugar desejado, eles encontram a multidão, que os espera. Ali, Jesus deixa-se mover pela compaixão, pois percebe as necessidades daquele povo. E o que faz? “Começou a ensinar-lhes muitas coisas.” Temos aqui a origem e a metodologia da “pastoral”: praticar a “paixão”, que nos faz sentir “com” o povo (com-paixão). Isto é, conduzir a pessoa na estrada de Jesus, a caminho do Pai, com o carinho do ensinamento pedagógico: estender a mão e falar ao coração.” (Viver a Palavra – 2024. Ir. Carmen Maria Pulga- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Conforta-nos saber que nosso Deus não é nem distante nem indiferente aos nossos sofrimentos, nossa fome e nossos dramas.
É preciso que nos perguntemos: como me coloco diante de Deus, diante do Evangelho e da obediência aos ensinamentos do Senhor?
Como cristão qual é a sua ‘pastoral’ a sua ‘compaixão’ com os necessitados? Necessitado não é somente o carente de bens materiais. A solidão, a desorientação, a falta de sentido também necessita de solidariedade. Qual é sua atitude cristã com esses necessitados?

Oração (Vida)

“Ó Jesus Bom Pastor, nosso Caminho, Verdade e Vida, olhai com misericórdia para o vosso povo.
Iluminai-nos com a sabedoria do vosso Evangelho, fortalecei-nos com os vossos exemplos, alimentai-nos com a divina Eucaristia, fazei arder em nós o zelo pela glória de Deus e pela salvação de todos.
Queremos reparar as ofensas que vos são feitas na pessoa dos pastores da Igreja, mediante nossa humilde cooperação com o ensinamento e zelo de todos eles, e pela oração e obras segundo a nossa vocação.
Ó Jesus Pastor, enviai vosso Espírito. Que ele aumente em nós a fé, a esperança e a caridade.
Que ele infunda em nós o verdadeiro espírito religioso e nos conceda a simplicidade e prudência, a fortaleza e temperança dos santos apóstolos Pedro e Paulo.
Ó Maria, mãe do Bom Pastor, protegei-nos, para que possamos imitar-vos na contemplação e na ação, até chegarmos à felicidade eterna. Amém.” (do Bem-aventurado Tiago Alberione)

Contemplação (Vida e Missão)

De que forma a Palavra de Deus estará presente neste seu dia? O que você deseja colocar em prática, segundo os ensinamentos de Jesus?

Bênção

“O Senhor, Deus de amor e paz, habite em vossos corações, oriente os vossos passos e confirme os vossos corações em seu amor.”

Ir. Carmen Maria Pulga

Os Doze voltaram da missão e fizeram seu relatório. Contaram o que tinham feito e ensinado. Seguiram o modelo de Jesus, o único modelo, que ensinava e fazia sinais. Jesus, que veio para humanizar as nossas relações, leva-os a sós para um lugar deserto e os convida a descansar, em uma atitude muito humana. “Venham descansar um pouco.” Pequenos sinais e pequenas frases que revelam a figura humana de Jesus, tão diferente das autoridades deste mundo. Jesus não é chefe. É pastor compreensivo que ensina com seus gestos os apóstolos, para que ajam como ele. O apóstolo não está acima do Mestre, dirá o evangelista São João, em uma única passagem na qual ele usa a palavra “apóstolo”. Os apóstolos estão aprendendo a ser bons pastores e devem sê-lo, porque “ai dos pastores que destroem e dispersam o rebanho”, diz o profeta Jeremias. Jeremias não pertencia à classe dos profetas do seu tempo, e até os criticava de vez em quando. Suas palavras lidas na liturgia de hoje e aplicadas a Jesus, que está com os seus Doze apóstolos, têm uma dimensão social e política muito clara. Jesus compadeceu-se da multidão, “porque eram como ovelhas que não têm pastor”. Por que tem ele a impressão de que o povo está sem pastor? Porque, se tivesse pastor, não precisaria correr atrás de Jesus para resolver suas necessidades básicas. Ao dizer que “eram como ovelhas que não têm pastor”, Jesus estava dizendo que não tinham governo. É o que diz Jeremias. O Deus de Israel fala contra os pastores, que são aqueles que governam o povo. Os governantes praticam o mal: dispersam as ovelhas, afugentam-nas e não cuidam delas. Deus toma então a iniciativa de ser ele mesmo o pastor do seu povo e promete suscitar novos pastores, que cuidem que o povo não sofra mais medo nem angústia. Jeremias pensa em novos governantes. Sua profecia, porém, vai além do governo deste mundo. Deus fará nascer um descendente de Davi. Será rei, será sábio e fará valer a justiça e a retidão na terra. O nome desse descendente de Davi será “Senhor, nossa justiça”. Os doze apóstolos não serão substitutos dos governantes deste mundo, mas poderão ajudá-los exercendo o papel de consciência crítica do meio em que vivem, que é sem dúvida uma função da comunidade de Jesus no meio deste mundo. Como Cristo, os apóstolos e suas comunidades serão a paz que o mundo precisa, e a farão surgir destruindo em sua própria carne a inimizade, que se eleva como um muro de separação. Aproximando uns dos outros, criarão o homem novo e estabelecerão a paz por meio da reconciliação. Neste contexto litúrgico, quando a Carta aos Efésios fala que “em sua carne ele destruiu o muro de separação, que é a inimizade”, significa que a ajuda que a Igreja pode dar aos governantes é mostrar a paz que nela existe, fruto da justiça e da reconciliação vivida entre irmãos e irmãs que se respeitam. Então todos compreenderão que o nome de Deus é “Senhor, nossa justiça”.

Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.