A religiosa agostiniana Juliana de Mont Cornillon começou a ter "visões" em 1209, aos 17 anos; nelas, era-lhe pedida uma festa anual, celebrada pela Igreja, para agradecer o sacramento da Eucaristia. Somente aos 38 anos Irmã Juliana confidenciou esse segredo a João Pantaleão, que se tornaria o papa Urbano IV. Com autorização do papa, a chamada "Festa de Deus" teve início na Paróquia de Saint Martin, em Liège, na Bélgica, em 1230. Ele recomendou que a festa se restringisse ao interior da igreja, pois ainda não era oficial. Assim, as pessoas começaram a proclamar sua gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia. Em 1247, a procissão eucarística saiu pelas ruas de Liège, tornando-se uma festa da diocese e, logo depois, de toda a Bélgica. A festa mundial de "Corpus Christi" foi decretada por Urbano IV em 11 de agosto de 1264, seis anos após a morte de Irmã Juliana. Ele instituiu, por meio da Bula "Transiturus", a festa que seria celebrada na quinta-feira, após a Festa da Santíssima Trindade. A festa de "Corpus Christi" foi adotada definitivamente somente cinquenta anos depois de Urbano IV. Em 1313, o papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV nas Constituições Clementinas do "Corpus Juris", tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. Em virtude dos protestantes, da Reforma de Lutero e dos que negavam a presença real de Cristo na Eucaristia, o concílio de Trento (1545-1563) fortaleceu o decreto da instituição da Festa de "Corpus Christi", obrigando o clero a realizar a procissão eucarística pelas ruas das cidades, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na hóstia. Irmã Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599, pelo papa Clemente VIII.
Retirado do livro: 'Datas Comemorativas cívicas e históricas', Paulinas Editora.