Poucos meses após a chegada ao Brasil do príncipe-regente D. João, futuro D. João VI, providências foram tomadas para que fosse fundada uma instituição bancária. A principal justificativa foi a necessidade de permutar barras de ouro, utilizadas nas transações comerciais como moeda. Com capital de 100 contos de réis, estabelecido entre os comerciantes, por meio de um decreto de 4 de agosto de 1808, criou-se o Banco do Troco da Barra do Ouro, no Rio de Janeiro.
A organização bancária propriamente dita, com o objetivo do comércio de dinheiro, só surgiu no Brasil quando o País deixou de ser colônia, com a sua elevação a Reino Unido a Portugal. Em 12 de outubro de 1808, instituiu-se o primeiro Banco do Brasil; em 1836, fundou-se o primeiro banco particular do País, o Banco Comercial do Ceará, na província do Ceará.
Desde 1857, havia divergências no Império sobre as posições a serem tomadas acerca da política econômica. O projeto de reforma bancária foi aprovado em 22 de agosto de 1860, com a promulgação da lei n. 1.083. A partir de 1860 (acentuando-se em 1864), uma legislação rigorosa e uma decidida execução governamental restauraram no País o sistema de unidade bancária de emissões. Nesse ano começava a guerra contra o Paraguai. Esse período, até 1869, contribuiu para aprofundar a crise na economia.
Entretanto, em 1922, já havia em todo o Brasil 249 estabelecimentos bancários. Em 1930, Getúlio Vargas instituiu o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, e a “lei dos dois terços”, que obrigava todas as empresas estrangeiras, incluindo os bancos, a terem em seus estabelecimentos um mínimo de dois terços de empregados brasileiros.
Em 1932, começou o movimento dos bancários pela jornada de trabalho de seis horas, junto ao Ministério do Trabalho. Com a política de urbanização e industrialização no País, intensificou-se o crescimento da rede bancária. No início do século XXI, após inúmeros ajustes estruturais no sistema político-econômico brasileiro, destacaram-se a globalização do sistema financeiro internacional, o acirramento da concorrência internacional e nacional, as mudanças institucionais, os planos econômicos — particularmente o Plano Cruzado e o Real — e, não menos importante, a redução do patamar da inflação.
O processo de globalização da economia mundial tem como uma de suas principais características a internacionalização do sistema financeiro. As decisões são tomadas em tempos cada vez menores, e a informação é a variável determinante.
Os bancos são a ponta de lança desse processo, arquivando, catalogando e processando informações, de modo a identificar as possibilidades de investimento para seus clientes. Por isso, é fundamental não só o acesso à informação, como também a capacidade de interpretá-la, visando satisfazer as necessidades dos clientes.
O bancário tradicional, que tinha como principal meio de trabalho a moeda, começa a ceder espaço para um novo profissional, que tem na informação sua principal ferramenta de trabalho. A mão de obra bancária está cada vez mais qualificada; alguns cargos, como os de escriturários e de chefias intermediárias, estão rapidamente sendo substituídos pelos serviços automatizados.
O processo de ajuste nos bancos tem sido doloroso para a categoria, marcado por demissões em massa, intensificação do processo de trabalho, flexibilização da jornada e do salário. A perspectiva é que esse processo seja constante, exigindo a atualização permanente do bancário.
O movimento sindical pode ter um papel-chave nesse cenário, ao discutir não só a questão do emprego, mas também a da formação profissional, a da saúde do trabalhador e a da sua remuneração.
O Dia dos Bancários é comemorado em 28 de agosto, como lembrança da greve de 1951, ocasião em que a categoria colocou em xeque a Lei de Greve do presidente Dutra, que, desde 1946, proibia greves em vários setores, incluindo o bancário.