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Sábado, 04 de Maio de 2024
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Mensagem do dia 16 de novembro
Gandhi e a possibilidade da paz
Gandhi e a possibilidade da paz
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São inquestionáveis as muitas luzes que vão despontando no horizonte de nossa atualidade. Porém, é também notória a nebulosidade que nos envolve. Somos surpreendidos, com frequência, por cenas e cenários que nos deixam estarrecidos. Parece que o impossível a todo o instante se torna possível. Porém, confiamos que a arte sábia da não violência, ainda possa nos oferecer cenários espetaculares de convivência digna e feliz. As ideias de Gandhi, que se tornaram realidade há algumas décadas, são ainda possíveis e importantes em nossos dias. Cito algumas:

A honestidade: “Ser honesto é ainda mais importante do que ser pacífico”. O Mestre da não violência, prova que a mentira é a mãe da violência. Mesmo que alguém seja um tanto violento, se for sincero, passará a ser da paz, porque logo vai notar que não há necessidade de recorrer à violência para viver e conviver. Não existe alternativa entre a não violência e a verdade, e a falsidade e a violência. Ou, ou... Mesmo ferida, a verdade sempre triunfará.

A interdependência: Certa dose de autossuficiência faz parte natural do ser humano. Porém, esta necessita imperiosamente da interdependência para garantir a integração com a sociedade e o universo. Sem esta integração a pessoa sufoca-se no seu egoísmo que a escraviza.

Cordialidade e verdade: Dificilmente convencemos alguém somente pela verdade. Não podemos apelar apenas para a cabeça. Precisamos conquistar o seu coração. A cordialidade é sempre uma porta que se abre para a verdade ser aceita.

Depor a arma da ganância: O ímpeto de exploração existente nas pessoas leva a negociar armas, como se fosse um mecanismo normal de lucro. O princípio da não violência exige uma completa abstenção da exploração por qualquer motivo.

Liberdade num caminho original: A verdadeira liberdade se conquista num caminho original e não na cultura da maioria massificada. Não se pode ter compromisso com a covardia. A não violência exige bravura, sabendo que esta triunfa sobre a violência.

Investir na força moral: “É a força moral que governará o universo... Se quisermos ser salvos e efetuar uma contribuição substancial ao progresso do mundo, nosso caminho deve ser enfático e predominantemente o da paz”.

Fé intensa em Deus: Não há como investir na não violência sem uma fé intensa em Deus. O poder da graça de Deus dá sustentação à pessoa para a não violência. Deus habita no coração de todos. Não deve haver medo na presença de Deus. O conhecimento da onipotência de Deus implica no respeito pelas vidas de todos.

Ser mensageiro da paz: Gandhi diz que um mensageiro da paz precisa ter um caráter irrepreensível e ser justo. A sinceridade e a bondade são virtudes indispensáveis para um membro da brigada da paz. “A não violência... é a única coisa que a bomba atômica não pode destruir” (Gandhi).

Dentre os tantos e verdadeiros ensinamentos deste “profeta da paz”, apenas acenamos alguns. Certamente poderão nos sugerir atitudes humanas e, por que não dizer, cristãs, para sermos também agentes ativos da paz em nossos dias?

Frei Luiz Turra, ‘No Coração da Vida’, Programas Radiofônicos Vol. 02.