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Domingo, 28 de Abril de 2024
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Santo do dia 29 de março
São Jonas e São Barachiso
Mártires (século IV)
São Jonas e São Barachiso
Rebeca Venturini / FC

A narrativa do martírio sofrido pelos irmãos cristãos Jonas e Barachiso, persas da cidade de Beth-Asa, em 327, é uma das páginas mais violentas da história católica, mas a descrição das torturas infligidas aos irmãos foi registrada por um pagão, o comandante da cavalaria do imperador sanguinário que ordenou a tortura.

Além do martírio, pouco se sabe da vida deles e de sua origem. A biografia conhecida dos dois começa quando visitaram cristãos encarcerados na cidade de Hubahan. A Igreja da Pérsia sofria na época uma das mais cruéis perseguições de que se tem notícia, decretada e comandada pelo imperador Sapor. Jonas e Barachiso resolveram enfrentar os perigos para consolar os cristãos que, dias depois, seriam martirizados. Só naquela prisão havia nove condenados à morte.

Por sua atitude, ambos foram presos e levados à presença do juiz, e então se iniciou seu terror. Como se negaram a adorar o rei, o sol e a lua, falsos deuses, o juiz mandou separá-los para tentar enganá-los. Barachiso foi colocado no calabouço, enquanto Jonas era barbaramente açoitado. Depois, teve os pés atados e foi jogado na água coberta de gelo.

O juiz chamou então Barachiso e relatou a tortura de Jonas, dizendo-lhe que seu irmão tinha sacrificado aos deuses. Barachiso não acreditou e fez um discurso tão eloquente em defesa do cristianismo, que o juiz ordenou que seu processo continuasse somente à noite, longe do público, temeroso de que suas palavras acabassem convertendo ali mesmo alguns pagãos. Como castigo, mandou que colocassem ferros em brasa em seus braços. Os torturadores lhe deitaram chumbo derretido pelas narinas e pelos olhos. Foi devolvido ao calabouço, pendurado por um dos pés.

No dia seguinte, o juiz tentou a mesma tática com Jonas, depois de mandar tirá-lo das águas geladas. Disse que Barachiso tinha abandonado sua religião. Este também não acreditou e respondeu com outro discurso fervoroso. Em contrapartida, os torturadores cortaram-lhe as mãos e os pés, arrancaram-lhe a língua e o couro cabeludo, jogaram seu corpo no piche em ebulição, cortaram seu corpo em pedaços e jogaram em uma cisterna. Quanto a Barachiso, agrediram-no com ferros pontiagudos, deitaram-lhe piche e enxofre ferventes pela boca e o maltrataram até que não desse mais sinais de vida.

Realmente, trata-se de uma página chocante do cristianismo dos primeiros tempos, mas também de um registro muito importante e necessário, para que a história continue preservada entre os católicos dos nossos tempos, de maneira que se compreenda como a fé em Cristo sobrevive a todos os suplícios psicológicos e de sangue através dos séculos, para a glória na eternidade de Jesus, o Redentor da humanidade.

Texto: Paulinas Internet