No século XIX, após a decadência do regime absolutista na Europa, diversas colônias americanas já haviam se tornado independentes. O Brasil estava tomando o mesmo rumo, com o surgimento de vários focos de resistência. Ao tentar restabelecer o poder sobre o Brasil, as cortes portuguesas expediram decretos ordenando o fechamento dos tribunais, a descentralização dos governos das províncias e o retorno do príncipe regente, D. Pedro, a Portugal.

Os membros da resistência, liderados por José da Rocha, fizeram um abaixo-assinado, com milhares de assinaturas, pedindo a D. Pedro que ficasse. Em 9 de janeiro de 1822, veio a resposta que todos esperavam, fortalecida pelo célebre discurso: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto; diga ao povo que fico".

Dez meses depois do Dia do Fico, foi declarada a Independência do Brasil, após 322 anos de colonialismo português.
Esse processo de independência, que começou a ser esboçado no Dia do Fico, era de especial interesse dos latifundiários, pois, ao apoiarem D. Pedro, impediriam a atuação dos grupos republicanos e abolicionistas e a participação das camadas populares nesse processo. Desse modo, a manutenção da monarquia garantiu a unidade do País, evitando os processos revolucionários separatistas em andamento nas regiões de colonização espanhola. Também evitou radicalismos e manteve o sistema escravocrata.

Comemorar o Dia do Fico, portanto, faz com que todos os brasileiros se lembrem desse importante período da história do Brasil. A nação brasileira começava a querer trilhar seu próprio caminho, e o povo se sentia prestes a concretizar o desejo de liberdade.