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Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
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Santo do dia 09 de agosto
São Fermo e São Rústico
Mártires (século III)
São Fermo e São Rústico
Rebeca Venturini/FC

Fermo e Rústico foram dois mártires do norte da África. O primeiro teria morrido em Cartago, no tempo do imperador Décio, que empreendeu uma grande e dura perseguição aos cristãos entre os anos de 249 e 251. O segundo teria sido morto, junto com outros, na região da Argélia, durante o império de Valeriano.

As suas relíquias encontram-se na Igreja de São Fermo e São Rústico, em Verona, na Itália. Trata-se de um conjunto arquitetônico muito exótico, formado por duas igrejas, construídas uma sobre a outra, em momentos diferentes. Uma teria sido construída durante o século XIII, e a outra, no século XIV. A magnífica igreja superior guarda as urnas de Fermo e Rústico, que possuem uma história muito interessante, envolta de longínquas tradições cristãs do Oriente e do Ocidente.

Segundo elas, Fermo e Rústico não eram africanos, mas veronenses de origem. Teriam sido mortos decapitados por não renegarem a fé em Jesus Cristo no tempo do imperador Maximiano, entre 286 e 310. Depois disso, seus corpos teriam sido enviados a Cartago, no norte da África, para serem sepultados.

Porém suas relíquias tiveram novamente o rumo da Itália, entre 757 e 774, devido à aclamação do povo. O retorno foi patrocinado pelo bispo de Verona, Annone, que custeou o traslado das relíquias de volta à sua terra natal. Os dois mártires foram acolhidos com grande solenidade, quando os corpos foram depositados nas igrejas, que há muito tempo já haviam sido erguidas em honra de seus nomes.

Essa história está registrada em dois documentos: no 'Translatio ss. Firmi et Rustici', da segunda metade do século VII, e no 'Il ritmo pipiniano', escrito entre os séculos VIII e IX. Naquela época, o norte da África estava sob domínio dos vândalos de Genserico. Isso provocou uma emigração de cidadãos romanos, fugitivos, de volta à Itália.

Verona era a província que mais acolhia esses fugitivos. Ela teve como bispo o norte-africano Zeno, também um fugitivo, que hoje é festejado como Padroeiro da cidade. Ele é um bom exemplo de como o povo veronense tinha grande veneração pelos mártires africanos. Assim, é bem possível que tenham adotando, também, os santos Fermo e Rústico, muito celebrados como padroeiros de Verona.

Texto: Paulinas Internet