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Sábado, 13 de Dezembro de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 06/02/2022

5º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Verde
1ª Leitura: Is 6,1-2a.3-8 Salmo: Sl 138(137) - Quando te invoquei, aumentaste em mim a força. 2ª Leitura: 1Cor 15,1-11 ou 1Cor 15,3-8.11
evangelho
Pela tua palavra, lançarei as redes - Lc 5,1-11

Certo dia, Jesus estava à beira do lago de Genesaré, e a multidão se comprimia a seu redor para ouvir a Palavra de Deus. Ele viu dois barcos à beira do lago; os pescadores tinham descido e lavavam as redes. Subiu num dos barcos, o de Simão, e pediu que se afastasse um pouco da terra. Então se sentou e, do barco, ensinava as multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança mais para o fundo, e ali lançai vossas redes para a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, pela tua palavra, lançarei as redes”. Agindo assim, pegaram tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. Fizeram sinal aos companheiros do outro barco, para que viessem ajudá-los. Eles vieram e encheram os dois barcos a ponto de quase afundarem. Vendo isso, Simão Pedro caiu de joelhos diante de Jesus, dizendo: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!” Ele e todos os que estavam com ele ficaram espantados com a quantidade de peixes que tinham pescado. O mesmo ocorreu a Tiago e João, filhos de Zebedeu e sócios de Simão. Jesus disse a Simão: “Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens!” Eles levaram os barcos para a margem, deixaram tudo e seguiram Jesus.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

Abramo-nos à ação do Espírito Santo que reza em nós, dizendo: “Ó divino Espírito, ensina-me tudo quanto Jesus ensinou. Dá-me inteligência para entender; memória para lembrar; vontade dócil para praticar; coração generoso para corresponder aos teus convites. Amém.”

Façamos silêncio para ouvir a Palavra do Senhor e meditá-la, a fim de que ela, por meio da ação eficaz do Espírito Santo, continue a habitar e a viver em nós e a falar-nos ao longo de todos os dias da nossa vida.

Leitura (Verdade)

Este é o momento de compreendermos o texto. O que ele diz? Leia-o com calma e silenciosamente. Depois, leia-o novamente em voz alta e pausadamente, repetindo as palavras que mais chamaram sua atenção. Quais personagens aparecem no Evangelho?

Evangelho: Lc 5,1-11 Certo dia, Jesus viu dois barcos à beira do lago. Subiu num dos barcos, o de Simão, e pediu que se afastasse um pouco da terra. Então se sentou e, do barco, ensinava as multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança mais para o fundo, e ali lançai vossas redes para a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, pela tua palavra, lançarei as redes”. Agindo assim, pegaram tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. Jesus disse a Simão: “Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens!”
“Eles tinham passado a noite toda pescando e não haviam conseguido nada. Jesus precisou de um dos barcos para falar ao povo que o rodeava, ficando um pouco mais afastado. E depois mandou os pescadores de volta ao mar, mas agora em águas mais profundas. Resultado: a pescaria foi abundante. Tudo parecia igual: o mar, os pescadores, os barcos. O que mudou: a obediência à palavra de Jesus que eles ouviram. O casamento, o trabalho, a vida cristã, são como a pescaria. Só dão certo mesmo se agirmos em obediência a Deus, em comunhão com ele. Na história do Evangelho, os pescadores tornaram-se seguidores de Jesus. Discípulo é quem se deixa guiar por sua palavra.” (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Agora, vamos trazer a reflexão da Palavra para a nossa vida. O que o texto diz para mim? Que aspectos do mistério de Deus esta passagem me possibilita conhecer? Que luz nos dá Jesus, com sua pessoa e sua mensagem? De que maneira esta passagem me compromete? O que ela me pede?

Oração (Vida)

Ouvimos a voz de Deus, por meio de sua Palavra. Agora, somos impelidos em direção àquele a quem temos ouvido. O que o texto bíblico o(a) inspira a dizer a Deus?

Conclua com a oração composta por São João Paulo II: “Senhor Jesus, concede-me crer firmemente no amor que Tu me revelaste e que doaste no teu Evangelho. Faze que eu ouça cada dia a tua voz que me chama a seguir-te para sentir sempre em mim os benefícios da tua redenção. Amém.”

Contemplação (Vida e Missão)

“Cada um dos nossos dias seja plasmado pelo encontro renovado com Cristo, Verbo do Pai feito carne: Ele está no início e no fim de tudo, e n’Ele todas as coisas subsistem (cf. Cl 1,17).
Com a Palavra na mente e no coração, qual atitude você se propõe a viver hoje?

Bênção

O Senhor, Deus de amor e paz, habite em vossos corações, oriente os vossos passos e confirme os vossos corações em seu amor. Vá em paz e seja um mensageiro (a) da Boa Nova.

Ir. Carmen Maria Pulga

Deus chama pessoas que se sentem despreparadas e até indignas, como Isaías e Pedro. O chamado vem dele e, quando o vocacionado percebe a grandeza de Deus e a sua própria pequenez, Deus entra e transforma tudo. Portanto, a vocação é um dom de Deus que transforma quem aceita seu chamado na humildade. Tanto Isaías como Pedro e seus companheiros se surpreendem, percebem a grandeza do chamado, mas imediatamente se prontificam a segui-lo. Na primeira leitura (Is 6,1-8), Isaías faz a experiência da transcendência de Deus no templo e, ao mesmo tempo, reconhece seu pecado, bem como o pecado do povo do qual ele faz parte. As grandes vocações nascem quando se faz a dupla experiência: a grandeza de Deus e a insignificância humana. Quem não experimenta a Deus nem reconhece a própria fraqueza, não desperta para o verdadeiro chamado. Em 1Cor 15,1-11, Paulo faz o relato central da fé cristã: a ressurreição de Cristo e, por conseguinte, a ressurreição de todas as pessoas. Em Corinto se admitia a imortalidade da alma, mas havia certo desprezo pelo corpo. Assim, acreditava-se na sobrevivência espiritual, mas não se admitia a ressurreição da carne. Ora, isso contradizia o dogma central da fé cristã: Cristo ressuscitou e essa é a garantia da ressurreição de todos. Nessa fé está toda a esperança cristã. Daí nasce também a vocação de Paulo. Como Isaías, em Lc 5,1-11 Pedro e os outros apóstolos fazem experiência de Deus. Isaías no templo, pois era esse seu mundo; Pedro no lago, pois era pescador. Deus entrou na vida de um e de outro no próprio local de trabalho deles. Ambos, surpreendidos pela ação de Deus, reagem: Isaías se considera impuro, Pedro se sabe pecador; porém, depois da experiência da ação de Deus, com seus colegas, largam tudo e seguem. Isaías e Pedro, assim como toda a Igreja, são chamados por Jesus à missão. Para tanto, deve-se ouvir as palavras e orientações do Mestre, mais do que as intuições humanas. Pedro era pescador experiente. Sabia que o tempo bom de pesca era à noite. A ordem de Jesus lhe parecia sem sentido, mas mesmo assim lança as redes em obediência às palavras de Jesus, e o milagre aconteceu. Reconhecendo-se a grandeza de Deus e a pobreza humana, está preparado o ambiente da vocação. Falta ainda a decisão: apesar da imperfeição dos chamados, a missão acontece como dom de Deus. Todas as pessoas que se sentem vocacionadas precisam fazer a experiência da transcendência de Deus, como Isaías, Pedro, Tiago e João. Precisam se dar conta de que a vocação vem dele e que só obedecendo às ordens divinas podem realizar a missão, não importando o que cada um é. Isso exige discernimento e prontidão para se pôr a caminho.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.