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Domingo, 10 de Agosto de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 10/08/2025

19ª Domingo do Tempo Comum - Ano C - Verde
1ª Leitura: Sb 18,6-9 Salmo: Sl 32(33) - Feliz a nação cujo Deus é o Senhor. 2ª Leitura: Hb 11,1-2.8-19
evangelho
Ficai preparados! Porque o Senhor vai chegar na hora em que menos esperardes - Lc 12,32-48

Não temas, pequeno rebanho, porque vosso Pai julgou bom dar-vos o reino! Vendei vossos bens e dai esmola! Fazei para vós bolsas que não se desgastem, um tesouro inesgotável nos céus, onde ladrão não chega nem traça destrói! Pois, onde estiver vosso tesouro, ali estará também vosso coração. Tende cingida a cintura, e acesas as lâmpadas! Sede como aqueles que esperam seu senhor regressar de uma festa de núpcias para lhe abrir a porta, logo que ele chegar e bater! Bem-aventurados aqueles servos que o senhor encontrar vigiando quando chegar. Amém, eu vos digo: ele mesmo cingirá sua cintura, os fará sentar-se à mesa e começará a servi-los.” [...]

A Bíblia: tradução da editora Paulinas, 2023.
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Oração Inicial

Liturgia do 19º domingo do Tempo Comum. O Evangelho de hoje é um apelo à vigilância e à disponibilidade. Convida-nos a permanecer preparados, com “o cinto amarrado e as lâmpadas acesas”, enquanto aguardamos a vinda do Senhor. Com essas disposições, acolhamos a Palavra que vai nos acompanhar ao longo do dia.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Entremos em sintonia com a fonte do amor verdadeiro. Que este momento de meditação orante fortaleça nosso vínculo com Deus Amor. Que o Espírito Santo nos conceda a graça do discernimento para buscarmos a Verdade, que deve orientar a nossa vida, nosso agir e nossas decisões.



Peçamos: “Jesus Mestre, cremos com viva fé que estais aqui presente, para indicar-nos o caminho que leva ao Pai. Iluminai nossa mente, movei nosso coração, para que esta meditação produza em nós frutos de vida. Amém.”

Leitura (Verdade)

Silenciando o coração, repita algumas vezes a oração: “Jesus Mestre, iluminai minha mente, movei meu coração, para que esta meditação produza em mim frutos de vida. Amém.”
Ler o Evangelho quantas vezes for necessário para assimilar as orientações de Jesus.

Evangelho: Lc 12,32-48 “Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino. Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói. Porque onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar. Mas ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. Vós também, ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. Então Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?” E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”

“O Evangelho é palavra viva e eficaz de Deus para o coração humano em todos os tempos; porém foi escrito por pessoas condicionadas a uma mentalidade e cultura. Aqui, Jesus parece aprovar a punição de chicote ao servo que não fez o que o patrão queria. Olhando bem, no entanto, vemos que a vontade do senhor da casa representa aqui o que Deus espera de nós: fixar o coração no tesouro do céu, estar sempre vigilante ao que o Senhor manifesta, ser serviçal, administrar os bens com prudência em favor de todos… Fazer tudo isso é juntar um tesouro inesgotável que ninguém nos pode roubar e guardá-lo na bolsa que não se desgasta. Por isso, o Senhor assegura: “Vosso Pai julgou bom dar-vos o reino!”.” (Viver a Palavra – 2025. Ir. Maria Inês Carniato, fsp (Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Jesus nos lembra que vigiar será sempre necessário. O discípulo do Senhor sabe discernir a vontade divina em cada momento e em cada ação da história. Somente escutando os apelos do Senhor e acolhendo-os é possível participar na construção de seu Reino.
Você está disponível ao convite que o Senhor lhe faz em sua Palavra? Procura concretizar em sua vida os seus ensinamentos?
Como você avalia a vigilância que você tem sobre seus pensamentos, desejos e atitudes?

