A partir da última década do século XX, os avanços tecnológicos ocorreram de modo acelerado, aproximando o real e o virtual, ou seja, a fronteira entre essas duas realidades começou a se dissipar, como acontece nos processos psicóticos.
Contudo, os avanços constantes da tecnologia, que vêm prolongando a vida, aumentando as velocidades, encurtando as distâncias, facilitando a comunicação e aperfeiçoando outros processos voltados ao conforto material, não contribuíram para solucionar os problemas mais sérios da humanidade, como guerras, criminalidade e tráfico de drogas. Ao contrário, esses problemas, que existem há milênios, se aprimoram e nos levam a questionar o progresso e suas consequências.
O valor das descobertas é inquestionável, mas estas envolvem graves dilemas, como o da clonagem, visto que, se for estendida à espécie humana, colocará em risco dois grandes valores: a dignidade do ser humano e a da família. A clonagem dos animais ou dos seres humanos e o progresso da biotecnologia ou de outras áreas da ciência refletem a busca do ser humano pela perfeição. No entanto, todo esse progresso, ao lado dos benefícios, está provocando guerras, violências, mortes, vícios, degradação do planeta, em um ritmo que poderá destruir a humanidade. É chegado, pois, o momento de avaliarmos os avanços tecnológicos sob a luz dos valores éticos e morais, para que todos possam usufruir dos resultados benéficos da tecnologia.