Maria nos ensina uma belíssima forma de pedir os dons de que necessitamos: não apenas chamando a atenção para nossas necessidades, o que é justo e válido, mas também fazendo referência ao amor gratuito, generoso e inesgotável de Deus, e à sua misericórdia, manifestada largamente ao longo da história. Nessa maneira de rezar, há, implícito, o louvor, o enaltecimento e a exaltação da maneira de ser e de agir de nosso Deus.

O povo escolhido fazia regularmente memória tanto das promessas feitas a seus antepassados, como também de seu cumprimento ao longo da história. Maria recordava o que o Senhor havia prometido a Abraão, e quanto havia sido fiel às suas promessas. Como não se lembraria de que justamente nela estava sendo cumprida a mais importante promessa: a do Messias que — só ela sabia! —, era o próprio Filho de Deus? Como as promessas de Deus são “para sempre”, também nós somos atingidos por elas e chamados a recordá-las, ou melhor, a fazer “memória”, para que também sobre nós o Senhor continue manifestando o quanto é misericordioso.

Oração: Mãe de Jesus e minha Mãe! Cantaste a misericórdia daquele que foi e é fiel às suas promessas. Teu Filho é a maior prova dessa fidelidade e da misericórdia prometida a nossos pais. Obtém-nos de Jesus a capacidade de acreditar na infinita misericórdia do Pai, ponto de partida para qualquer passo de conversão. Obtém-nos o perdão e a libertação do mal. E, para a humanidade ainda dominada pelo ódio e pelo egoísmo, obtém a salvação e a paz. Ponho em tuas mãos meu empenho de verdadeira e profunda conversão. Possa eu ser testemunha da misericórdia de Deus, “ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria”. Amém.