Acostumamo-nos a contemplar as glórias de Maria, seus títulos e invocações. Por isso, talvez não nos seja fácil tomar consciência de que, em vida, foi a humilde e fiel serva do Senhor. Viveu na fé, no silêncio e na simplicidade. Viveu com muitas perguntas. Deus poderia tê-la feito diferente? "A Deus nada é impossível". Nada é limite para seu poder infinito; nada é limite para sua capacidade criadora.
"A bem-aventurada Virgem avançou em peregrinação de fé”, dirá mais tarde o Concílio Ecumênico Vaticano II. "A fé é um contato com o mistério de Deus . Foi desse modo, efetivamente, que Maria, durante muitos anos, permaneceu na intimidade com o mistério do seu Filho, e avançou no seu itinerário da fé".
Esta será uma característica da vida de Maria: uma peregrinação na fé. E justamente esse andar na noite escura, cheia de perguntas, a tornará verdadeira discípula de seu Filho e perfeitamente unida a ele no seu despojamento. Mediante a fé, Maria participará de perto da vida de seu Filho que, mesmo tendo Deus como Pai, aceitou crescer "em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens". Ao longo dos séculos, Maria servirá de modelo para a Igreja, que procurará seguir seu modo de imitar Jesus.