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Segunda-feira, 17 de Junho de 2024
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Santo do dia 12 de maio
Santo Epifânio
Bispo (315-403)
Santo Epifânio
Rebeca Venturini / FC

Epifânio, bispo da diocese cipriota de Constância (Salamina), é um nome importante na história da Igreja dessa época – que foi exuberante, graças à presença de outros contemporâneos de grande envergadura cultural e espiritual. A relação inclui um maior número de padres gregos e latinos. Entre estes, basta recordar santo Agostinho e são Jerônimo, de quem Epifânio era amigo e companheiro durante a viagem da Palestina a Roma.

O santo bispo lutou particularmente contra o origenismo – um conjunto de erros atribuídos (nem sempre com justeza) a Orígenes. Este, um século antes, procurara dar uma formulação científica às verdades da fé, levando depois de si a fina flor da cultura helênica. Contra ele ergueu-se Epifânio, com a veemência do inflexível e muitas vezes obstinado polemista, sobretudo por meio de seus numerosos escritos de caráter doutrinal.

Ao lado da figura do pugnaz teólogo aparece outra, mais atraente e humana: a do bom pastor e do contemplativo. Como o amigo Jerônimo, teria preferido a solidão da ermida, mas, a contragosto, viu-se lançado no meio da contenda. Nasceu na Palestina, de pais cristãos. À morte do genitor, teria sido adotado por um rico judeu, de nome Trifão. Ao receber a herança, deu parte de seus bens à irmã Calítrope e a outra distribuiu aos pobres; a seguir, ingressou num mosteiro. Deduz-se, com efeito, de seus escritos que viveu durante algum tempo no Egito, terra prometida no monaquismo.

O entusiasmo de Epifânio por essa experiência monástica não teve continuidade quando foi escolhido para a sede episcopal, em 376. Preservou o estilo de vida do monge, a simplicidade no vestir, a sobriedade nas refeições, bem como o amor ao recolhimento e à solidão, subjugados apenas pelas exigências da função de pastor. Isso a tal ponto, que fundou em Chipre diversos mosteiros.

Suas obras teológicas – nas quais se defronta com questões de natureza ascética e ética – denotam um homem equilibrado e compreensivo. Sua fama estendeu-se logo até os confins de Chipre e particularmente depois de sua morte, quando o culto se difundiu por todas as igrejas do Oriente, onde passou a ser aclamado como o “oráculo da Palestina”.

Retirado do livro: 'Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente', Paulinas Editora.