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Sexta-feira, 26 de Abril de 2024
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Texto de Maria do dia 04 de junho
Imaculado Coração de Maria
Imaculado Coração de Maria
Leopold Kupelwieser

Desde o início do cristianismo, a Virgem Maria é venerada de maneira especial pelos fiéis. A Igreja sempre ensinou que a Mãe conduz o Filho, porque seus corações estão ligados pela graça do Espírito Santo, no tempo e na eternidade. No Evangelho de São Lucas, o coração de Maria é apresentado como uma arca onde eram conservados todos os fatos e tudo o que era dito sobre Cristo (Lc 2,19.51). Portanto, o meio mais seguro para alcançar o caminho de Jesus é seguir o coração de Maria, fonte e fundamento de todas as virtudes apreciadas pelo Senhor.

A manifestação dessa fé começou no século III, na era patrística. Ganhou grande força na era católica romana medieval, entre os séculos VII e XV, chegando vigorosa aos tempos modernos. Nessa época, a devoção foi impulsionada por vários religiosos que viviam em santidade. Dentre eles, podemos citar: São Bernardo, Santa Gertrudes, Santa Brígida, São Bernardino de Sena e São João Eudes, seu maior incentivador, que reuniu em uma só obra as várias alusões ao Coração de Maria, encontradas nos muitos escritos dos Padres da Igreja.

A passagem da devoção particular para o culto público ocorreu em Nápoles, por meio da Confraria do Coração de Maria, fundada em 1640 pelo padre Vicente Guinigi, dos Clérigos Regulares da Mãe de Deus. Entretanto, foi São João Eudes que promoveu a devoção litúrgica em 1648, quando obteve autorização do bispo de Autun para a festa, na França. O culto foi se difundindo de tal modo que, em 1805, o papa Pio VII passou a autorizar todos os pedidos das dioceses e congregações religiosas para celebrar a festa litúrgica.

O carisma dessa devoção levou o sacerdote Antonio Maria Claret a fundar, em 1849, uma Congregação hoje conhecida como Padres Claretianos. Embora não tenham obtido resultados, foram eles que agiram em 1914, quando houve a reforma do Calendário Litúrgico Romano, enviando à Santa Sé muitas petições de todos os lugares do mundo, para que a festa do Imaculado Coração de Maria fosse estendida a toda a Igreja.

Em 1917, ocorreram as aparições de Nossa Senhora de Fátima, que, em suas mensagens, além de revelar segredos, pedia para divulgar ao mundo a devoção ao seu Imaculado Coração. Disse também que ele triunfará no final, pois este é o desejo de Deus. A consequência foi uma magnífica expansão do culto. Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o papa Pio XII pediu ajuda à Virgem, para que intercedesse pela consagração do mundo todo ao Imaculado Coração de Maria. Quando a guerra acabou, em 1945, o Santo Papa decretou que a festa devia ser celebrada por toda a Igreja de Roma, no oitavo dia da Assunção.

Em 1984, o Papa João Paulo II voltou a consagrar o mundo todo ao Imaculado Coração de Maria, citando as nações que a têm como padroeira. Depois, o mesmo Pontífice aprovou o decreto de 1996, tornando novamente a Festa de Memória obrigatória para todos os católicos.

Nossa Senhora do Imaculado Coração nos ensina, por meio da atitude contemplativa no acolhimento da Palavra, da caridade, da simplicidade e da sua humilde adesão ao plano misericordioso de Deus, a amar todos os nossos irmãos e a estar ao lado dos mais pobres e necessitados.

Texto: Jacinta Cericato/Paulinas Internet