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Domingo, 28 de Abril de 2024
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Dia da Saudade
Dia da Saudade
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A palavra "saudade" é um exemplo da complexidade da língua portuguesa. Existe, em todas as línguas, um equivalente para essa palavra: "sinto sua falta". Porém, são poucas línguas que possuem uma só palavra para expressar tal sentido. O português é uma delas. O objeto da saudade pode ser uma pessoa, um local, ou mesmo ideias e acontecimentos.

Sentimos saudade dos amigos, dos parentes, da pessoa amada, de casa, do cachorro, do dia da formatura. Mais do que sentir falta, saudade expressa um sentimento de perda e de satisfação. É uma dualidade complexa de se definir: lamenta-se o que está longe e, ao mesmo tempo, agradece-se nostalgicamente por ter estado perto.

Os poetas brasileiros sempre souberam expressar muito bem a saudade. Gonçalves Dias cantou a saudade da pátria ao escrever, no século XIX, o poema Canção do Exílio, quando estava na Europa: “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá; as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”.

Casimiro de Abreu, quando teve saudade do Brasil, escreveu um poema também chamado Canção do Exílio: “O país estrangeiro mais belezas do que a pátria não tem [...] Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, O céu do meu Brasil!”. Ao recordar a infância em “Meus oito anos”, Casimiro versejou “Oh! Que saudade que tenho, Da aurora da minha vida, Da minha infância querida, Que os anos não trazem mais!”. Cecília Meireles compôs primorosos versos em “Murmúrio”: “Traze-me um pouco da tua lembrança, aroma perdido, saudade da flor! — Vê que nem te digo — esperança! — Vê que nem sequer sonho — amor!”.

Retirado do livro: 'Datas Comemorativas cívicas e históricas', Paulinas Editora.