Nossa prece a Maria nos torna crianças, mesmo que tenhamos vivido décadas de nossas vidas. A mãe de Deus é sempre a nossa mãezinha querida, diante da qual nos sentimos protegidos e temos coragem e motivação para contar nossas desventuras, nossas tristezas, assim como nossas vitórias e nossos projetos mais simples. Diante de Maria nos sentimos como ante uma rainha, sem nos considerarmos súditos e sem nos tornarmos servos. Seu olhar desperta nosso espírito filial e nossos sonhos de felicidade. Ao contemplar o olhar de Maria, como mãe de Jesus e como mulher da nova aliança, somos levados a viver como discípulos e irmãos de Jesus, no mais perfeito seguimento de sua mensagem de amor e de paz.

Quando oramos a Maria, percorremos seus passos com Jesus, trazendo Jesus nos braços, sob a proteção paternal de José, o homem justo. Contemplamos no rosto de Maria o pavor de testemunhar a morte atroz de tantas crianças, que anteciparam o martírio de seu Filho. Maria, José e o pequenino Jesus são desterrados e caminham, como migrantes e andarilhos despejados de seus lares, em busca de um mundo melhor para viver; procurando um lugar tranquilo e protegido para cultivar a vida de família. Maria representa tantas mães que procuram um recanto para sustentar e hospedar sua família. Maria torna-se solidária das desventuras das famílias e dos lares perseguidos pela pobreza, pela doença e pelas atrocidades do mundo. Maria é a mãe dos desterrados e das famílias divididas, pois ela mesma viveu o drama da insegurança dos caminhos ignorados. Maria conhece as dores dos dramas humanos e faz-se companheira de nossos caminhos espinhosos.