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Domingo, 08 de Setembro de 2024
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Texto de Maria do dia 26 de maio
Nossa Senhora de Caravaggio
Nossa Senhora de Caravaggio
Antônio Cremonese

A história de Nossa Senhora de Caravaggio surgiu em 1432, na cidadezinha de Caravaggio, no norte da Itália, próximo a Milão e Veneza, em um momento de muita luta, divisões políticas e religiosas, ódio, heresias, traições e crimes.

Um texto antigo diz: “A terra de Caravaggio é, desde pouquíssimo tempo, verdadeiramente feliz, por ter-lhe aí aparecido a Santíssima Virgem Maria, em 1432, enquanto declinava então o dia sexto das calendas de junho; mas Joaneta é, por disposição divina, mais feliz do que qualquer pessoa de ambos os sexos, porque mereceu ver a augusta Mãe do Senhor”.

Na primavera de 1432, a camponesa italiana Joaneta Varoli, filha de Pedro dei Vacchi, vivia em uma casa humilde da vila, mas temos poucas referências históricas sobre sua vida. Ela percorreu as ruas de Caravaggio, dirigindo-se ao campo de Mazzolengo. Sua meta era conseguir pasto suficiente para alimentar a criação de animais que ela e o marido tinham em sua propriedade. Para conhecer melhor Joaneta, é imprescindível deter-se em seu matrimônio com Francisco Varoli, uma experiência dramática e violenta, que a tradição não cansa de repetir. Certamente, o fato de sofrer maus-tratos por parte de seu esposo é uma das características da vidente do prado de Mazzolengo mais citadas.

Naquela tarde, Joaneta Varoli saiu de casa para colher ervas. A cerca de 1.800 metros da vila de Caravaggio, havia um terreno pantanoso. Ela pôs-se a ceifar as ervas para os animais e, quando decidiu retornar para casa, percebeu que não tinha forças para carregar todo aquele fardo. Tomada pela aflição, Joaneta caiu em prantos e, angustiada, começou a clamar ao céu, pedindo socorro a Maria, Mãe de Jesus.

Entre a dor e a súplica, a camponesa viu uma bela e alta senhora. Observou a beleza de seu rosto, majestoso, alegre e sereno, e o esplendor de suas vestes, e sua beleza maravilhou Joaneta, que perplexa, exclamou: “Ó Madonna Santíssima!” E a senhora respondeu: “Sim, sou eu mesma. Não temas, ó filha! Consola-te! As tuas orações foram ouvidas pelo meu Divino Filho, e, graças à minha intercessão, já te estão preparando os eternos tesouros do céu”.

Mandou que se ajoelhasse para receber a sua mensagem. E prosseguiu: “Tenho conseguido afastar do povo cristão os merecidos e iminentes castigos da Divina Justiça e venho anunciar a paz”.

Nossa Senhora, então, pediu ao povo que voltasse a fazer penitência, jejuasse às sextas-feiras e fosse à igreja para orar, aos sábados à tarde, em agradecimento pelos castigos afastados. Também pediu que lhe fosse erguida uma capela, e, como sinal da origem divina da aparição e das graças que ali seriam dispensadas, ao lado de onde estavam seus pés, brotou uma fonte de água límpida e abundante. Até hoje, essa fonte se encontra no mesmo lugar, e nela muitos doentes recuperam a saúde.

Joaneta levou ao povo e aos governantes o recado da Virgem Maria, para solicitar-lhes os acordos de paz. Apresentou-se a Marcos Secco, senhor de Caravaggio, ao duque Felipi Maria Visconti, senhor de Milão, e ao imperador do Oriente, de Constantinopla, João Paleólogo, no sentido de unir a igreja dos gregos e o Papa de Roma. Os efeitos da mensagem logo apareceram: a paz reinou na pátria e na Igreja.

Joaneta, após cumprir sua missão de levar a mensagem de Maria ao povo, aos estados em guerra e à Igreja Católica, desapareceu no anonimato. Os historiadores pouco ou nada falam sobre ela.

Texto: Paulinas Internet