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Sábado, 21 de Setembro de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida
Texto de Maria do dia 21 de setembro
A presença de Deus em seu cotidiano
A presença de Deus em seu cotidiano
Guido Reni

“Maria voltou para sua casa”. A Bíblia dá grande destaque a temas que mudaram o rumo da história da salvação: a arca de Noé e a vocação de Abraão; a infidelidade do povo no deserto e sua entrada na Terra Prometida; a unção de Davi e as advertências dos profetas...

No Novo Testamento encontramos ensinamentos preciosos, que nos são dados não tanto pelo que é descrito, mas por aquilo que é apenas sugerido: Maria guardava todas as coisas em seu coração; Jesus dormia na barca; um menino tinha alguns pães e dois peixes; Zaqueu subiu numa árvore etc. A observação: “Maria voltou para sua casa” pode ser incluída nessa lista. Seria o mesmo que dizer: voltou para sua rotina, para seu cotidiano, para seu dia-a-dia.

Há uma espiritualidade que não foi ainda devidamente desenvolvida: a daqueles que vivem “em sua casa”. Humanamente falando, nada fazem de extraordinário. Seus nomes nunca são citados pela imprensa; seus atos não são objeto de estudo e, muito menos, recebem elogios. Vivem sem ser notados. Ao morrerem, talvez alguém diga: “Morreu da forma como viveu: discretamente”. “Em sua casa”, porém, talvez tenham vivido uma extraordinária experiência de vida cristã. Seguiram Jesus Cristo e se santificaram numa vida que nada tinha de cinzenta.

Quem vive assim, pode não ser notado pelos que o cercam, mas seus atos e palavras glorificam a Santíssima Trindade. Foi pensando nessas pessoas que Jesus disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos”. Já pelo profeta Isaías, havíamos sido advertidos: “Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, e vossos caminhos não são os meus”.

“Maria voltou para sua casa”. Voltou para fazer o que faziam e fazem muitas donas de casa. O Evangelho, mesmo não sendo uma descrição da vida de Maria, chama nossa atenção para alguns momentos especiais vividos por ela. E quando foi que agradou mais a Deus: quando deu seu sim na anunciação ou quando lavava a roupa que Jesus vestiria? Quando apresentou Jesus aos pastores ou quando, em Nazaré, arrumava a mesa para a refeição? Quando estava aos pés da Cruz ou quando se recolhia em oração, na novena de Pentecostes? Todos esses momentos foram importantes para Deus. Eram pedras coloridas de um belíssimo mosaico, idealizado pelo Pai desde toda a eternidade.
Esteja atento à “sua casa” e descubra a presença de Deus em seu cotidiano.

Retirado do livro: 'Um mês com Maria", Paulinas Editora.