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Domingo, 04 de Maio de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 13/02/2022

6º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Verde
1ª Leitura: Jr 17,5-8 Salmo: Sl 1 - O Senhor protege a caminhada dos justos. 2ª Leitura: 1Cor 15,12.16-20
evangelho
Grande será a vossa recompensa no céu - Lc 6,17.20-26

Jesus desceu com eles da montanha e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e uma grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, e do litoral de Tiro e Sidônia. Jesus levantou o olhar para os seus discípulos e disse-lhes: “Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Felizes vós que agora passais fome, porque sereis saciados! Felizes vós que agora estais chorando, porque haveis de rir! Felizes sereis quando os homens vos odiarem, expulsarem, insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, porque será grande a vossa recompensa no céu, pois era assim que os seus antepassados tratavam os profetas. Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! Ai de vós que agora estais fartos, porque passareis fome! Ai de vós que agora estais rindo, porque ficareis de luto e chorareis! Ai de vós quando todos falarem bem de vós, pois era assim que seus antepassados tratavam os falsos profetas”.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

6º Domingo do tempo Comum. A palavra vem nos ensinar que a autossuficiência é própria daqueles que prescindem de Deus. E vivem à margem da proposta do Evangelho. Prescindir de Deus é um caminho de morte e de renúncia da verdadeira felicidade. E Jesus vem nos ensinar que são felizes os que constroem sua vida nos valores do Reino. Agora é a hora de nossa escolha.


Leitura (Verdade)

O que diz o texto? Faça a leitura do relato bíblico diversas vezes, destacando os verbos e os personagens que aparecem na narrativa. Atente-se ao que está acontecendo no Evangelho: O que Jesus está fazendo? Qual é a sua mensagem?

Evangelho: Lc 6,17.20-26 Jesus desceu com eles da montanha e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e uma grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, e do litoral de Tiro e Sidônia. Jesus levantou o olhar para os seus discípulos e disse-lhes: “Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Felizes vós que agora passais fome, porque sereis saciados! Felizes vós que agora estais chorando, porque haveis de rir! Felizes sereis quando os homens vos odiarem, expulsarem, insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, porque será grande a vossa recompensa no céu, pois era assim que os seus antepassados tratavam os profetas. Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! Ai de vós que agora estais fartos, porque passareis fome! Ai de vós que agora estais rindo, porque ficareis de luto e chorareis! Ai de vós quando todos falarem bem de vós, pois era assim que seus antepassados tratavam os falsos profetas”.

“Os profetas lembravam ao povo a aliança que Deus tinha feito com ele. Jesus falou do Reino de Deus, convidando todos a viverem o tempo novo de reconciliação e paz que ele estava trazendo. Assim, convidava a acolher o Reino com a conversão, a mudança de vida. Nas bem-aventuranças, vemos Jesus nos dizendo como o Reino de Deus é um dom para os pobres, os famintos, os tristes, os perseguidos por sua causa. O Reino é uma boa notícia para eles. Como os profetas, Jesus também declara quem está na contramão do Reino, convidando-os à conversão: os ricos, os fartos, os gozadores, os aplaudidos de hoje. Os profetas não queriam que o povo esquecesse que Deus é o padrinho dos pequenos, dos sofredores.” (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O que o texto diz a você? Neste momento de meditação, você é convidado(a) a escutar o Senhor, que fala com você por meio da Palavra. Leia novamente o Evangelho e deixe-se tocar diretamente por ele. Neste momento, é importante que você esteja atento(a) àquilo que está meditando, pois é o Senhor quem está falando com você por meio de sua Palavra.
As bem-aventuranças em Lucas nos fazem compreender o projeto de Deus e o projeto dos homens. Se Deus não tem lugar em nossos projetos humanos, somos autossuficientes, alienados e aí estão os "ais" que o mesmo evangelista nos apresenta.