Oração (Vida)

Faça sua oração como diálogo com Mestre que nos ensina como permanecer na humildade e na confiança silenciosa para desabrochar como a semente e produzir frutos de salvação.
Na escola de Maria, Mãe de Jesus, aprendemos essa difícil e necessária atitude, rezemos: “ Maria, Mãe da Igreja e nossa Mãe ajudai, ó Mãe, a nossa fé. Abri o nosso ouvido à Palavra, para reconhecermos a voz de Deus e a sua chamada. Despertai em nós o desejo de seguir os seus passos, saindo da nossa terra e acolhendo a sua promessa. Ajudai-nos a deixar-nos tocar pelo seu amor, para podermos tocá-lo com a fé. Ajudai-nos a confiar-nos plenamente a Ele, a crer no seu amor, sobretudo nos momentos de tribulação e cruz, quando a nossa fé é chamada a amadurecer. Semeai, na nossa fé, a alegria do Ressuscitado. Recordai-nos que quem crê nunca está sozinho. Ensinai-nos a ver com os olhos de Jesus, para que Ele seja luz no nosso caminho. E que esta luz da fé cresça sempre em nós, até chegar aquele dia sem ocaso que é o próprio Cristo, vosso Filho, nosso Senhor” (Lumen Fidei, 60).

Contemplação (Vida e Missão)

Que aspectos do mistério de Deus esta passagem lhe permite conhecer?
Qual palavra mais encontrou sintonia com a realidade que você está vivendo?
Quais compromissos você deseja assumir em sua vida?

Bênção

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

O cuidado com o acúmulo dos bens deste mundo, refletido no domingo passado, ganha acento escatológico na liturgia de hoje. A riqueza pode ser um obstáculo para uma acolhida radical e livre do Reino de Deus. Um coração desapegado e voltado para o tesouro inesgotável nos céus faz o cristão estar preparado para a vinda do Senhor. Assim como se espera a vinda do Senhor, Israel ansiosamente também esperou a noite da libertação do Egito (primeira leitura). É motivo de alegria porque a aliança feita com o povo é sinal da justiça de Deus, que salvou os justos e fez perder os inimigos. Por isso, celebram o sacrifício pascal, louvando com cânticos, antecipadamente, a vitória de Deus e de seu povo sobre o poder opressor. A espera requer fé e esperança. Trata-se de ofertar as seguranças para desbravar o desconhecido, como fez Abraão (segunda leitura). O patriarca viveu no estrangeiro. Junto à fé de Sara, que era estéril, foi pai de uma multidão. Ofereceu o filho da promessa, Isaac, em sacrifício, por obediência a Deus. Isso é símbolo de peregrinação na fé, que alcança seu fim último no Senhor. Os discípulos são peregrinos e devem estar atentos ao caminho que os leva à salvação. Jesus os encoraja a focarem naquilo que é essencial. Mais que se preocuparem com os bens materiais, devem compartilhá-los com os irmãos necessitados, pela esmola. Com o olhar voltado para os valores imperecíveis do Reino, são chamados a se fazer fiéis e vigilantes, como revela a prontidão de carregarem lâmpadas acesas e terem os rins cingidos. O Mestre desenvolve o tema da vigilância contando-lhes três parábolas. A primeira mostra a espera vigilante e perseverante dos discípulos, simbolizados pelos empregados, diante do extenso e incerto tempo de regresso do senhor. Serão chamados bem-aventurados pela prontidão e por terem a alegria de participar do banquete messiânico, com a presença do senhor que, por amor, se doa ao servi-los. A segunda narrativa apresenta a vigilância do dono da casa em protegê-la de assaltos noturnos. A imprevisibilidade do ladrão é a imagem da chegada inesperada do Filho do Homem. Por isso, os discípulos devem estar atentos à sua vinda gloriosa. A terceira parábola, após a interferência de Pedro, traz a figura de um administrador fiel e prudente que sempre está pronto, cuidando dos negócios na ausência do patrão. Ele não será surpreendido quando seu senhor voltar e, por sua responsabilidade, lhe será confiado muito mais. Do contrário, caso ele se impaciente com a demora do senhor e maltrate seus empregados, causando desordem nos negócios, será castigado severamente pelo patrão. Desse modo, as parábolas advertem os discípulos, sobretudo os líderes das primeiras comunidades. Eles perderam o fervor inicial, abusaram de seu poder, maltratando seus irmãos, e se acomodaram na responsabilidade da missão, em razão do atraso da parusia. Na espera da vinda gloriosa do Messias, também nós estejamos atentos, sendo responsáveis e solidários uns com os outros!

Pe. Jackson Câmara Silva, INJ, ‘A Bíblia dia a dia 2025’, Paulinas.