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Domingo, 18 de Maio de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 04/03/2022

Sexta-feira depois das Cinzas - Ano C - Roxa
1ª Leitura: Is 58,1-9a Salmo: Sl 51(50) - Não desprezas, ó Deus, um coração contrito e humilhado.
evangelho
Por que os teus discípulos não jejuam? - Mt 9,14-15

Aproximaram-se de Jesus os discípulos de João e perguntaram: “Por que jejuamos, nós e os fariseus, ao passo que os teus discípulos não jejuam?” Jesus lhes respondeu: “Acaso os convidados do casamento podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo lhes será tirado. Então jejuarão”.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

A Palavra de Deus meditada e confrontada com a própria vida, nos revela o quanto somos amados por Deus e a imensidão da sua misericórdia para conosco. Ao mesmo tempo, o encontro com a Palavra desvenda também os julgamentos que habita no coração humano.


Oro: Cada vez que eu venho, para te falar, na verdade eu venho para te escutar. Fala-me da Vida, preciso te escutar! Fala da Verdade, que vai me libertar!

Leitura (Verdade)

Após a leitura do Evangelho, procure silenciar por alguns instantes para recordar as palavras lidas. Faça uma segunda leitura pausadamente e se detenha nas palavras que chamaram a sua atenção durante a leitura. Repita essas palavras.

Evangelho: Mt 9,14-15 Aproximaram-se de Jesus os discípulos de João e perguntaram: “Por que jejuamos, nós e os fariseus, ao passo que os teus discípulos não jejuam?” Jesus lhes respondeu: “Acaso os convidados do casamento podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo lhes será tirado. Então jejuarão”.

“O jejum é uma prática da Quaresma. Todas as sextas-feiras do ano, lembramos a paixão e morte de Jesus. Assim, neste dia, rezamos os mistérios dolorosos no Terço Mariano e procuramos fazer algum gesto penitencial. Esta é a primeira sexta-feira da Quaresma e, durante esse período, neste dia da semana a Igreja nos orienta a fazer abstinência de carne. É um modo de fazer penitência, por meio da qual nos unimos ao padecimento de Cristo e dos irmãos. A penitência (o jejum, a abstinência de carne ou de outras coisas como cigarro, televisão etc.) também nos educa, nos fortalece em nossas opções, e com ela exercitamos a caridade e a solidariedade.” (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Vamos trazer o texto para nossa vida. Como compreendo as palavras de Jesus no Evangelho de hoje? Esta realidade está presente em nossa sociedade? Quais são as práticas que nos afastam da amizade com Deus? Será a comida, o sexo, os bens materiais ou a forma como vivenciamos essas realidades?

Oração (Vida)

Feche os olhos e traga ao Senhor as pessoas que vieram à sua mente durante a Leitura orante. Reze por elas e por você. Reze por tantos irmãos que vivem situações extremas de fome, miséria e exclusão. Reze: “Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.

Contemplação (Vida e Missão)

Com suas palavras, Jesus procurava tocar os sentimentos das pessoas e assim despertar para uma mudança. Que sentimentos este texto despertou em mim? Qual é o apelo que desejo colocar em prática?

Bênção

Benção especial da Quaresma
- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos, como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa. Amém.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta jornada quaresmal a uma verdadeira conversão. Amém.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo celebrar a vitória da Páscoa. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Dois pontos podem ser destacados: 1) Nos tempos de Jesus era comum o jejum. Muitos fariseus jejuavam duas vezes por semana. Os discípulos do Batista também eram fiéis observantes do jejum. No entanto, desde os profetas, sempre houve uma tentativa de mostrar que, mais do que a privação da comida ou qualquer outro sacrifício, o que importa é a prática da justiça e do zelo pelos sofredores (Is 1,10ss; 58,1ss; Zc 7,1ss etc.). Fazer jejum, ou qualquer rito, e não praticar a justiça, torna-se abominável diante de Deus (Is 1,13). O mesmo se encontra no Sl 51. O que agrada a Deus não são sacrifícios, mas um coração arrependido em processo de conversão. Portanto, jejum sem conversão não é agradável a Deus. 2) Jesus inaugura os tempos messiânicos de fartura e de alegria (Is 61,1-3; Sf 3,14). Ele, qual esposo da nova aliança, é motivo de alegria (Is 62,5; Ct 5,1). João Batista não é o esposo, por isso seus discípulos ainda estão no AT e jejuam como os fariseus. Mas os discípulos de Jesus já estão na nova realidade. Só jejuarão quando o esposo lhes for tirado. Nesta Quaresma, quando a Igreja convida seus filhos e filhas à penitência, é bom lembrar: todo sacrifício, como jejum, andar descalço em procissões, ficar de joelhos, privar-se de muitas coisas, só adquire sentido quando vem acompanhado de um espírito de conversão, de mudança de vida. Jejum, ou qualquer sacrifício que não esteja ligado à conversão, não é agradável a Deus.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.