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Terça-feira, 13 de Maio de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 20/06/2021

12º Domingo do Tempo Comum - Ano B - Verde
1ª Leitura: Jó 38,1.8-11 Salmo: Sl 107(106) - Louvai o Senhor porque ele é bom. 2ª Leitura: 2Cor 5,14-17
evangelho
Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé? - Mc 4,35-41

Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos discípulos: “Passemos para a outra margem!” Eles despediram as multidões e levaram Jesus, do jeito como estava, consigo no barco; e outros barcos o acompanhavam. Veio, então, uma ventania tão forte que as ondas se jogavam dentro do barco; e este se enchia de água. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram-lhe: “Mestre, não te importa que estejamos perecendo?” Ele se levantou e repreendeu o vento e o mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento parou, e fez-se uma grande calmaria. Jesus disse-lhes então: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” Eles sentiram grande temor e comentavam uns com os outros: “Quem é este, a quem obedecem até o vento e o mar?”

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 7ª ed., 2008.
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Oração Inicial

12º Domingo do Tempo Comum. Deus caminha conosco e por isso não há turbulência que possa nos afetar. Mas é preciso permitir que o Senhor fique conosco e oriente nossa direção, nossa conduta.


Peçamos: Senhor Jesus Cristo, envia sobre nós, como prometeste, teu Espírito Santo. Que ele nos conceda o dom da fé e a força da súplica sincera. Que nele encontremos a coragem e a confiança plena. Amém.

Leitura (Verdade)

Leia o Evangelho observando o lugar, o acontecimento e as atitudes dos personagens envolvidos nesta narrativa. Perceba também as expressores dos discípulos e as de Jesus.

Evangelho: Mc 4,35-41
Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos discípulos: “Passemos para a outra margem!” Eles despediram as multidões e levaram Jesus, do jeito como estava, consigo no barco; e outros barcos o acompanhavam. Veio, então, uma ventania tão forte que as ondas se jogavam dentro do barco; e este se enchia de água. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram-lhe: “Mestre, não te importa que estejamos perecendo?” Ele se levantou e repreendeu o vento e o mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento parou, e fez-se uma grande calmaria. Jesus disse-lhes então: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” Eles sentiram grande temor e comentavam uns com os outros: “Quem é este, a quem obedecem até o vento e o mar?”

“Em seu inexplicável sofrimento, Jó afirma que Deus fala no meio da tempestade. Em nossa vida também acontecem as tempestades, e, quando as superamos, baseados na fé, nos tornamos pessoas muito melhores. O sofrimento tem a possibilidade de nos fazer amadurecer em nossas convicções. Podemos ajustar as velas do barco de nossa vida, mas nada podemos contra as tempestades, os ventos e as ondas. É a hora de acordar – recorrer a Jesus –, porque nossa travessia depende dele. E sua presença é sinal de bonança e crescimento da fé. Marcos, a partir deste texto, enumera quatro milagres que revelam a identidade de Jesus. Quem é ele para nós? O discípulo deve confiar nele e não se apegar às falsas seguranças humanas.”(Viver a Palavra – 2021. Frei Aldo Colombo - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Quem é Jesus para mim? Confio nele ou me apego às falsas seguranças humanas? Como encaro o sofrimento, as tempestades em minha vida? Quem me orienta nestes momentos? Deixe que Jesus fale mais alto do que seus medos quando a tempestade vier.

Oração (Vida)

Faça a oração com este canto, que é sopro para a alma:


Contemplação (Vida e Missão)

Sintetize em poucas palavras o apelo que você sentiu, para colocá-lo em prática durante o dia. O que você se propõe a viver?

Bênção

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Deus é o Senhor do mar. Do meio da tempestade, assim se revelou a Jó. Quem é este a quem obedecem até o vento e o mar? A forte ventania sacudia o barco, e Jesus dormia sobre um travesseiro. O barco está afundando, e ele não se importa? “Silêncio, cala-te”. Levanta-se o Senhor e repreende o vento e o mar. O vento parou, e o mar se acalmou. “Vocês são medrosos! Ainda não têm fé”? Jesus está presente. É preciso acreditar que ele é o senhor do mar. “Ainda não tendes fé?”. Se a tivéssemos, poderíamos dizer ao vento e ao mar: “Silêncio, cala-te?”. É Deus quem põe limites às forças da natureza. Nós, por vezes, perturbamos a ordem do universo. Algumas vezes, usando para o bem a inteligência que Deus nos deu, somos capazes de evitar grandes males ou de corrigi-los depois de acontecidos. Podemos nos tornar novas criaturas com visão nova de tudo o que foi criado. Vivendo para Cristo e vendo com seus olhos pessoas e coisas, tudo pode se tornar novo. O que era antigo passou. Mar agitado pela tempestade. O vento sopra forte, tudo se agita, a frágil embarcação parece soçobrar. É um momento da história da nossa vida, é uma fase da história da Igreja e da humanidade. Nossos corações desfalecem de pavor. Na aflição, gritamos ao Senhor e a tempestade se converte em bonança. É uma certeza. Já podemos agradecer a Deus por seu amor e pelas maravilhas operadas entre nós. Só não sabemos quando. Quando virá a bonança? Misturada ao som do vento e do mar agitado ouvia-se a voz amedrontada dos discípulos: “Não te importa que estejamos perecendo?”. No “Choro das Vagas” meditava o poeta Alberto de Oliveira e dizia que “não é de águas apenas e de ventos, no rude som, formada a voz do Oceano: em seu clamor, ouço um clamor humano, em seus lamentos, todos os lamentos”. Jesus, tão sempre humano, se mostra irritado ao ouvir o clamor humano de seus humanos discípulos. Ou se trata de uma palavra enérgica para afugentar o medo e fazer surgir a fé? “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”. É preciso superar o medo e atravessar a tempestade enfrentando-a com a força da fé. No barco da caridade, remando com fé e esperança, dois remos fortes, que se chamam “crer e agir”, impulsionam o barco da nossa existência até o porto seguro. Quem é este a quem obedecem até o vento e o mar? O mar e o vento lhe obedecem. Podemos também nós lhe obedecer firmados na confiança. Ele é o caminho, a verdade e a vida, é o caminho verdadeiro que leva para a vida. Em verdade, o que nos parece muito real é a dor que sentimos aqui e ali, neste ou naquele momento. O resto soa-nos como palavras de consolo. No entanto, quantas vezes ouvimos de sua boca: “Tua fé te salvou!”. Não é, pois, uma simples palavra de consolo que ressoa em nossos ouvidos e sim um forte apelo para uma adesão de fé em Jesus Cristo. Não desanime nem desista. Se a tempestade o leva até o fundo do mar, lembre-se do profeta Jonas, que desceu até as bases das montanhas no fundo das águas e lá se encontrou com Deus, que o pegou e o levou de volta à superfície. Jonas estava fugindo de Deus e com Deus se encontrou no termo da sua fuga. Não houve punição. Deus o pegou com carinho e levou-o de volta à superfície das águas. Apenas exigiu mais uma vez que cumprisse a sua missão, e ele foi a Nínive! No meio da tempestade, o amor de Cristo nos impele. O que era antigo passou. Agora tudo é novo. Já não conhecemos ninguém à maneira humana. Conhecemos à maneira divina, que é a fé. Pode parecer que Jesus esteja dormindo. De fato, está desperto e presente em cada ser humano.

Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2021’, Paulinas.