A Virgem Maria foi sempre proposta pela Igreja à imitação dos fiéis, não exatamente pelo tipo de vida que ela levou ou, menos ainda, por causa do ambiente sócio-cultural em que se desenrolou a sua existência, hoje superado quase por toda a parte; mas sim, porque, nas condições concretas da sua vida, ela aderiu total e responsavelmente à vontade de Deus (cf. Lc 1,38); porque soube acolher a sua palavra e pô-la em prática; porque a sua ação foi animada pela caridade e pelo espírito de serviço; e porque, em suma, ela foi a primeira e a mais perfeita discípula de Cristo, o que, naturalmente, tem um valor exemplar universal e permanente.

REFLEXÃO:
O ser humano é um eterno insatisfeito. Nunca se contenta com a fama ou com o dinheiro que consegue; nem com o prazer ou com a cultura que adquire. Seríamos seres destinados a viver numa eterna insatisfação? Valeria, então, a pena viver, lutar e sofrer?

Homens e mulheres sentem, no mais profundo de seu coração, fome de amor. Deus nos criou para ele; fora dele não nos realizaremos. Essa fome de felicidade e de paz que sentimos foi colocada por ele mesmo em nosso coração. Quer que o procuremos. E, para que essa procura tenha êxito, vem ao nosso encontro. (...)

Foi gratuitamente que Deus, por meio do anjo Gabriel, foi ao encontro de Maria. Rapidamente ela aprendeu que sua maternidade ("conceberás...") consistiria em gerar um Filho ("darás à luz um filho..."), em dar esse Filho e, inclusive, em perdê-lo.

Olhando o que Deus nela realizou, em vista do filho a quem deveria dar o nome de Jesus, somos convidados não só a admirá-la, o que não seria pouco. Somos também chamados a estabelecer com ela um relacionamento pessoal. Na Igreja, Maria ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós.  Como tomar consciência dessa presença? Como traduzi-la em atos?

Poderemos imitar a atitude que Jesus assumiu em relação a ela, isto é, comportar-nos como filhos. Cada filho descobre mil maneiras de relacionar-se com sua mãe. Nesse campo, não se pode impor regras.

Poderemos procurar ser como ela: servos à disposição dos planos de Deus. Poderemos confiar-lhe nossos projetos e ações, para assumi-los na fé, sem medo ("Não tenhas medo!'). Poderemos procurá-la na Bíblia, honrá-la na liturgia, buscá-la nos santuários, homenageá-la com práticas piedosas. Em pouco tempo descobriremos que o segredo de Maria é muito simples: consiste em procurar a vontade do Pai, em acolher seu Filho Jesus e em deixar-se conduzir pelo Espírito Santo. É a lição que ela passa a seus alunos — os alunos que encontram graça junto a Deus e se matriculam na escola da Mãe de seu Filho.

ORAÇÃO:
Mãe de Jesus e minha Mãe! Encontraste graça diante de Deus, por isso, a redenção do mundo começou em ti. Tu és a primeira entre todos os remidos, mulher revestida de sol, mulher escolhida por Deus, cheia de graça. Porque deste Jesus ao mundo, serva humilde e poderosa, renovou-se a esperança em nossos corações. Intercede agora pela humanidade junto a teu Filho, a quem geraste e deste o nome de Jesus. Protege teus filhos e filhas das divisões e incompreensões, e roga a Jesus para nos dar a paz. Que todos renunciem às ambições egoístas e procurem o que for útil a todos. Faze-nos partilhar o amor de Deus. Amém.