Oração (Vida)

O que o texto o(a) leva a dizer a Deus? Na oração, você é convidado(a) a dizer ao Senhor o que a sua Palavra provocou em você. Apresente a Deus, Pai de amor e bondade, seu louvor, súplica ou agradecimento.

Rezemos: Senhor Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do espirito Santo. Amém.

Contemplação (Vida e Missão)

Olhe para dentro de seu coração e procure identificar o sentimento que a palavra despertou em você. Com a palavra na mente e no coração, qual atitude você se propõe a viver no dia de hoje?

Bênção

A graça de Deus, nosso Pai, o amor de Jesus, nosso Redentor, e a santidade do espirito Santo estejam convosco.
Ide em paz e vivei segundo as Bem-aventuranças.

Ir. Carmen Maria Pulga

Os critérios de felicidade e de maldição propostos na presente liturgia se diferenciam dos critérios comuns que se percebem no dia a dia. Quem é feliz na mentalidade capitalista? A pessoa autossuficiente que pode usufruir de muitos bens, que tem fama, saúde, beleza e uma conta bancária notável. Jr 17,5-8 reflete o Sl 1 e faz uma comparação fácil de entender: quem confia em Deus, é como árvore à beira do rio; não teme a seca, pois sempre terá seiva abundante. Quem não confia em Deus, é como arbusto do deserto que nunca recebe a chuva. Provavelmente o profeta se refere ao rei da época que deixou de lado a Palavra de Deus e confiou mais em projetos humanos, o que resultou em desastre para o povo. 1Cor 15,12.16-20 toca no conflito da compreensão grega sobre a vida eterna. Podiam aceitar a imortalidade da alma, mas não aceitavam a ressurreição da carne, pois o corpo era desprezível. Mas a fé na ressurreição de Cristo e, por consequência, na ressurreição das pessoas, é central na vida dos cristãos. Negando uma ou outra, a fé estará esvaziada. Lc 6,17.20-26, como também Jeremias na primeira leitura, diz que felizes são as pessoas que confiam em Deus, e não nos seus bens. Quem confia nos bens, comete o pecado da idolatria e não se pode abrir para Deus. Os pobres, assim como Pedro e seus companheiros, que deixaram o barco e seguiram Jesus (Lc 5,11), ou Levi, que deixou a banca de cobrança para segui-lo (Lc 5,28), entenderam a lógica do Reino. Para eles, embora os bens fossem necessários para viver, não eram mais importantes do que o chamado de Jesus. Por isso tiveram a liberdade de escolher o caminho da felicidade. Quem está preso aos bens, como o jovem rico (Mt 19,22), não encontra o verdadeiro caminho da vida. O Reino de Deus exige desapego para que haja bens para todos. Quando os bens pessoais ocupam o centro da vida dos gananciosos, facilmente se usa os fracos como meios para obter sempre mais, uma vez que a pessoa humana vale menos do que os bens. As maldições aos ricos têm seu paralelo em Is 5,8ss. Quem coloca sua confiança nos bens materiais, explora os fracos e se apodera do que é necessário para a vida deles. Tal atitude merece reprovação e não constrói o Reino. No Reino não há lugar para tais pessoas, por isso não participam da felicidade própria dessa nova realidade trazida por Jesus. O Mestre não condena os bens, nem sequer quem os tenha. Ele condena quem dá mais valor aos bens do que a Deus e, por isso mesmo, oprime o pequeno, o fraco, o faminto. O Reino que ele veio instaurar requer das pessoas desapego. Só assim se constrói uma sociedade justa de paz e harmonia. Mas quem não entra nessa lógica, constrói para si um mundo conflituoso. Daí se afirma: “Felizes vós os pobres, mas ai de vós, ricos!”. Certa vez perguntaram a um sábio: “Como você queria que fosse o povo brasileiro?”. Ele respondeu: “Queria que todo o povo brasileiro fosse pobre. Assim teria recursos para todos. Ninguém passaria fome”. De fato, a miséria do povo brasileiro é fruto do apego de alguns gananciosos que têm em excesso, deixando a maioria na penúria.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.